Confundir a má-fé de um fabricante, homologado pela ANVISA até então, com má prática médica e, pior, generalizar uma classe, é lamentável para alguém esclarecido e tamanho poder de formação de opinião. Por último, por incrível que ao senhor pareça, a idéia de nos reunirmos periodicamente para discutir CIÊNCIA (e não PALPITE) em relação aos atos médicos por nós praticados, inclusive o tema de ruptura de implantes, não foi sua; vem acontecendo dezenas de vezes por ano, há mais de trinta anos.

Em linhas gerais, as rupturas de implantes são eventos passíveis de ocorrência a todos os implantes mamários, ainda que em baixa frequencia; na sua grande maioria, são assintomáticas. Os critérios de suspeita de ruptura e de conduta frente a estes casos aborda diferentes aspectos relativos ao ato médico, o qual o Sr. não está habilitado a discutir.

"Os doutores blindaram os implantes" ou "Os jornalistas foram comprados pelo governo" têm a mesma conotação generalista e pejorativa a classes de profissionais que, como todas as fileiras da humanidade, contam com homens honrados e homens imorais. O título é, no mínimo, infeliz; mais provavelmente, estúpido. Pior é a justificativa "técnica" - francamente Sr. Elio, qual é a sua condição de discutir conduta específica da área com quem tem, por lei, no mínimo 11 anos de formação?

Sou doutor, em história, e me sinto lesado pelotítulo. O correto seria empregar cirurgiões plásticos, já que a maioria dos médicos nãosão doutores, apenas têm o privilégio, no país da elite do privilégio, de usaro título.