Hélio Schwartsman > Pobres cretinos Voltar
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A era do politicamente corretoinvadiu o Brasil nos últimos tempos, com mais voracidade nos últimos dois anos.O Estado se atém a questões ridÃculas de comportamento e civilidade, no casocomo ser civilizado, e não presta atenção no que realmente importa - na verdadeprestam, mas finge não saber o que se passa. Há muitas outras questõesimportantes a se dar valor do que no significado das palavras.
Uma verdadeira sabatina, abonadora, para os que vêm a lÃngua como essencial para o conhecimento e como caminho para o entendimento entre as pessoas de um espaço territorial. É um absurdo retirar de circulação o Dicionário Houaiss - uma jóia lÃnguistÃca do paÃs, dos brasileiros, que devem sempre, defender a qualquer pretexto, a liberdade de expressão, suas nuances, não permitindo, que tentem tolir o que um dicionário, queira explicitar através das expressões, mesmo as indesejáveis para alguns
o obejtivo disso tudo é deixar as pessoas cada vez mais dependentes de um poder central, emanador de leis e moral e menos de si mesmas, da famÃlia, religião, do consenso subjetivo da esquina, na experiencia cotidiana. voce vai comer o que os especialistas em comida disserem, vai ler o que os especialistas em leitura indicarem, vai nascer quando os especialistas em demografia decidirem, tudo vai vir prontindo, feito por um pequeno grupo de iluminados do governo
Já conhecia esse trabalho de S. Pinker e concordo também com seu ponto de vista Hélio. Só vale lembrar que essa cativante ideia de modificar a natureza humana é "core" do materialismo histórico, que sabemos muito bem, de onde vem...
Sendo simplista, acho que primeiro, Pinker cometeu vieses de definicao de caracterizacao de violencia em seu livro, hoje, vejo, somos sim mais crueis e violentos como nunca fomos, mas por contencoes sociais. Gosto dos livros dele mas ja errou antes e o fez de novo.Segundo, o dia que privarmos nossos semelhantes de definicoes ou acoes ditas antisociais e preconceituosas, estaremos tirando das geracoes o mais importante, e penso, o essencial, a cognicao interpretativa da vida.
O MPF de Minas Gerais teve um de seus promotores brutalmente assassinado quando combatia a quadrilha de adulteradores de combustÃveis. Tem uns 10 anos. De lá para cá essa mesma seção do MPF deve ter feito uma análise de risco e constatado que é menos arriscado azucrinar a vida do Houaiss que ainda é capaz de vir a público desculpar-se.
Excelente artigo Hélio. Concordo "ipsis literis". RidÃculo um representante do MPF querer se promover com a etmiologia expressa nos dicionários, pegando o Houssais de bode expiatório.
Excelente artigo!!!!Mesmo longo valeu a pena!!!
E "boçal", que significa "burro", vem de Bossa, na Ãfrica, "judiar", que significa fazer mal a alguém, vem de "judeu" e assim vai... Excelente artigo, Hélio!
Faltou um detalhe: quando o UFC estava na Rede TV!, os questionamentos não apareciam muito. Agora, está na Globo... e isto contraria os interesses da Record e do governo atual.
o MPF está aplicando a concepção p t do mundo: corruptores são intocáveis e o problema é de quem relata um fato ou situação, não de quem o produz. No caso do dicionário, logo o problema é dele que explicita o uso politicamente incorreto do termo, não de todos os que assim o usam (ainda que neste caso, cabe o atenuante de ser impossÃvel processar a sociendade). Nos casos de corrupção, a culpa é da imprensa!
Será que estão cassando as figuras de retórica? As alusões? As metáforas? Provavelmente: deputados, senadores e principalmente vereadores dirão que são feitiçarias de marciano.
"Como é difÃcil eu acordar calado se na calada da noite eu me dano, quero lançar um grito desumano, que é uma maneira de eu ser escutado". (Cálice. Chico Buarque e Gilberto Gil). As pessoas gostam de dicotomizar a vida. Bem e mal. E liberdade de expressão acaba relegada à ilusão de que é uma ferramenta dos bons contra os maus. Mas o fato é que não adianta calar a boca, seja de bons ou de maus, porque "mesmo calada a boca [o peito] resta a cuca dos bêbados do centro da cidade".
Verdade, Luciano. O fato é que ninguem, no pleno gozo de suas faculdades mentais e do juÃzo, passa descuidadamente por perto de algum cigano de verdade. Agora me diga: o dicionário Houaiss está ou não está contribuindo para a segurança das pessoas contra assaltos e punguistas?
Excelente aula, parabéns... Cabe lembrar outro "verbo" recém-criado no Português Brasileiro: "MALUFAR", inecessário repetir o significado, todos sabem a origem etimológica da palavra e o seu significado. Outra? "Anões"... Fácil, significa, há alguns anos, "polÃtico corrupto" (desculpe pela redundância)...
assim como ciganos
Referente aos "Anões do Congresso" sim, mas não generalize colega, há muitos baixinhos honestos nesse mundo afora.
Frases do personagem Syme do livro "1984": "Você sabia que a NovilÃngua (a lÃngua oficial da tirania) é a única lÃngua no mundo cujo vocabulário DIMINUI ano após ano?" e em seguida, "Você não percebe que todo o objetivo da NovilÃngua é REDUZIR a amplitude do pensamento? Ao final, tornaremos a revolta mesmo que em pensamento literalmente impossÃvel, pois não haverá palavras nas quais se possa pensá-la ou exprimi-la!"
Certo. A observar que, no caso brasileiro, ocorre o oposto: a juventude (até os 45 anos) engatou ponto-morto no pensar, seguindo o diapasão da nova escola do govêrno socialÃsmico de ´88. Por isso, muitos pensam que dicionário (mesmo o virtual Houaiss) são úteis para segurar a porta em dia de vento. Falar? Ora, bastam uns zurros, alguns latidos, certos grunhidos... É..., virou piada.
Quer dizer que na velha luta de Hobbes e Rousseau, o autor se posicionou pelo primeiro. Nascemos feras e a sociedade nos controla (grosso modo). Porém, o mais importante, é alguém se achar no direito de determinar o método de vida de outro.
Parabéns pela matéria. Só faltou propor reduzir a quantidade de parlamentares, para ver se diminuem as iniciativas obtusas. Orelhudos, os parlamentares já são. Só falta andar de 4. Inclusive, de ciganos, na acepção do Huaiss. as câmaras estão cheias. Por isso é que o kanalha (isso pode falar, não pode?) do proponente vem com essa. Passa fôgo nêle que êle não faiç ôtra!
Hélio, como sempre escrevendo magnificamente bem. Sempre leio seus artigos. São verdadeiras aulas de história, filosofia e psicologia. Concordo com tudo o que você disse. Não gosto de MMA, mas gosto muito de boxe (assito desde criança) e nem por isso saà algum dia de casa para bater em outra pessoa. Afinal, o boxe é apenas um esporte, ainda que bastante violento. Quanto aos verbetes dos dicionários, a atuação do Ministério Público nesse caso beira ao ridÃculo ou à esquizofrenia.
Quero discordar do final, Hélio. Abomino o politicamente correto em todas as suas formas. O que precisa acabar é a violência, seja fÃsica, verbal ou moral. E o PC é violência mental. Trocar uma briga de torcidas por uma proibição generalizada a termos verbais não resolve o problema, apenas troca a arena.
"A expressão "politicamente correto" aparece em contextos editoriais e satÃricos, e é usada de forma pejorativa por grupos polÃticos conservadores, muitos dos quais se auto-denominam "politicamente incorretos" (o que não ocorre inversamente), em especial para atacar os crÃticos de discriminação e discursos de ódi0. Por este motivo, o termo é entendido pelos acadêmicos como um instrumento retórico de grupos conservadores que procuram deslegitimar crÃticas a algumas posturas discriminatórias"
Por isso acho que o que ocorreu não foi o "politicamento correto", e sim ignorância mesmo e vontade do promotor em se promover com questões banais. Mas no geral concordo com o artigo.
O controle do Estado sobre o que devemos ver e ouvir melhorou muito nos últimos anos. A tendência é que o controle do Estado diminua, porém essa mudança é mais lenta que o desenvolvimento e consciência de liberdade que as pessoas e as sociedades tem demostrado nos últimos anos. Temos que acreditar que isso ira mudar.
na verdade, partindo a ideia de um deputado p t , é mais um exemplo do que se pretende com o controle social da mÃdia.
Mas vale lembrar que foi de uma infantilidade enorme do dicionário eletrônico Houaiss retirar as palavras cigano e negr0 de sua lista. Mantivesse as acepções alvo de polêmica lá até a decisão judicial definitiva ou pelo menos só retirassem elas e não a palavra do dicionário. Devemos lembrar que foi uma decisão isolada de um promotor, e que não sei o porquê dessa polêmica toda, não é a primeira e nem a última ação ridÃcula levada até o judiciário.
pois é. continue defendendo os esquerdopatas que é daà prá pior.
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