Podcasts > Ronaldo Lemos: No Brasil, educação tropeça no formalismo Voltar
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Mais um último comentário, em que pese a boa intenção do governo federal, é preciso dizer que esse número de 100 mil bolsistas é uma ficção. Mesmo havendo recursos financeiros para 100 mil bolsas, não há 100 mil alunos qualificados nem 100 mil vagas por exemplo nas universidades top 30 do ranking THES (meta do governo Dilma) para preencher essa cota.
A maioria das bolsas do programa "Ciência Sem Fronteiras" são na modalidade "sanduÃche" onde o aluno passa um ano no exterior, podendo ou não assistir aulas, mas não é matriculado na instituição hóspede como um aluno regular estudando para a obtenção de um grau acadêmico (por exemplo, bacharelado ou doutorado). Como os alunos "sanduÃche" não recebem nenhum grau formal da universidade estrangeira, a questão levantada pelo Lemos de reconhecimento de diplomas não se aplica.
A revalidação dos diplomas, para alunos do "Ciência sem Fronteiras", só é relevante para os alunos de doutorado integral, que é uma minoria entre os bolsistas previstas. E, nesse último caso, a revalidação é um processo que não envolve grandes dificuldades. Embora possa demorar, nunca soube de nenhum caso de um diploma de doutorado acadêmico integral (Ph.D) de uma escola top 20 dos EUA que não tenha sido revalidado por uma universidade brasileira.
Essa formalidade de possuir tÃtulos para dar aulas e dirigir escolas e institutos é imprescindÃvel no Brasil. Não é essa a razão pela qual nossa educação fracassa. O problema aqui é questão de escolhermos prioridades, investirmos e criarmos a cultura do aprendizado. O método citado pode funcionar na Europa ou nos EUA, onde prepondera a meritocracia. No Brasil ainda não alcançamos este patamar, aqui seria mais um espaço para o preenchimento de cargos por "cumpanheros"!
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