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Eu estudei num colégio que da 5ª à 8ª série separava até a geometria da matemática, e acho que isso me faz mais bem do que mal. O papel da escola é ensinar o pensamento crÃtico e ensinar sobre os fatos natureza e do mundo. Mesmo que ela faça isso em "potinhos separados" é papel de cada pessoa conseguir ligar os fatos.
Ao invés de alguém formado em pedagogia (que na maioria das vezes não tem o mÃnimo interesse pelas ciências exatas e nenhuma base muito confiável nelas), as crianças deveriam ter aulas com os profissionais da área. Os professores deveriam ser mais bem pagos? Sim. Mas também deveriam ser melhor preparados, e no mÃnimo com um mestrado na área. Aà então estes alunos estariam preparados pra ver a interdisciplinaridade por si sós...
Antes de reformar o Ensino Médio, é preciso reformar o Fundamental. Não faz sentido querer apresentar uma interdisciplinaridade para os estudantes entre estatÃstica/biologia se estes não sabem nem uma coisa, nem outra. A maioria dos estudantes chegam ao Ensino Médio sem uma boa base, sem nem saber matemática básica e português. E acredito que o caminho é justamente o oposto.
A grande vantagem é o foco no aluno e não mais na divisão tradicional do saber. É desconfortável para a maioria dos docentes, terão que sair de sua zona de conforto e refletir um pouco sobre o que ensinam, qual a importância para o aluno, além de terem que se imbricar em outras áreas. Para os alunos, é uma grande oportunidade de ter um conhecimento útil, o fim das "aulas sem nenhum sentido". Ainda não sei porque tive que aprender qual a diferença entre angiospermas e gimnospermas...
Irrelevante. O método de ensino "antigo", assim como este proposto, podem dar certo, o problema é o material humano (e sua cultura), tanto na frente da carteira escolar quanto sentado atrás dela. Quando se vê que 38% dos universitários são analfabetos funcionais, espera o quê? Professores bons? Se nas profissões mais bem pagas vejo gente de nÃvel superior escrevendo "impessa", "agente" (no sentido de nós), "estensão", "excessão" e outras barbaridades, o resultado é o desastre.
João, normalmente eu concordaria contigo, mas eu estudo Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Catarina e já li tanto de estudantes do meu curso, quanto da Engenharia Mecânica (e aposto que nas outras também deve acontecer), coisas como "testo" (ao invés de texto), "chega-se" (chegasse), "faser", "desembro"... Que me leva a crer que o buraco só pode ser mais embaixo mesmo.
De fato, as universidades têm currÃculos de formação de professores pouco adequados. A USP mesma mantém licenciaturas incapazes de preparar professores. Vejo por exemplo os cursos de Letras: as disciplinas constituintes voltam-se mais à formação de pesquisadores em ciências da linguagem do que professores do ensino básico. Não que formar pesquisadores esteja errado - o errado é certificar ao aluno uma competência/formação profissional que ele não terá ao término do curso.
Balela de primeira, tanto a decisão da reforma como o comentário do articulista. O buraco é mais embaixo: cretinos decidindo a educação, falta de vergonha na cara de professores medÃocres, escolas sem estrutura de laboratórios...... para resolver isso tudo, cria-se a nova matéria que, tenham certeza, vai pincelar sobre a maça de Newton (kkk), falar sobre a composição da água e, talvez, sobre Mendel. Não passa disso, porque será o suficiente para que os alunos "passem de ano".
Ensino Fundamental - 5º ano; corrigindo.
Você tocou no ponto crucial da Educação brasileira: O Ensino Fundamental - As séries iniciais - Outro ponto importante é a formação do professor. São problemas cujas soluções, até agora, têm sido paliativas e polÃtico-partidárias, ou seja: sai governo, muda plano, entra governo ,muda plano. mudam as moscas.....
Tendo em vista que o IDEB sofreu uma queda em quase 35% dos municÃpios paulistas (apenas no Ensino Fundamental - 9º ANO) realmente você acertou: o buraco é mais embaixo mesmo.
E qual seria sua sugestão, Karl? No curto prazo - por que no longo, todos nós sabemos o que deve ser feito. Mas no curto, com os recursos que os corruptos deixam escapar entre os dedos para educação? Gastar mais dinheiro com computadores? Lapitópis? Tem de se fazer com que as crianças aprendam um minimo, para que no longo prazo as coisas se resolvam. E sim, um professor que não tenha de pular de escola em escola sempre é melhor.
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Um passo importante seria mudar a estrutura curricular das licenciaturas para formar professores com perfil interdisciplinar. A USP Leste por exemplo, em que pesem as crÃticas a essa unidade da universidade, oferece uma licenciatura interessante em "Ciências da Natureza" que se encaixa muito bem na proposta do MEC e oferece uma formação balanceada em matemática, fÃsica, quÃmica e biologia adequada para o professor de ensino médio. O currÃculo pode ser visto no sistema JupiterWeb da USP.
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