Ruy Castro > Inventa-línguas Voltar
Comente este texto
Leia Mais
E a tal "demanda" que virou moda e hoje é lugar comum. Ninguém mais procura nada, ninguém mais busca coisa alguma. Todos só demandam. Tremo de pavor pensando em ver uma nova tradução de Proust e lá na capa, em letras garrafais, o novo tÃtulo: "Em Demanda do Tempo Perdido".
A ficha ainda cai para alguém? Há tempos os orelhões não usam fichas. Mas recobrar a razão insiste na necessidade de tal artefato.
Essa palavra "dosimetria" usamos bastante, mas Lewandovski nesta semana usou uma que estou doido pra usar; "desobordam" usou-a em resposta ao pedido de desculpas de Joaquim Barbosa que suferiu que o ministro estava advogando para a parte. Eu teria xingado a mãe dele, ou por outra, proferido uma referência desairosa à genitora dele, mas ele "está ministro" não pode. Mas é isso, tudo pode, desde que não "desborde" a clareza, como disse Guchiken na fase inquisitória; "sejemos objetivos".
Excelente coluna, aliás, como sempre. Quero acrescentar mais uma indignação com o que fazem com nossa lingua: o Anglicismo chato e desmoralizante que domina nossa linguagem atual. Haja paciência com esses vendilhões!
Pedantismo dessa "novilÃngua", disse Anthony Burgess em "A Laranja Mecânica", é filho da ignorância.Falar bonito, resgata o "iletrismo" do "imexÃvel".Uma palavra dessa nova safra que me irrita ao extremo é "disponibilizar".Ministros falam.Além de presunçoso e condescendente ao "disponibilizado" é analfabeto.DisponÃvel é substantivo derivado do verbo italiano "dispore".E existe seu correspondente em português: dispor. Assim, eu não "disponibilizo", eu disponho.E não é "protocolizar" é protoco
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Ruy Castro > Inventa-línguas Voltar
Comente este texto