Hélio Schwartsman > Vontade de potência Voltar
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Falou e disse, Hélio... Nosso querido Drauzio está meio equivocado nesse ponto, infelizmente.
Antes que eu discurse, tenho algo importante para dizer - Groucho Marx.  Não creio que haja alguém realmente preocupado com a desgraça alheia. A verdade é que o discurso é a forma mais perversa de demonstrar insensibilidade. E o bom senso dos outros só é válido quando está de acordo com o nosso juÃzo. O que os sábios de plantão querem é tirar o sofá da sala. A ONG dos traficantes tem por objetivo adotar crianças abandonadas; e fazem-no com maestria. Ai dos vencidos.
H. Romeu, me parece que, sem ter algo importante para dizer, você fez um belo discurso, demonstrando sensibilidade, como alguém realmente preocupado com a desgraça das vÃtimas do crak. Perfeito o elogio feito por você, quando manifestou a maestria com que a Ong citada tira as crianças do abandono. Verdadeiro, o alerta "Ai dos vencidos", ou como foi dito contra os romanos vencido, lá na Antiguidade, "Vae victis".
(continuação)  Rui Barbosa também foi contra Osvaldo Cruz e a vacina obrigatória contra a febre amarela. A monstruosidade jurÃdica será sempre irrisória, perto da monstruosidade que o crack faz com sua vÃtima, nada se lixando para seus direitos de pessoa.Â
"Precisamos, no mÃnimo, reescrever essa monstruosidade jurÃdica." Hélio, excetuado o tÃtulo, você começou muito bem seu artigo: sereno, comedido e convincente, para terminar de modo drástico, com a afirmação entre aspas, com que abri este comentário. (continua).Â
Hélio,Parabéns! É uma lei no mÃnimo sem pé nem cabeça, como diria meu pai! E olha que eu suspeito apenas de uma limpeza temporária, se algum detido sobrevir a tal tratamento, para os eventos da Copa.
Podemos reescrever a monstruosidade jurÃdica, caso exista alguma na Lei n° 10.216. DifÃcil é corrigir a monstruosidade moral de quem sofisma sobre a situação trágica dos viciados em crack, como se fosse tertúlia acadêmica.
Frederico II, da Prússia, amigão de Voltaire, disse que a melhor forma de punir uma provÃncia era nomear um filósofo como governador. Acho que continua valendo...Â
 Além das baixÃssimas taxas de recuperação os altÃssimos custos de tratamento cujas pessoas em geral não contribuem para o Estado e em grande parte se envolvem em crimes para sustentar o vÃcio pergunto: Essas internações vão ser ampliadas para todos os “crackeiros” do Brasil? Será que todo dinheiro da saúde será suficiente para tratar essa pandemia? Quem vai pagar essa conta?
Fico com o pragmatismo do Doutor. O argumento do Hélio é muito bom, mas as ideias colocadas frente à realidade nao se sustentam.
Qual a solução? Deixa centenas de viciados na rua, em frangalhos, maltrapilhos, sem qualquer ação do Poder Publico? Se o internamento compulsório nao é a solução ideal, mas é um começo de ação, que pode evoluir e melhorar as condicoes desses farrapos humanos. Deixá-los na rua é que nao é solução.
O principal problema que vejo é que brechas legais deste tipo já foram usadas para tirar de circulação pessoas com divergência ideológica..O que é preciso para acabar com uma pessoa de bem... Só é necessário afirmar que é viciado... Sem advogado, juiz ou juri....A história nos direciona a rejeitar esse tipo de lei por mais humana  e socialmente benéfica que possa parecer....
A internação compulsória não é eficaz, o Estado não tem meios para colocá-la em prática, e muita gente iria se aproveitar dessa situação, sem resolver o problema. Exemplo? Certos médicos e instituições - com o dinheiro dos contribuintes - e mesmo alguns viciados de rua, sendo internados para terem apenas um teto e comida, já que a maioria está numa situação desesperada. Esta é uma doença social, a droga uma consequência, não a causa.
A grande questão é: o direito de ir e vir, direito fundamental em uma democracia, é direito de todos, não só dos usuários de drogas. A questão é, estes cidadãos irresponsáveis, que entraram em um caminho, provavelmente sem volta, e embarcaram (lá na primeira vez) por vontade própria, agora constrangem, intimidam, ameaçam, e muitas vezes atacam cidadão comuns, que também só querem o seu direito de ir e vir, só querem o seu direito de usufruir do espaço público também. Â
...se halguém tem que pagar com a restrição da liberdade, eu pergunto tem que ser quem? esta minoria irresponsável, ou a grande maioria de cidadãos comuns?
Nesse paÃs todos devem ser internados,pois vivemos em uma nação de loucos e alienados!
Errou de pseudônimo, o seu deveria ser Machado de Assis...Â
Para ser bem simplista, o que eu acho errado mesmo, é deixar essa epidemia tomando conta das ruas, em forma de esfarrapados e zumbis. Quem tiver uma solução melhor, que a explique para nós.
Quem é contra a internação compulsória, por coerência e espÃrito de simplificação, fica obrigado a ser também a favor da liberação de todas as drogas. Não tem sentido deixar centenas de usuários de crak vagando como zumbis pelas cidades e prender os outros drogados.Â
Senhor Bonifácio, o consumo de droga, de fato, já é tolerado, principalmente em meio social mais elevado que aquele da pobre gente que consome crack. Com pouca ou nenhuma educação, tais viciados não sabem dissimular quando consomem em público, coisa que é feita com maestria pelos nossos viciados mais elegantes. Na realidade, o que a sociedade não quer é ver. As pessoas ditas normais têm sempre a ilusão de vida idealizada, ninguém quer sentir o medo gerado pela culpa. Discutir efeito é moleza.
A internação compulsória é instrumento tradicionalmente empregado por tiranos e por regimes totalitários contra seus adversários que não podem ser acusados de algum crime. Em Terra Papagalorum será mais um recurso empregado em nossa insuperável arte do "me engana que eu gosto". Aos defensores da medida despótica recomendo que reflitam sobre o fim de Simão Bacamarte.
Sou uma pessoa simplória, por isso tenho um medo incrÃvel de drogados pirados. Medo de ser assaltado, de me jogarem no meio do tráfego, de ser agredido por nada, etc. Como tenho de passar todos os dias em meio a essa gente infeliz, preferia que eles não estivessem ali. Tenho também medo que a inercia da democracia, traga de volta a eficiência burra da ditadura.
É um artigo emblemático do 'pensamento' HS. Muito ótimo. Ainda que se mate (não pode matar terceiros) o sujeito tem de ser senhor de seus atos, de seu corpo, etc. O Estado não pode interferir na liberdade individual, não pode ter esse poder. A autonomia, ainda que suicida, da pessoa é o valor universal mais precioso. Tudo que é compulsório é pernicioso. Não presta. Impostos, voto, serviço militar, ensino fundamental, etc. O 'pensar' drauliense está baseado apenas em 'carcereiros', outro rango.
Não achei a lei tão ruim, porque disse uma pessoa na TV que só interna quem põe em risco a própria vida ou a vida de outros. São apenas os casos extremos. Assim eu acho razoável. Talvez a cura não seja possÃvel, mas evita a morte do paciente para, quem sabe no futuro, ele se sujeite voluntariamente ao tratamento.Â
Eu também concordo com quase tudo que o Hélio escreve, mas dessa vez tenho que discordar. Podemos derrubar qualquer argumento se usarmos em contrapartida uma condição de perfeição que obviamente não existe. A internação compulsória não irá resolver todos os problemas e não é ideal, mas é a única solução disponÃvel. Fazer nada não é uma boa alternativa.
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