Ao abrir mão de suas obrigações, o Estado, deveria abrir mão também de suas exigências. A maioria dos impostos, tem viés e apelo social, mas nada acrescentam ao bem estar da população. No mundo todo a responsabilidade do ensino é do Estado. Delegar e transferir essa responsabilidade a entidades privadas é próprio dos estados lassos. Isto é, cansados, esgotados, frouxos.

Concordo c/ o Gilberto: ousadia bem-vinda. É dever do Estado, e não do empregador, oferecer educação aos cidadãos. Se a parceria prevê custo menor e funcionários mais felizes com os filhos próximos, por que não tentar? Os melhores fiscais para a qualidade do serviço são os próprios pais, que poderiam ter um canal direto para denunciar falhas.

Existem leis que determinam creches para além de X empregadas dos sexo feminino, mas que ninguém cumpre. O mais lamentável no entanto é que creches devem ter profissionais de educação e não pessoas que saibam cuidar de crianças. A dificuldade é pagar professoras e cuidadoras, pois uma não sabe fazer o que a outra faz. Aí faz sentido a atitude de Haddad. Pragmática. Creches fora do local de trabalho são ruins para a mãe e a criança, embora sejam legais. A lei deveria proibir os convênios.

Eu não sou conhecedor da legislação específica, mas tenho certeza de que há muito as leis trabalhistas prevêem a disponibilização de creches - próprias ou via convênio - para os filhos dos empregados de empresas com uma certa quantidade de mão-de-obra. Então, esta proposta do Haddad só traz uma novidade: ao invés da empresa custear este direito do trabalhador (com direito a algum abatimento nos impostos), os contribuintes o farão. Grande Haddad! Grande Gilberto, sempre vendo o copo meio cheio!