O pior de tudo é quando se atribui a Deus palavras e ordens que nunca proferiu. Talvez a chave para acreditar nalguma palavra das Escrituras seja seu significado oposto aos desejos dos homens. "Atire a primeira pedra quem não tiver pecado"! "Amai a vossos inimigos"! As religiões institucionalizadas têm sido, talvez, a principal causa de carnificinas no decorrer da história.

Como apreciador de suas colunas e do seu hábito de estudar vários assuntos, aproveito para sugerir assunto, caso o ache relevante. Pelo que vejo as igrejas evangélicas mais novas, apesar de falarem em Cristo o tempo todo, só os vejo citando o velho testamento, algo mais próximo ao judaísmo do que ao cristianismo. Não a toa falam o tempo todo em terra santa, aprender hebraico e visitar Jerusalém.

"O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança. "( Friedrich Nietzsche ) 

A Bíblia é um livro de literatura espiritual escrito por mil e uma mãos durante séculos que só foi compilado depois de uma grande politicagem entre os grupos religiosos rivais. O Novo Testamento que chegou até nós, por exemplo, é levemente adulterado, pelos próprios copistas da Igreja! Exemplo: a estória da mulher adúltera não consta das versões mais antigas da Bíblia, teria sido introduzida posteriormente. 

O mandamento mais (des)cumprido é o de não prestar falso testemunho, que poderia ser ampliado como "não mentirás".

Todos os deuses do passado eram maus e vingativos, Zeus, Vulcano, Saturno, Osiris, e todos os demais deuses de todas as civilizações de todos os continentes do planeta representavam os medos e desejos humanos e sua luta contra as crueldades da natureza q os humanos tinham q enfrentar em desvantagem. . Só depois de Platão e seu idealismo intelectualizado é q os deuses começaram a ser bondosas criaturas, mesmo estando em evidente contradição com a realidade.

Bom, mas a esta altura do campeonato da civilização, com tantas éticas dignificantes já propostas (que endossam o "não matarás"), penso que questionar a simplicidade dos fundamentos desta proibição é preciosismo (e como tal, é quase sempre estéril). Talvez a complexidade venha das ressalvas que muitos defendem em casos como guerra, pena de morte, aborto, eutanásia, etc.

Interessante. Agora, é importante lembrar a contribuição de Santo Agostinho para a hermenêutica bíblica. Segundo ele, a leitura da Bíblia deve ser feita, essencialmente, buscando o sentido da caridade e, se a interpretação literal contradiz esta diretriz, então é preciso buscar o sentido alegórico. No caso particular de "não matarás, a conclusão a partir da leitura dos Evangelhos é simples e inequívoca: não matarás!

Hélio, Yahweh não pode cair em contradições. Ele é um Deus de amor, paz, justiça, alegria, vida. Quem pôs as contradições foram os homens a serviço do poder e das conveniências da época. Eu afirmo aqui que a Bíblia contém a Palavra de Yahweh, mas foi manipulada pelos homens.

Precisa ver o contexto da coisa: nos tempos bíblicos guerra não era exceção, era o normal. Havia ali vários povos em formação disputando as terras do Crescente Fértil; filisteus assírio, babilônios, cananeus... Se os ju deus não tivessem uma religião que lhes desse força de espírito, unidade e disposição para a luta não teriam sobrevivido como povo. Cadê os filisteus, assírios, babilônios, cananeus? Foi a força da religião que permitiu a sobrevivência dos ju deus apesar das vicissitudes. 

     No velho testamento está "olho por olho dente por dente", enquanto que no novo " Ofereça a outra face".     Podemos seguir santo Agostinho que diz:- Faça o que tu queres desde que tenhas amor.     Obs- Quem ama não mata.