Vinícius Torres Freire > A inflação de Lula, a inflação de Dilma Voltar
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Faltou acrescentar que a crise do inÃcio do primeiro mandato de LOOla foi provocada em grande parte por sua própria eleição, que encheu de desconfiança a todos os investidores. Passados os primeiros meses, quando se percebeu que o "novo" presidente se apropriaria das polÃticas do governo anterior, o mercado se acalmou e a inflação recuou. Porém se deu marcha-a-ré em vários pontos, com o crescimento desordenado do estado e medidas populistas. Estamos na ressaca do Festival LullaPraLosers.
Me desculpe o colunista, mas o texto enrolou muito e esclareceu pouco. A coisa é simples: Em linhas gerais, um, o primeiro vendeu e o outro, o segundo, não entregou. Vivemos, apesar de tudo, em um sistema de continuidade e, portanto, o que devia continuar não continuou, parou. Não só parou, como andou para trás, infelizmente. Não vivemos só de economia, mas de ordem, de progresso, de segurança, de confiança e de esperança também. Decaiu tudo, retrocedeu até. A polÃtica, é a razão de tudo. Deu!
Em 2013 o protesto iniciou provavelmente pelo preço do transporte....há de se fazer uma reflexão, em Los Angeles custa perto de 34 dólares bilhete único metro e ônibus por um mês, converta para o valor em reais veja proporcionalmente ao salário médio das cidades e verá que aqui está muito caro...a população está indignada, e com razão, estão prometendo um paÃs de primeiro mundo e entregando algo bem pior e mais caro.
Minha explicação: A galinha pousou. Lola pintou um paÃs que não existia, nos enxergamos numa marcha gloriosa rumo a um futuro exuberante, serÃamos um EUA, uma Alemanha em alguns anos e agora esse entusiasmo sumiu, percebemos que não vamos virar os EUA, percebemos que continuamos a ser o mesmo paÃs que sempre fomos e isso doeu. E como diz um certo poeta: Nosso sofrimento não advém de coisas vividas, mas de coisas sonhadas e que não se cumpriram.
O uso de estatÃstica no Brasil revela a existência de dois mundos antagônicos. Num, o do IBGE, do Ipea e da imprensa, existe uma precisão do tipo Rolex nos números, muitas vezes envolvendo duas ou três casas decimais. No outro mundo, o real, não se consegue cumprir prazos em questão de anos, ou orçamentos em questão de milhões como está acontecendo nas obras da Copa e das OlimpÃadas. É como o Neo do Matrix, vivendo em dois mundos , um real e outro fictÃcio.
Não acho que seja um mistério a súbita perda de prestÃgio da Di lma. Já havia uma insatisfação difusa derivada de um somatório de pequenas coisas e frustrações, que não encontrava expressão e era atenuada pelo marketing governamental onipresente. As primeiras manifestações foram a deixa que destampou a panela de pressão e liberou toda a carga de emoções e percepções negativas que vinham se acumulando. Lu la deu todos os aumentos que podia e que não podia e nada sobrou para Dilma, só osso.
Vivemos num paÃs que tem um custo de vida caro e os pobres estão desde sempre em crise. A inflação oficial é um artifÃcio, que nem o mercado financeiro acredita e os empresários remarcam seus preços de acordo com as suas ganâncias e oportunidades. Reforma polÃtica, tributária, previdência social, escolas, hospitais, infra-estrutura são temas que passam ao largo do interesse dos polÃticos hoje.
A atual presidente e seu antecessor imediato, no geral governaram com semelhantes acertos e erros. A grande popularidade do antecessor se deve a ter tirado o paÃs da gravÃssima crise dos anos FHC (provocada por gravÃssimos erros daquele governo), bem como ter pego uma época de crescimento mundial. A atual presidente já pegou a casa mais arrumada e enfrenta um perÃodo de estagnação da economia ocidental. É uma pena que não tenha cortado mais os déficits públicos e desvalorizado mais o câmbio.
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