Hélio Schwartsman > Gargalo da educação Voltar
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Na década de 1980, nosso PIB cresceu à média anual de 1,7%, mesma média dos oito anos antes de Fernando Henrique (1987-1994). Nos oito anos de Fernando Henrique (1995-2002) houve uma pequena melhoria (2,3%). Nos oito anos de Lula (2003-2010), a média anual foi de 4,1%, o que seria até razoável como retomada do desenvolvimento, porém não confirmada pela média de 1,6% do governo Dilma. A grande causa dessa não retomada foi a não privatização dos serviços públicos.
Há mais de trinta anos, Ignácio Rangel, um economista de quem você provavelmente nunca ouviu falar, dizia que o ciclo de industrialização por substituição de importações estava encerrado, e a única forma (única, note bem) de retomarmos o desenvolvimento era a privatização dos serviços públicos. Esta tese está mais do que provada. Enquanto que nas décadas de 1950, 1960 e 1970 tivemos crescimento médio do PIB de, respectivamente, 7,6%, 6,2% e 8,7%, de la para cá, o crescimento caiu muito.
Acho que esta foi a sua opinião mais infeliz: dizer que o gargalo da educação é mais grave que o gargalo da infraestrutura. O gargalo da infraestrutura é o maior problema civilizacional que enfrentamos, e é também a mais subestimada e incompreendida das nossas questões culturais e cientÃficas. Mas antes que você me considere um louco varrido, preciso colocar a questão em seus devidos termos, no próximo post (como deve ser chamado um texto que postamos na internet?).
PARTE II- Leitora Célia, continuando, Ou, um professor de Letras a "enrolar" sobre a regência verbal etc., ou, um filósofo a "enrolar" sobre o tema ética, e, em muitos outros exemplos. Isso ocorre, também, em cursos da área de exatas e biológicas. Há os que "enrolam", sim, e provocam danos e perdas significativas, da mesma forma que o despreparado profissional da área de humanas. Maria Helena
PARTE I- Leitora Célia, Boa tarde. Continuo a discordar da colocação do senhor jornalista, a despeito da manifestação que você faz. Fico a imaginar se um pedagogo começasse a "enrolar" sobre, por exemplo, a colocação das normas contidas na LDBEN- Lei nº. 9394/ 96; poderia fazê-lo até quando?
Uma má pedagogia na educação básica leva à uma formação deficiente na área de exatas. Essa má pedagogia, com o intuito único de reduzir reprovações e evasão ,preconiza uma série de mecanismos meramente facilitadores. Chegamos ao absurdo , em algumas escolas mineiras, do aluno poder optar por um ensino médio sem as disciplinas de quÃmica e fÃsica. Depois temos visto esses alunos entrarem em cursos que necessitam desses conhecimentos e ficarem repetindo disciplinas semestres seguidos.
O grande gargalo está na formação humana, no Brasil isso é mais visÃvel. A Educação deveria promover a busca do aprimoramento pessoal continuadamente para que os estudantes se tornem efetivamente seres humanos e aprendam a ter consideração humana pelo próximo, para buscar a continuada melhora nas condições gerais de vida.
A formação humana não é responsabilidade primeira da escola, mas das instituições da sociedade em que jovem convive, entre elas a famÃlia, cada dia mais omissa nesse aspecto.
Interessante a constatação do gargalo. Como professora da área de Humanas do EM, mesmo na rede particular, confirmo os tristes números das pesquisas e entendo o que o "enrolar" usado pelo autor não desmerece as disciplinas que compõem a área. Apenas, infelizmente, justifica a possibilidade que nossos governantes têm de nos enrolar (sem aspas) dando-nos a impressão que investem no que nos é de direito - dá nos um belo jogo de camisa para campeonato da vila, contudo não nos ensina a jogar.
Concordo com você Célia, quando usei o pronome "nos" talvez tenha ficado a impressão de referir-me a "nós, professores", perdoe a ambiguidade.Quis referir-me a "nos", nação, povo - a este é inegável a enrolação.
Também sou professora ,mas não concordo em responsabilização apenas dos governantes. Dentro das escolas somos governo pois fomos contratados por ele para sermos educadores. Temos que assumir nossa culpa por omissão e submissão a projetos pedagógicos equivocados.
Jornalista Hélio, com muito respeito, faço a colocação - entendi como pouco feliz a sua afirmação:"...levando-o a preferir aquelas em que é mais fácil enrolar." Graduar-se em Filosofia (demais graduações denominadas Humanas) poderia ser uma categorização do "fácil enrolar"? Exceção existe; há, evidentemente, aluno sem compromisso com a graduação escolhida em qualquer curso. Maria Helena
Já na minha graduação tive um professor da área pedagógica que, ao contrário do normal nesse campo, já dizia que na área de exatas não há como embromar e sabe ou não sabe. Gostemos ou não essa é a realidade.
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