Gostei mto de seu artigo, Mirian Parabéns!

...até parece que um casal é um par de relógios ajustados para a eternidade.

O objeto deles no espaço delas. Deve ser essa a questão de fundo de seu artigo Miriam? Mas há uma outra cultura que não foi abordada no texto. A cultura da opressão. Aquela que ensina aos meninos: "quando você crescer, esse "objeto" pertencerá àquele espaço. E só àquele". Então, um dia, resolvemos transpor a ponte que liga o medo à aventura, para romper essa sinapse maldita entre pecado e razão.

Não podemos negar que há um fator biológico nessa afirmativa. Basta verificar o período fértil dos homens (sempre) e das mulheres (períodos). No entanto, entendo que o homem, não obstante esse traço biológico, consegue sim manter-se fiel. Trata-se de uma sobreposição de fatures culturais em relação à sua vontade primitiva. Aliás, o homem é o único ser capaz de neutralizar sua vontade natural por meio de "amarras" sociais.

Eu acho que há uma repressão cultural do desejo sexual feminino (pais neuróticos/ciumentos, mães castradoras/reprimidas), e a baixa libido feminina poderia ter a ver também com gravidezes consecutivas (quando ainda não existia contracepção). Tem a questão da testosterona também. Agora dizer que o lindão não consegue se "controlar", me desculpa. Há um longo caminho entre sentir o desejo e arrancar a cueca. Tem bastante tempo pra pensar nas consequências.

A questão é cultural. Mas analisemos o seguinte: se não houver relacionamentos a três (ou mais) muitos irão ficar sem relacionamento: o que é melhor? Segundo a ONU na India e na China existem aproximadamente 3,5% a mais de homens: lá mais de 70.000.000_de homens ficariam sem mulheres. No Leste europeu mais de 15_milhões de mulheres ficariam sem parceiros. No Brasil 6_milhões de mulheres tbém estariam solitárias. Mais de 100_milhões de pessoas no mundo não teriam um companheiro. Isto é correto?

As mulheres também tem nascem com uma "natureza" sexual tão forte quanto a do homem, porém as manifestações da mesma são podadas desde a infância pela cultura, uma vida inteira ouvindo: "feche as pernas," "mulher tem que ser assim ou assado," "cuidado com isso, cuidado com aquilo" resulta em mulheres que simplesmente não se permitem seguir seus impulsos sexuais (muitas vezes nem sabem que existem). Por outro lado, a sexualidade dos homens é deixada correr livre e é até estimulada.

A ilustre e sábia doutora sabe que nossa "civilidade e cultura" não passam de uma casquinha de verniz sobre o animal violento e feroz que é o ser humano. Os instintos do macho são sempre voltados à propagação da espécie, instinto esse aperfeiçoamos para o que conhecemos por prazer. Assim, queremos possuir o maior número de fêmeas possíveis, marcamos território urinando quase sempre para fora do vaso, nos juntando em grupos para divertimento e segue por aí.

Quando bate o T (tê grande) - por assim dizer - tanto um gênero quanto o outro num primeiro momento avaliam a situação e dessa reflexão nasce a ação no momento seguinte, simples assim. É mais simples rotular o macho, mas hoje em dia, é bem comum as transas ocorrerem com ambos gêneros.

O que sempre existirá é o conflito entre a libido e a cultura. Os relatos de "traições" (um termo por si de natureza cultural sobre o conflito entre uma conduta e a Moral sexual) que se multiplicam, a devassabilidade progressiva da sexualidade das pessoas apontam que a diversidade de parceiros vai se tornando muito mais a "norma" do que a "exceção". Os casais monogâmicos "traem" em pensamento. Todos "traem", só o homem é mais "safado", e a mulher é sempre a "piranha". É tudo preconceito.