Pode ser, Zé Luiz. Há meios e meios de induzir uma desvalorização do real. Fazendo besteira é a pior delas. Desmontar a intervenção no câmbio, ajustar as contas públicas e, daqui a pouco, reduzir os juros básicos, me parece a melhor estratégia. ABraço. Vinicius

Caro Siser, em parte o preço do dólar é um sintoma, em parte não temos controle sobre ele. A depreciação do dólar viria para "ajustar" nossos gastos excessivos às nossas possibilidades de consumo. Mas, em parte, o dólar se deprecia por causa das mudanças na economia mundial, com a recuperação americana e possível alta de juros por lá. Os donos do dinheiro grosso, assim, mudam suas decisões de manter dinheiro nessa ou naquela moeda, em favor do dólar. Abraço.

Obrigado, Ma. Mas, se ainda voltar um pouco de luz ao governo, não seria preciso tanto tempo assim. ABraço.

Desculpe Ma, a resposta era para o de baixo.

Portanto, não tem como baixar os juros sem a emissão de novos meios de pagamento. E a emissão de novos meios de pagamento, como você acertadamente disse, provoca inflação.

Claro que seria melhor cortar despesas, o problema é que o grosso das despesas não pode ser cortado porque são transferências diretas, salários, aposentadorias, assistência social. São direitos garantidos constitucionalmente e por leis. Cortar essas despesas depende de aprovação do Congresso, veja a dificuldade que Le vy está tendo para fazer uns cortinhos. É difícil e impopular, ainda mais para um governo com alma populista e distributivista como esse.

É assim que o governo controla a taxa SE LIC, que nada mais é que a taxa de juro cobrada na operação de empréstimo de um banco para outro no fim do dia para fazer a compensação entre os bancos que tiveram excesso de caixa e os que tiveram déficit. Se lic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que é o órgão que faz essa compensação.

Nem Um, é porque essa é a maneira que o governo tem para controlar a taxa de juros e a quantidade de dinheiro na economia. Se ele quer subir os juros vende títulos, se que baixar compra, ele não tem como subir ou baixar juros diretamente, por decreto, isso é feito indiretamente através da compra e venda de títulos no mercado, pesquise e verá. Quando o governo quer baixar os juros e não tem dinheiro em caixa para comprar títulos, como é o caso, só resta emitir.

Concordo ainda com você, Svarat, que o governo deve cortar ao máximo suas despesas, de modo a precisar captar o mínimo de recursos no mercado para se financiar e, com isso, tendo ainda mais folga para reduzir as taxas de juros e a emissão monetária. Então, não seria o caso de ao invés de elevar os juros, cortar ainda mais fundo as despesas?

Interessante você ter procurado aprofundar esse assunto, Svarat. Me interessou sua explicação, mas, sinceramente, não consegui entender com perfeição seu raciocínio. Qual o motivo de o governo ter que comprar mais títulos e para isso emitir mais moeda? Entendo que seria para rolar parte da dívida que vai vencendo e ainda financiar novos déficits. Mas por que tem que rolar a juros maiores do que há apenas alguns meses ou semanas, se já rolava perfeitamente antes a taxas menores?

Agora veja Nem Um, se o governo tivesse um grande superávit fiscal poderia comprar títulos sem emitir moeda, reduzindo os juros sem causar inflação, mas esse não e o caso desse governo. Mas também, se tivesse um grande superávit fiscal não estaria na situação que está, hehe. É como eu disse, não tem milagre, não tem almoço grátis, ou é isso ou aquilo, não dá para querer tudo ao mesmo tempo.

Nem Um, o Banco Central regula a taxa de juros na economia comprando e vendendo títulos públicos, não é por decreto que ele fixa a taxa de juros. Se quiser baixar os juros vai ter que comprar títulos públicos e colocar na praça o dinheiro com que compra esses títulos, é assim que funciona. Não tem como baixar juros sem pôr na praça o dinheiro com que compra esses títulos. E ele compra esses títulos emitindo moeda. Portanto não tem como baixar os juros sem aumentar o "meio circulante". Entendeu?

Devido ao efeito gravíssimo da elevação da taxa de juros sobre o déficit e a dívida públicos, bem como pelo seu grave efeito depressor da atividade econômica privada, penso que não é o remédio mais adequado para a inflação, devendo ser utilizados os demais, como a redução drástica de elevação de meios de pagamento (como realizado com Roberto Campos em 1965, por exemplo) e/ou elevação dos depósitos compulsórios.

Caro Svarat, já disse que temos inúmeras opiniões em acordo, mas na questão inflação, não acredito em inflação inercial, isto é, que inflação gere mais inflação e nem que aumento de juros seja o remédio para a mesma. Segundo as escola liberal austríaca, por exemplo, a inflação é causada somente pela emissão de novos meios de pagamento e seu controle demanda a redução completa dessa emissão e não aumento de juros. A China, outro exemplo, controla a inflação com elevação do depósito compulsório.

Rapaz, desvalorizar muito o Real e ao mesmo tempo baixar os juros provocará um salto na inflação que rapidamente anulará a desvalorização e pedirá nova desvalorização, que provocará mais inflação, que pedirá mais desvalorização, e assim por diante, em um círculo vicioso sem fim. Se fosse simples assim resolver crises econômicas elas não existiriam. Não existe milagre em economia, não tem almoço grátis. Se quiser ajustar a economia vai ter que sofrer e penar por um tempo para purgar os excessos.

O Spina, nao faz feio nao, nao eh assim que compara moedas nao meu filho, vc tem que usar a tecnica do PPP, (purchase power parity) para saber o que vc pode comprar com reais em relacao ao dollar e outras moedas. Pra simplificar, vc tambem pode usar o big mac Index, que eh a comparacao de precos usando o big mad do McDonalds. Ou seja, o que vc escreveu nao tem nada a ver.. Vai estudar um pouco antes de escrever baboseiras.

Prezado Waner, na verdade, quando o custo do salário sobe demais em relação à produção, o lucro das empresas pode cair. O que a coluna diz, enfim, é que nossos custos relativos aumentaram demais, de modo que o país ficou caro: importa demais, exporta menos. Parte da renda "vaza" para o exterior. ABraço. VTF