Opinião > Editorial: Deseducação pela greve Voltar
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Durante a greve de 2008 cancelei a assinatura que tinha com uma revista nacionalmente veiculada, por causa das mentiras em suas páginas sobre a greve dos professores no Estado de São Paulo. Diante desse editorial, penso que terei de fazer o mesmo com o jornal. Lamentável.
A questão vai além dos salários e da bonificação. O papel exercido pelo professor na sociedade é o de transformar toda uma realidade social, cultural e cidadã.Como cumpri-la sem investimentos amplos para além da lousa e giz e com salas lotadas e uma carga horária além da condição humana. Para se ter um salário digno são necessárias várias escolas em uma jornada estafante, sem condições de preparar aulas dinâmicas e interessantes. A renda impede investimentos em cultura e livros, infelizmente!
Descabido é um funcionário público, com nÃvel superior e concursado, receber R$ 2.400 por mês. Há dez anos sem reajuste, os professores receberam um reajuste parcelado (reajuste, não aumento), e ainda não está nem perto de ser um salário adequado. Irrealista é aceitar a situação calado, eu faço questão de mudar pela mudança da minha realidade e a de meus alunos e colegas para uma realidade melhor. Que editorial mais descabido, Folha!
É preciso apresentar um plano, ainda que de longo prazo, para eles serem valorizados. Não é descabido eles pleitearem equiparação; aliás, deveriam ganhar até mais do que as outras categorias, pois formam gerações futuras. Será apresentado a eles um plano com prazo mais extenso ou seu pleito será ignorado?
O pleito é legÃtimo. O que é preciso é planejar.
Lhe garanto que não serão os 232 mil professores que receberão o tal bônus. Recomendo o editoral pesquisar melhor, antes publicar tal bobagem. Outro ponto que o Editoral deve abordar é que os professores não são vendedores, assim como aluno não é mercadoria! Atingir as metas não se trata exclusivamente de fazer o X no lugar correto. Trata-se sim, de proporcionar condições mÃnimas de trabalho para que ocorra a minima aprendizagem, e essas condições passam sim pela questão salarial.
Exatamente, reportagem tendenciosa e "desinformativa". Por isso que nosso paÃs não vai pra frente, temos uma mÃdia que é contra a educação e a população e que sevem a polÃticos
Sobre evolução funcional, eu, que tenho mestrado, pedi há um ano minha mudança de nÃvel e hoje recebi a informação que, não só eu, mas todos os professores que pediram a evolução estão com seus processos parados e não se sabe quando isso será visto! A mudança de faixa, por prova de mérito, demorou um ano para ser incorporada para os professores que prestaram essa prova de evolução funcional. Qual é a valorização do professor? A greve é em favor dessa valorização! É em favor da educação!
Professora, vale a pena fazer mestrado contando com a evolução funcional? Quanto cairá efetivamente na sua conta? Atualmente estou na faixa 3V. Dei entrada hoje em minha evolução (doutorado). Colegas que só possuem graduação ganham o dobro do meu salário em colégios particulares de médio porte. Não vale a pena estudar para continuar no Estado e este é o meu último semestre. Estou a procura de outros colégios e vou me desligar do sistema público em que atuo desde 2001. Lamentável...
Uma das pautas da greve é pelo fim da bonificação. Foi anunciado que será distribuÃdo o maior bônus da história, só que em 2x. Bônus não é valorização profissional, a valorização está nos ganhos incorporados ao salário, ao holerith! Em 2013, foi anunciado também o maior concurso da história, com 59 mil vagas, só não foi dito que, os concursados que não se efetivaram até 2014, seriam chamados para serem Categoria O em 2015, ao invés de efetivarem.
Há de se lembrar, também, que o reajuste do ano passado, foi fruto de uma greve ocorrida em 2010, onde o reajuste foi posto para ser parcelado ao longo dos anos, todo meio de ano, até o ano de 2014. Nossos ganhos são mÃnimos e nossa tarefa é árdua. Fácil é tentar deslegitimar a greve, colocando-a como partidária, difÃcil é se colocar ao lado realmente, de uma educação pública de qualidade, com valorização do professor.
No ano de 2013 foi anunciado também, o MAIOR CONCURSO DA HISTÓRIA, com 59 mil vagas. O que não foi dito, depois, é que no ano de 2015, os concursados que não haviam sido efetivados até então, seriam chamados não para efetivarem, mas sim para se tornarem Categoria O. Funcionários concursados precarizados! Sobre evolução funcional, eu, que tenho mestrado, estou há um ano pedindo mudança de nÃvel e meu processo, como de todos que pediram está PARADO! Isso sem contar os cortes de verbas!
Esse editorial é que é totalmente descabido! Pode-se pensar que pedido de aumento de 75% seja irrealidade, mas isso é uma meta da categoria, meta polÃtica, para negociações. Uma das reivindicações do professorado é o FIM DO BÔNUS, visto que esse não é ganho efetivo, salarial para todos, incorporado ao nosso holerith. Esse bônus de R$1 bilhão é, até o momento, promessa e promessa a ser paga em 2x, em parcelas. Nada garante que REALMENTE SEJA PAGO.
O governo anterior, que é o mesmo atual, pagou a reposição das perdas com a inflação do governo Serra, e levou 4 anos para isto. Lutamos pela reposição das perdas salariais, que é LEI. O jornaleco tucano não fala que reivindicamos uma REPOSIÇÃO , da atual administração - e viva o trensalão e o HSBC!
Para quem quase quebrou o paÃs e a Petrobras para re-eleger a Dilma, atazanar a vida dos alunos de SP é café pequeno. Atos de nobreza não fazem parte do DNA da esquerda.
Eu sou professor e não sou de esquerda, estou de greve porque não acho razoável um servidor público, concursado, com nÃvel superior, receber dois mil e quatrocentos reais (no meu caso dois, pois só tenho trinta horas). Faço greve porque preciso de um salário justo e porque tenho o direito de reclamar e lutar por condições dignas.
Sugiro que vá dar aulas em escola pública, com salas superlotadas, salário baixo, violência escolar, sem estrutura e, depois, somente depois dessa experiência, venha aqui dizer que os professores são um grupo que querem atazanar os alunos.
É claro que tentar corrigir a grande defasagem salarial dos professores em um perÃodo de tempo de 2 ou 3 anos é tarefa muito complicada, porém mais cedo ou mais tarde teremos que atuar radicalmente, pois como pode um profissional que recebe um salário de 800 dólares apresentar perfil e motivação para colaborar na educação e no ensino de algumas dezenas de jovens que são o futuro do paÃs. A baixa produtividade do trabalhador brasileiro está ligada diretamente a preparação inadequada dos jovens!
O Editorial está certo. A atuação da Associação dos Professores do Estado de São Paulo é apenas polÃtico-partidária-ideológica. Que se dan/em os alunos, os pais, o futuro do Brasil.
Fale por si mesmo, aderi à greve porque acho difÃcil passar o mês com dois mil reais, não por causa de sindicato ou partido.
“Como é que, sendo as Crianças tão Inteligentes, a Maior parte dos Homens é tão Estúpida? Deve ser fruto da Educação.” - Alexandre Dumas
Fruto da educação dos pais, Bobby pai!
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