Hélio Schwartsman > Moral e energia Voltar
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Lamento informar que o reducionismo nunca é útil para compreender nada. Desvia a análise para áreas e categorias erradas como pode-se ver claramente pela a afirmação da relação de causalidade entre a forma de capturar energia e a moralidade. Com reducionismo quÃmico conseguiu a façanha de ser pior do que o reducionismo biológico a qual os leitores desta coluna estão acostumados. Se não fosse o suficiente, compara esta tese reducionista do Morris com o conceito social de modo de produção do Marx.
O grau de civilização de qualquer época ou de um povo é medido pela capacidade de utilizar energia para preencher as necessidades humanas. Se civilização e energia andam de mãos dadas, não é exagero afirmar que se a energia disponÃvel no futuro, como o petróleo, for menor do que a disponÃvel no presente, a humanidade corre o risco de retroceder do ponto de vista do grau de civilização adquirido até hoje, a não ser que sejamos capazes de inverter a curva tecnológica da geração de energia.
A grosso modo isso me parece pertinente. Só não concordo que caçadores-coletores tinham baixa tolerância a diferenças de riqueza. Ora, caçadores-coletores não tinham riqueza, não acumulavam riqueza e capital, viviam da mão para boca, sua poucas propriedades eram suas armas de caça e guerra. Também não concordo que toda moral é determinada pela forma como capturamos energia. E, claro, tem semelhança com a visão de Marx de infraestrutura determinando superestrutura, o que, no geral, é correto.
papo rápido: colunista super inteligente, de papo legal, que em geral sabe aproveitar bem as coisas que capta no ar, brindando-nos com colunas 10. Não obstante, trata-se evidentemente de uma fórmula. E, como não poderia ser diferente, essa fórmula às vezes denuncia seu esquematismo. No caso, o livro e sua tese principais devem ser bons, o assunto interessa aos leitores - mas tudo é colocado de maneira breve e um pouco pobre, denotando que o formato não é apropriado à discussão (muito curto).
Me parece bastante óbvio que o modo como se vive e se produz determina as estruturas polÃticas e institucionais; um sistema feudal não poderia ter as instituições e modos polÃticos de uma democracia liberal moderna e vice-versa, claro que não funcionaria. Onde Marx errou foi quando começou a fazer inferências e previsões descabidas a partir dessa visão, em princÃpio correta. Aà transformou-se de pesquisador e intelectual em profeta e meteu os pés pelas mãos com sua dialética materialista tosca.
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