João Pereira Coutinho > Quem tem medo de Houellebecq? Voltar

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  1. zarkov

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  2. Quero lula preso!

    Shaul, concordo em número, gênero e grau com seu comentário. Realmente "caridade, esperança e apoio" são encontrados em milhares de outros lugares, mais capacitados inclusive. Mas essa "possibilidade do individuo ser absolvido por quaisquer ações, não importando quão horrendas", realmente é um "passe-livre" que as religiões fornecem para os psicopatas.

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  3. Jorge Burckhardt

    Antônio Eduardo, se me permite a sugestão, indico 'A Crise do Mundo Moderno', de René Guénon, e 'A Unidade Transcendente das Religiões', de Frithjof Schuon, para entender esta perspectiva que concilia o conhecimento mais fino, ou a filosofia mais universalista, com a espiritualidade mais pura. Aí se entende por que Shakespeare ou Dante, Goethe, Guimarães Rosa ou Bach, não foram a7eus, mesmo eventualmente tendo de se haver com a superficialidade-sentimentalismo de religiosos.

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  4. Jorge Burckhardt

    Os patrimônios intelectuais das tradições religiosas do mundo são imensos. Se v. tira a doutrina do Cristo, ou a do Buda, ou a de Maomé, da história, fica um buraco impossível de ser preenchido. Aqueles que dizem que sem este legado, de Agostinho a Dante, de Ibn Arabi a Avicena, de Salomão aos cabalistas, de Platão a Shankara -- todos adeptos de uma ou outra crença tradicional -- o mundo estaria melhor, não sabem o que falam. Eles não têm ideia do que seja a natureza humana.

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  5. Jorge Burckhardt

    Antônio Eduardo: As religiões existem para isso, para falar a 'todos' os tipos de homens, independentemente do nível intelectual. Mas elas falam também aos que têm discernimento -- não diretamente, mas por meio de 'parábolas'. Entendo um certo tipo de reação de gente inteligente aos excessos de sentimentalismo dos religiosos. Mas, se Platão e Aristóteles, que eram certamente inteligentes, tinham religião, por que não nós? Todos os grandes intelectos, de várias civilizações, seguem este padrão.

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  6. Jorge Burckhardt

    Será que Jesus, o Buda, Moisés e Maomé, todos fundadores de grandes tradições, não sabiam o que faziam? Essa panela de fundamentalistas do ateísmo é mais sábia do que eles? A perversão e a depravação humanas são o bastante para explicar nossas misérias. E se as religiões não são totalmente inocentes -- "Por que me chamais bom? Só Deus é bom", disse o Cristo --, é graças a elas, com seus exemplos de sabedoria, amor e compaixão, que as coisas não estão muito piores...

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  7. Jorge Burckhardt

    Para uma visão penetrante e original das contribuições intelectuais, espirituais, culturais e artísticas do Islã, pode-se ler (em português): - o alemão Frithjof Schuon ('Para Compreender o Islã' ; 'Forma e Substância nas Religiões'); - o britânico William Stoddart ('Lembrar-se num mundo de esquecimento'); - e o brasileiro Mateus Soares de Azevedo ('Homens de um livro só'; 'A Inteligência da Fé: Cristianismo, Islã, Judaísmo').

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  8. Jorge Burckhardt

    O que Melinda chama de 'ameaça' não vem de fora. Vem de dentro. Do ponto de vista científico, tecnológico, militar e midiático, o Islã não é páreo para o Ocidente contemporâneo (como foi até um passado não muito distante). Mas o Ocidente se perdeu num relativismo e num ateísmo suicidas. A arte moderna mostra com todas as letras o estado catatônico das elites ocidentais. O que nos ameaça é o caos interno, não a ameaça externa de outra civilização.

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  9. Melinda

    O livro é ótimo. O Ocidente vai entregando seus valores sem luta, sem dar valor a tudo o que foi necessário para que se tenha, há muito pouco tempo e em pouco lugares, garantias mínimas de liberdades individuais, de direitos das mulheres, etc. É como se, enfastiados, perdessem o gosto. Além disso, não há coragem para dizer o nome da ameaça, pois não é correto.

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  10. Dewey

    Parafraseando o Bill Shakspeare, much ado about nothing, ou muito barulho por nada. A França vai muito bem obrigado. Como não consegue criar personagens minimamente interessantes, mesmo exagerando nas passagens de sexo, o autor tenta criar um clima que, de tão inverosímil, acaba descambando para o lado do r-idículo.

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  11. Jorge Burckhardt

    Se as religiões são 'crettinas', como escreveu o Houllebeck, quem presta? Ora o Mosaísmo está aí com o Gênesis e os livros sapienciais do grande Salomão; o Cristianismo está aí com os profundos Evangelhos de João e de Mateus e as cartas de Paulo; o Islã está aí com o Corão e os mestres sufis. Isso tudo há milênios, ainda informando, formando e fascinando as gerações inteligentes. O que Houllebeck propõe como alternativa? Quem é crettino?

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  12. EIer

    A vida nunca teve sentido,se um dia teve um sentido,foi uma farsa fabricada pela engenhosidade humana.Todos temos que crias para nos mesmos,todas as manhas,um sentido para estarmos vivos.A espiritualidade e so uma fuga,para nao se reconhecer o vazio do mundo.

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    1. Jorge Burckhardt

      se a vida não tem sentido, qual o sentido de v. ler livros e jornais? Por que então escrever para este espaço? V. é só mais uma fariseu.

  13. svarat

    Uma sociedade sem força espiritual é uma sociedade sem força moral, e se não tem força moral entra em decadência. É o resultado inevitável do niilismo. Outro dia li uma entrevista muito boa do Houellebecq no jornal O Glo bo em que o entrevistador lhe pergunta sobre um renascimento do sentimento religioso, e ele responde que percebe algo assim, entre outros motivos pela percepção de alguns de que uma sociedade sem religião é inviável.

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    1. luizpereira

      nunca existiu essa ligação obrigatória entre espiritualidade e moralidade

    2. siser

      Amém! Que barbaridade o mundo ainda precisa passar para convencer os incrédulos.

  14. Guriatã

    De fato ,o capitalismo é um regime muito pobre em sonhos, em devaneios,só faz o cidadão pensar em grana, em plata,todos de jeans e de camiseta,quanta independência,quanta imaginação,quanta liberdade.

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    1. luizpereira

      não se preocupe com isso. nos seus sonhos, o governo paga atá as suas calças.

    2. svarat

      E o socialismo, faz pensar em quê? Em glorificar o Estado e os guias geniais do povo? Prefiro grana, jeans e camiseta. Quanta independência, imaginação e liberdade há nos países socialistas?

  15. teixeira

    Submissão é profético.

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