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  1. Marquinhos

    Tem certeza de que você não é botafoguense?

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  2. Montaigne

    Trecho da coluna do Clóvis Rossi, que resume tudo: "O que emperrou fundamentalmente a situação na Grécia é que seus credores demandavam ao país duas coisas contraditórias: continuar a fazer ajustes, reduzindo os custos [de seus salários, por exemplo], e ao mesmo tempo pagar a dívida". Não funciona, do que dá prova a própria Grécia: a dívida pública em 2008, quando se iniciou a crise mundial que logo engoliria o país, era de 113% do PIB; ao terminar 2014, estava em 177%.

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  3. Montaigne

    Ao que parece, mais uma vez os institutos de pesquisa, geralmente ligados ao pensamento conservador e dos endinheirados, tentaram induzir a população a votar no 'sim'. O 'não' foi o mais lógico depois de 5 anos de crise econômica profunda. Agora é hora de trocar de remédio. Os gregos mostraram que não são masoquistas.

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  4. Biotherm Homme

    Na Europa, a proliferação dos partidos populistas esquerdistas prende-se, sobretudo, ao sul do continente, cujas sociedades e economias são muito mais parecidas com as latino-americanas do que gostam de concordar (o sul europeu só se tornou verdadeiramente democrático ao final da guerra fria). Lá e aqui, a política e economia se entrelaçam com força e a igual formação católica não impregnou no coração de suas populações o espírito do capitalismo como no norte da Europa e da América.

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  5. cardoso

    Sem entrar no mérito do que seja melhor para a Grécia, o resultado do plebiscito, que desmentiu de forma cabal o prognóstico deste colunista, evidencia a mediocridade deste e, de modo geral, de todos "analistas" brasileiros de política internacional. E ainda há quem pague pela opinião dessas peças. O pior é que nada "indicava" a vitória do "sim", a não ser o desejo do Sr. Magnoli. Quando ele escreveu o artigo, todas as pesquisas davam empate técnico.

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  6. Craig

    Engraçado, achei que os governos dos EUA mantiveram um bloqueio contra Cuba e até promoveram uma invasão do pais para derrubar o governo – tudo em nome da democracia, naturalmente. E quando o Churchill, paladino dos direitos sindicalistas, disse a respeito do vitorioso governo bolchevique que, “temos que estrangular esse bebê enquanto está no berço!”, ele estava zelando paro o bem-estar do povo soviético. Aprendo muito com o Magnoli.

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  7. Ronaldo

    O Magnoli, para variar, tem respostas certas, absolutas e definitivas para tudo e para todos.

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  8. Antonio Catigeró Oliveira

    Ninguém precisa pensar em pátria, mas qualquer um -- seja um País, uma empresa ou cidadão de qualquer lugar do Globo Terrestre -- precisa pensar em quanto vai custar o empréstimo feito em um banco. Não é mais simples assim?

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  9. teixeira

    Uma sucessão de governos irresponsáveis garantiu para os gregos um padrão social de primeiro mundo em uma economia de quinta. Sustentaram esta situação com empréstimos cujas condições eram conhecidas. Eles é que foram aos banqueiros e não o oposto.Na hora de pagar a conta não o fazem, pedem mais dinheiro e põe a culpa no capitalismo selvagem.Deveriam ter aproveitado a oportunidade e recursos para aumentar a produtividade mas gastaram e esbanjaram em benefícios sociais.

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  10. Montaigne

    Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de economia em 2001: “Devemos ser claros: quase nada do montante enorme de dinheiro emprestado para a Grécia foi de fato para lá. Ele foi para pagar credores do setor privado - incluindo bancos franceses e alemães. A Grécia pegou apenas uma miséria, mas pagou um preço alto para preservar o sistema bancário destes países (...) Mas novamente, não é sobre dinheiro. É sobre usar prazos para forçar a Grécia a se ajoelhar e aceitar o inaceitável."

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    1. Peter J

      Montaigne. Eu escrevi ipsis litteris abaixo: "Não há dúvida de que a política de austeridade imposta e reinante não resolveu o problema. Mas, que antes da imposição houve desperdício e gastança insustentáveis pela economia do país é histórico." Então, parece-me que estamos de acordo neste ponto. Quanto ao monitoramento, eu quis dizer que os habituais chauvinistas de plantão começariam com a baboseira habitual de soberania nacional etc., etc. Evidentemente, seria necessário. Bom domingo.

    2. Montaigne

      A falta de austeridade, má gestão, ocorreu antes de 2010. A partir de então, a Grécia passou a adotar a política de austeridade determinada pelo BCE e FMI. Isso, conforme foi dito por Krugman, fez derrubar as receitas públicas aumentando ainda mais a dívida grega. Qto ao monitoramento, isso não é invasão de soberania; é apenas uma verificação específica da aplicação e destinação dos recursos emprestados, se este não está sendo desviado. É uma verificação legítima por parte de quem empresta.

    3. Peter J

      Permito-me observar que estes seus últimos comentários contradizem a observação anterior de que não houve "falta de austeridade". Com muita justiça.

    4. Peter J

      Em princípio, você tem razão. Mas, você já pensou no aspecto político? Monitoramento, pelos próprios bancos ou por qualquer órgão externo, poderia e seria interpretado como ingerência em assuntos internos do país e atentado contra a soberania.

    5. Montaigne

      Deveria haver no direito internacional algum sistema de proteção às populações de países menos favorecidos, contra os erros e abusos da própria elite política nacional inepta e corrupta, quando esta tomar empréstimos exagerados ou irresponsáveis, contando muitas vezes com a complacência da elite bancária internacional na forma culposa (por não fiscalizar corretamente a aplicação dos recursos) ou dolosa (como agiotas para se apossar das riquezas do país ou sangrá-lo a qualquer custo).

    6. Montaigne

      Embora seja claro que os gregos são responsáveis por sua própria tragédia, não se pode excluir certa responsabilidade dos líderes da UE e bancos que emprestaram para a Grécia. Eles deveriam saber para quem estavam emprestando. Não monitoraram devidamente a aplicação dos recursos. Agem agora como agiotas, tentando sangrar o país a qualquer custo para reaver as dívidas. A UE e bancos são co-responsáveis por emprestarem tanto para uma elite inepta. Devem assumir parte da dívida.

    7. Peter J

      Obviamente, no sistema capitalista dívidas com o setor privado têm que ser pagas. Bens comprados com financiamento de ba ncos privados foram para Grécia. É inerente ao sistema. As dívidas foram assumidas e devem ser pagas. Concordo plenamente que os prazos tem que ser renegociados para o país sair de onde está. E tenho certeza que serão. Porém, os erros não devem se repetir. Em último caso quem sabe a Grécia pode seguir o exemplo cubano e recorrer ao BN DES rsrs.

  11. Montaigne

    Paul Krugman, prêmio Nobel de economia em 2008 : “Se você juntar todas as medidas de austeridade, elas foram mais do que suficientes para eliminar o déficit original e o transformar em um grande superávit. E por que isso não aconteceu? Porque a economia grega colapsou, em grande parte devido a esta mesma austeridade, derrubando as receitas com ela." - O fato inquestionável é que cinco anos seguidos de política de austeridade não deram certo na Grécia, só fez afundar a economia do país.

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    1. Peter J

      Continuando. Poderia-se traçar uma analogia com o Brasil. Contexto internacional favorável, gastança além das possibilidades. Depois contexto internacional desfavorável com continuação da gastança. O resultado está aí inclusive a tão almejada e decantada desvalorização cambial. Veremos se e quanto resolverá.

    2. Peter J

      Eu escrevi que o assunto é discutível. Ovo ou galinha. Não há dúvida de que a política de austeridade imposta e reinante não resolveu o problema. Mas, que antes da imposição houve desperdício e gastança insustentáveis pela economia do país é histórico. Concordo que a economia grega não estava (e talvez ainda não esteja) em condições de fazer parte da zona do Euro. Alguns países da UE, sabiamente, optaram por não entrar. Se a Grécia saísse da zona e permanecesse na UE não seria nenhum desastre.

    3. Montaigne

      Cuidado com as generalizações. O que é certo em um momento pode ser errado depois. O que vinha sendo bom para a Argentina até 2009, depois de sua grave crise de 2001 e contando com a ajuda da expansão mundial, depois, com a retração econômica mundial, a política meramente expansionista, sem focar também em produtividade e competitividade pelo lado da oferta (erro tb do Brasil), não foram mais suficientes. Política econômica não é ciência exata. Contém especificidades locais bem variadas.

    4. svarat

      O problema é que a economia grega é fraca e improdutiva e os gregos estavam vivendo acima de suas possibilidades com dinheiro emprestado. Agora chegou a conta, é simples assim , o resto é conversa mole. E o Krugman há muito tempo que só fala besteiras, mais comprometido com ideologia do que com a boa ciência econômica, tanto que em 2009 exaltava o desastre argentino como um caso de sucesso.

    5. Montaigne

      Observação. Não houve falta de austeridade. Isso é inverídico. A Grécia vem atendendo a política de austeridade prescrita pela troica (CE, BCE e FMI) desde 2010. A questão, conforme salientado, é que essa austeridade vem derrubando as receitas públicas, aumentando mais ainda as dívidas do país. Continuar do jeito que está será como permanecer no inferno sem sentido de Sísifo.

    6. Montaigne

      Mesmo que admitamos que tenha havido má gestão, pedaladas fiscais na Grécia antes e após a sua entrada na UE, mais austeridade não resolverá o problema da Grécia. Como disse Krugman, toda essa austeridade somente levou as receitas públicas para baixo, ampliando mais ainda o déficit público. A Grécia não tem condições competitivas para permanecer na UE. Ela precisa de uma desvalorização cambial para desestimular importações e estimular exportações, reanimar a economia e reequilibrar as contas.

    7. Peter J

      Assunto discutível. Há quem diga, e esta é a opinião predominante na UE, que a economia começou a entrar em colapso por falta de austeridade. Gastança além da conta. Uma vez no fundo do poço a saída é penosa.Vão precisar de mais dinheiro injetado pela UE. Mas, para sair do buraco terão que investir, produzir e gastar com parcimônia. Para cada Krugman e Stiglitz existem muitos outros economistas com opinião contrária. A Grécia precisa de ajuda, mas tem que aproveitá-la fazendo o dever de casa.

  12. Montaigne

    É impressionante o simplorismo do Magnoli. Não se trata de reduzir a questão da Grécia em comunista x capitalismo, em saudosismo de antes da queda do Muro de Berlim. O que se critica é a ditadura financeira do BCE e FMI. Até prêmios Nobel com Paul Krugman e Joseph Stiglitz tb criticam isso. Não se questiona a liberdade de iniciativa privada ou o capitalismo em si, mas sim uma visão extremada que privilegia os interesses de grupos financeiros em detrimento do bem-estar da população.

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  13. loko

    3 '' - Num momento de crise internacional, levantar uma CPI contra a Petrobras é ser pouco patriota", pontificou o então presidente L51 nos idos de 2009. -- Sempre é bom relembrar a história (e verificar seus motivos)!!!

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  14. loko

    2 - alerta Dominique Strauss-Khan, ela precisa "confrontar a oligarquia, os interesses escusos e o Estado profundo". É bom mesmo prestar bastante atenção porque de ZONA ele entende!!

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  15. loko

    1 '' o Syriza ... culpam a Alemanha pelo incapacitante endividamento de seus países.'' - Realmente, a Alemanha estava preste a declarar guerra à Grécia se eles ñ aceitassem os "empréstimos", que obviamente, não queriam absolutamente!

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  16. Peter J

    Excelente artigo para deleite dos bolivarianos.

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