Luiz Felipe Pondé > Glória e coragem Voltar
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É engraçado (patético) como antagonizam tanto o Pondé e o Duvivier. Aposto que um aprecia o texto do outro, assim como eu aprecio ambos (e claro que nem sempre concordo com um ou outro). Penso que ambos escrevem sobre coisas tangenciais, mas de ponto de vista diferentes.
Todo mundo esperando uma lixada no "garotinho do verso" e o Professor se sai assim, na maior dignidade. Não há desprezo maior do que a total desconsideração pelo que por aà rasteja. Honrou a nossa classe.
Caro Pondé, caro professor: quem o acompanha(e tenho este privilégio) sabe da urgência de sua fala. Somos pó e pedra; e na imanência só cabe mesmo a cena relatada. Chupa esta, esquerda leblon !
Se estas mulheres, fossem sicilianas, tempos depois, não sobrariam nem sombras dos saqueadores.
Certamente tal posição onde as mulheres foram e são colocadas como objetos da tutela de homens não é algo estrangeiro a nossas almas. Certamente, tb, toda civilização tem suas barbáries e violências, mesmo que adocicadas pela eficácia e manipulação. É exatamente pela inexistência do "bom selvagem" que devemos lutar com todas as forças por uma cultura onde seres humanos não sejam objeto de tutela, seja patriarcal ou estatal. Paradoxalmente, isso passa pela ação do Estado que coloniza mentes.
Pode ser mediado pelo Estado, apenas; pois os verdadeiros protagonistas de uma mudança são aqueles cuja evolução os dotou de consciência, senso crÃtico e empatia.
O texto nos relembra nossa natureza animal. A mesma história pode ter passado entre amerÃndios, vikings ou tribos afros. Não podemos apagar nossa história evolutiva. Mas podemos, sim, conscientes das forças evolutivas que moldaram nossa espécie por centenas de milhares de anos, construir sociedades com compaixão e respeito ao próximo. Para isso construÃmos o que chamamos civilização. A vida civilizada também é o resultado do processo evolutivo. A volta à barbárie, como o Estado Islâmico, não.
O problema, me parece, é que civilização alguma apaga o que vc, LP, chamou de natureza animal. Ela não é curada pela "evolução"; no máximo, pode ser recalcada e controlada, com todas as consequências incontornáveis que disso advêm. Ao menos é o que deve pensar um freudiano convicto como Pondé.
Com a sensibilidade e a independência que lhe é peculiar, Pondé não costuma livrar a cara de ninguém. Nem mesmo a sua! Como conhecedor da riquÃssima e complexa cultura judaica, bem que poderia nos brindar comentando “O Julgamento de Viviane Amsalem”. Sem aliviar nas tintas, obviamente.
E o bom selvagem de Rousseau, com isso, vai para o lugar de onde nunca deveria ter saÃdo, a lata do li xo.
Texto à altura do Rocinante, parceiro e alma gêmea do autor .
Caro Pondé, Por favor, dê uma chance ao Greg. Os textos desta segunda (07/09) talvez sejam o auge desse contraste entre a concretude hobbesiana (sem apologia) e a ingenuidade rousseauniana forjada pela esquerda-Leblon. Parabéns por mais um texto contundente. Quem acompanha seu trabalho entende que seu pessimismo é mais condizente com a humanidade do que certas ficções polÃticas que insistem em sobreviver a inúmeras evidências históricas.
desculpe, Gava, minha resposta ao "careca" saiu no lugar errado...
Merece resposta quem nem sabe concordar sujeito com predicado?...
Como um txt que referencia a leveza da tragédia pode ser considerado rousseauniano? Para mim, ambos os txts falam que pouco importam esperanças de sentidos maiores em meio à tempestade sem sentido da vida. Nos restando afirmar a vida em meio à cruel tragédia do mais frugal dia a dia. A tragédia é libertadora ao destacar o que há de intempestivo e impulsivo em nossas sinas que se acreditam demasiado civilizadas e sãs. Onde está a contraposição?
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