Bem lembrada a frase do grande Barão: "Nada mais ridículo e inconveniente do que andar um diplomata a apregoar vitórias". Onde se lê "diplomata" leia-se também juízes, desembargadores, tão apegados ultimamente aos holofotes, aos prêmios, à adulação da mídia. Gaspari critica legal na superfície mas deixa de tocar nas raízes da deriva popular e nacionalista da América Latina. Elites louquinhas pra se entregarem aos encantos do alto capitalismo internacional, vendedoras do destino de seus países.

Análise lúcida, como habitualmente. Apenas questiono o endosso implícito ao termo "bolivarianismo", que na minha opinião não passa de uma tentativa --parcialmente bem-sucedida-- de usurpar o prestígio de uma figura histórica em benefício dos inquilinos de turno no poder. Apreciaria que o colunista tratasse do assunto --certamente o faria bem melhor do que eu posso.

Um interessante impasse diplomático. Macri quer que a Venezuela liberte os oposicionistas antes das eleições no país, para garantir o status de "regime democrático" a Caracas. Ora, se os bolivarianos fizerem isso, vão dar razão a Macri e serão acusados em suas fileiras de "ceder à chantagem argentina". Macri será obrigado a cumprir sua promessa de campanha e solicitar a suspensão da Venezuela do MERCOSUL. Isso obrigará Dilma a se posicionar a favor de Macri ou de Maduro. Vai ter que escolher.

A indispensável alternância no poder foi sabiamente exercida pelos argentinos, sem alternância a democracia fica seriamente ameaçada, no Brasil é preciso acabar com a reeleição, partidos não podem se sentir donos do Brasil, nosso país não é quintal de partido político, quando isto acontece a tragédia vem junto como estamos assistindo agora.