Hélio Schwartsman > Em busca do tempo perdido Voltar
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“O valor das coisas não está no Tempo que elas duram, mas na Intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos InesquecÃveis, coisas Inexplicáveis e pessoas Incomparáveis.” - Fernando Pessoa
Gostei muito do texto. Por coincidência acabei de ler ' O Palácio da Memória de Matteo Ricci ' (Jonathan D. Spence) e logo nas primeiras páginas já me deparei com a frase de Agostinho em pleno século III - "Talvez possa-se dizer adequadamente: existem três tempos; um presente de coisas passadas, um presente de coisas presentes e um presente de coisas futuras." C.
Tempo existe, pelo menos na vida real, os conceitos da fÃsica não servem para o dia a dia, servem para a ciência. Tempo é bem escasso, tem que ser bem utilizado. Dizem que dinheiro não compra felicidade, compra tempo, quem tem dinheiro contrata quem lhe faça as tarefas chatas e ganha tempo livre.
O tempo é a dinâmica do espaço. Num espaço estático não poderia haver a ideia de tempo. O espaço é dinâmico por sua própria natureza, e a essa caracterÃstica do espaço, de ser dinâmico, damos o nome de tempo. Pode ver que até a maneira como medimos o tempo,está relacionada à dinâmica espacial do nosso entorno, do sistema solar. Em última análise, como já havia intuÃdo Kant, espaço e tempo são apenas as condições estruturais da sensibilidade, da percepção, e não realidades ontológicas.
Leibniz, à frase preferida dos empiristas, "não há nada no intelecto que não tenha derivado dos sentidos", acrescentava: exceto o próprio intelecto. Já assim prenunciando a razão pura de Kant. Ele também já dizia que o espaço e o tempo são apenas fenômenos, modos com os quais a realidade aparece a nós, e não duas entidades, ou propriedades ontológicas das coisas.
É esse o cerne da "Critica da Razão Pura", obra maior da epistemologia: as formas a priori através das quais a mente organiza a sensibilidade transformando-a em percepção e conhecimento. Se assim não fosse, o que perceberÃamos seria apenas uma massa informe de sensações sem qualquer sentido.
São as formas "a priori" através das quais são possÃveis a percepção e o conhecimento.
Pra não dizer que não falei da fÃsica, o tempo é importante na Lei da Inércia, que é a tendência de um corpo que está em movimento, PERMANECER por um tempo em movimento, ou em repouso, permanecer em repouso. Já está embutido o princÃpio de eternização.
Essa busca é algo inerente a todo o cosmo, tudo busca eternizar-se. É um dos pontos ótimos, o ponto ômega da biologia de Teilhard Chardin. Um Ser Absoluto que está em processo parece chamar tudo para esse paraÃso final.
Uma doença que tem o tempo como fator fundamental é o alzheimer, que cada vez mais vem fazendo parte do cotidiano. Precisamos voltar aos estudos sobre a reminicensia das imagens, caro ao platonismo.Uma área atual e por demais interessante são as interações hormonais dos neurotransmissores. Como eles agem para preservar a memória. A necessidade de preservar a memória é a busca principal do estudo do alzheimer. Essa busca é algo inerente a todo o cosmo, tudo busca eternizar-se.
Uma área em que a preocupação com o tempo é fundamental é a biologia. Seja arqueológica, com a análise das famÃlias e ramos evolutivos dos seres vivos, seja na medicina, com as doenças relativas aos vários estágios da vida, desde o nascimento, adolescência, idade adulta, senilidade e morte. Uma doença que tem o tempo como fator fundamental é o alzheimer, que cada vez mais vem fazendo parte do cotidiano. Precisamos voltar aos estudos sobre a reminicensia das imagens, caro ao platonismo.
Sugestão de pauta: porque parte da imprensa exige dos procuradores conduta infalÃvel e ao mesmo tempo aceita, pelo silêncio, que advogados usem todos os artifÃcios (inclusive a mentira, a falsidade, a destruição de reputações, etc)???
Escrever uma coluna diária parece não ser tarefa fácil nem para o grande Schwartsman. Com o Brasil em ebulição não encontrou melhor tema para a coluna de domingo?
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