Discordo da tese. Fanáticos são os que tem o comportamento moral mais enviesado. Estão mais preocupados com a aparência de virtude perante os demais "irmãos", pois às escuras podem ser ainda mais depravados do que a média. A situação se agrava quando se constata a segregação. Atribuo esse fenômeno à dissonância cognitiva provocada pelas incoerências lógicas e factuais de todo sistema doutrinário baseado em dogmas.

Penso que as primeiras ideias sobre deuses devem ter surgido quando o Neandertahl, apavorado em sua caverna, observa a tempestade furiosa, com raios e trovões que ele não consegue entender. A ideia de que o causador de tudo aquilo é um ser mágico todo poderoso, é desenvolvida mais tarde, torna~-se a base de uma religião. É claro que o acima é uma grande simplificação de fenômenos bem mais complexos; ao longo dos séculos, aparecem centenas de deuses. Nenhum merece qualquer credibilidade !!!

(cont.) que evidências empíricas sustentam a crença na reencarnação

Espinosa faz filosofia, e não teologia. Ele é também um filósofo interessantíssimo, e um dos filósofos mais radicais de toda a história da Filosofia ocidental. É também, muitas vezes, um filósofo difícil , que exige uma leitura muita atenta e também muita leitura do que já se escreveu sobre ele. O século XX foi pródigo na bibliografia espinosana. Ler Espinosa é uma experiência libertadora, que eu recomendo a todos que se interessam pela Filosofia. Pra terminar: você ainda não disse (cont.)

(cont.) as causas dos fenômenos que nos afetam. Para Espinosa, Deus é a substância única e tudo o mais que existe são modos dessa substância. Em uma passagem famosa da ``Ètica``, Espinosa escreve``Deus sive Natura`` , isto é ``Deus ou a Natureza``. Deus não é juiz, não governa , não julga, nem, premia ou condena. Deus é simplesmente a Natureza e suas leis, das quais nada escapa. . Não há céu, nem inferno, nem imortalidade da alma, pelo menos não no sentido de sobrevivência individual (cont.)

Prezado Analista MG, não há justiça divina. A crença em uma justiça divina deriva da crença em uma entidade dotada de vontade, consciência, senso de justiça, cognição , emoções, etc, ou seja, uma entidade antropomorfizada, feita à nossa imagem e semelhança. Sou leitor do de um dos mais interessantes e um dos maiores filósofos da história da Filosofia , Espinosa. Segundo Espinosa, essa crença deriva da superstição, do preconceito, do medo, da ignorância humana sobre as causas dos (cont.)

A ideia da reencarnação implica na crença da existência do que a tradição chama de alma e em em crença suplementar, a imortalidade da alma. Ora, essas duas crenças são como a crença em Deus ou deuses. Como provar a existência de Deus ou, por outro lado, provar que Deus não existe? Esse tipo de crenças está completamente fora do alcance da investigação científica e é, por definição, algo impossível de confirmação. Resta a crença, mas crer, seja lá no que for, não é garantia de veracidade ...

Ao Analista MG: quais seriam as evidências da reencarnação?

Ao senhor svarat: Gregos e romanos não tinham uma religião oficial, no sentido em que entendemos isso hoje. Não havia nenhum livro sagrado, entendido como expressão de uma verdade única. Os romanos eram extremamente tolerantes com crenças estrangeiras e chegaram mesmo a erigir um templo , o Panthéon, dedicado a todos os deuses. Panthéon, aliás, é expressão grega e significa justamente, `` todos os deuses``. Gregos e romanos eram pagãos. Quem é mesmo selvagem e brutal?

crença não é saber, nem conhecimento. Há uma grande diferença entre essas duas afirmações: 1. eu acredito que deus existe e 2. Eu sei que deus existe. Eu sei que vírus , bactérias e fungos existem, embora sejam invisíveis para o olho nu, porque há uma quantidade enorme de evidências empíricas que confirmam a existência desses organismos, mas eu não posso saber que deus existe. Tudo que se pode fazer é crer e crer não é garantia de veracidade da crença ...

Fé e razão não dialogam. As três religiões monoteístas (mas não apenas elas) baseiam-se em postulados incompatíveis com a racionalidade: um deus em três pessoas, um parto sobrenatural (ou supernatural, se quiserem) um filho de deus, isso só pra falar do Cristianismo. Prefiro a filosofia de Espinosa e seu Deus ou a Natureza... Faz muito mais sentido do que o deus pessoal das crenças das religiões do Livro ...

A diferença básica entre o ateu e o crente é só na busca por evidências. Podemos mais ou menos comparar com o político e seus eleitores. Enquanto para os eleitores cegos bastam promessas para acreditar, para os políticos até uma montanha de evidências são insuficientes para acusá-lo de praticar atos ilícitos

Neste ponto não dá para ser tão materialista assim. Meu pensamento é mais desenraizado, pois "mistérios sempre hão de ficar por aí".C.

"Um metafísico é um Cego num quarto escuro à procura de um Gato P.reto que não está Lá, e um teólogo é o tipo que encontra o Gato."

A existência tem sua finalidade.Segundo o Mestre Abdruschin, é dever sagrado do espírito humano pesquisar por que se encontra na Terra, ou por que motivo vive nesta Criação. Os humanos se acorrentaram a doutrinas fixas sem examiná-las, pois para isso foram dotados do livre-arbítrio e do impulso para pesquisar quem é,de onde veio, e para onde vai, em vez de aceitar cegamente a teoria inventada de nascemos para sofrer. A religação com a Luz da Verdade pelo saber, a busca da paz e da felicidade.

A tese desse cidadão me parece muito mais "achismo" do que ciência, está cheio disso por aí hoje, achismo travestido de ciência. Quanto à afirmação do colunista de que a religião hoje não seria mais necessária, nada mais falso. Os ateus pensam, equivocadamente, que o mal do mundo é a religião, se a religião acabasse o mundo seria ótimo. É um grande engano, se a religião, por acaso, acabasse mesmo, voltaríamos à brutalidade e à bestialidade do paganismo e isso não seria nada bonito.

"Deus é tão importante que se ele não existisse, nós teríamos que inventá-lo", disse Voltaire. A meu ver, a crença em uma Força Maior é inerente ao ser humano, seja pela via da fé em sua existência, seja pela via da negação de sua existência. A reencarnação (algo tão lógico!) é o caminho do reencontro com a primeira via. As pessoas que não crêem, incluindo aquelas do continente europeu, passarão por experiências reencarnacionistas futuras as farão passar para o lado oposto. Sem escapatória.