Ilustríssima > A utopia tropical de Eduardo Giannetti Voltar
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Nós já perdemos muito do nosso narcisismo grandioso com Copérnico. Galileu, Darwin. Mas, ainda queremos acreditar que somos os animais escolhidos especialmente por Deus. Mas, se existe algum sentido, é o mesmo reservado para um pernilongo, um vÃrus da hidrofobia, uma pulga, dinossáuros, mamiferos e vegetais. Um sentido cósmico especial para os humanos e um dos últimos refúgios ilusórios para o nosso narcisismo.
A identidade ou caráter social de um povo não se mede pelas diferenças, mas pelas semelhanças. Apesar das enormes distâncias existentes entre as diferentes regiões do paÃs, não é difÃcil ver os traços que nos unem como brasileiros. Uma dessas semelhanças é a nossa caracterÃstica de que, em condições normais de temperatura e pressão, sermos um povo que prefere evitar o confronto em prol da conciliação e da confraria. Exemplo, em vez de lutar pela nossa independência, preferimos compra-la.
Não existe nada sem fim e sem propósito, todo efeito tem uma causa, e o universo é um efeito. O próprio fato, como você disse, de que, por mais que tentemos, não conseguimos nos livrar de alguma metafÃsica, é um indÃcio de que é impossÃvel explicar a vida e o universo pelo materialismo puro e duro; e de que a consciência humana, por mais afastada que esteja, sempre guarda um vislumbre, uma apagada lembrança, de sua verdadeira origem.
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