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Reconheça, meu escriba favorito, que a PEC é a abdicação do papel do CN na alocação de recursos públicos, o que alguns incréus podem até achar merecido, dado o histórico lamentável até aqui. Por uma geração, nossos representantes vão ficar revolvendo migalhas, sem que isso seja sequer garantia de atenuação do espetáculo patético de quid pro quo. Acho que temos mais um mês pra "debater" essa e outras conjeturas. De resto, um prato cheio prum cara, digamos, atilado como o candidato Ciro Gomes.
Se deixar o “tacho” do jeito que está pode dizer que não há mais recursos, mas isso configura escolha ideológica da direita, porque, diferentemente do que o afirmado, “o Brasil já conta com uma carga tributária extremamente elevada para o seu nÃvel de desenvolvimento”, a colunista da própria Folha, Cláudia Collucci, informou que, “os 71 mil brasileiros mais ricos ... ganharam, em média, 4,1 milhões de reais no ano de 2013 e estão submetidos a uma carga tributária efetiva inferior a 7%.
O que há de novo é que agora teremos que respeitar o orçamento federal, mais até, teremos de fato um orçamento.Que Deus nos ilumine a todos.
É certo que já haverÃamos de ter cogitado do imposto sobre as grandes fortunas que o governo demitido de 13 anos sempre defendeu no discurso, mas como governou com as elites e a aristocracia, inclusive para outras coisas, nunca moveu uma palha para implementar.Todavia, agora, depois de tantas mentiras, teremos finalmente que respeitar o orçamento federal, e mais até, teremos um orçamento de fato.Que Deus nos ilumine a todos.
E por falar em John Rawls... com nossos polÃticos é difÃcil dar crédito ao véu da ignorância.
“O ser humano procura no mito uma forma de fugir de si mesmo. E para tal utiliza-se de todas as formas. Drogas, álcool ou mentira. Incapaz como é de adentrar em si mesmo, o ser humano se disfarça. As mentiras e as imprecisões lhe proporcionam alguns minutos de alÃvio, o mesmo conforto provocado por um baile de máscaras. Desta forma, destaca-se daquilo que sente e daquilo que vê. Inventa. Disfarça. Mitifica. Cria. Congratula-se por definir-se artista, (...)" Jean Cocteau.
O raciocÃnio seria perfeito se, dentre os seus pressupostos houvesse um posicionamento crÃtico acerca da estrutura da dÃvida pública, que consome uma fatia gigantesca de todos os esforços da sociedade, sem que se saiba do que é realmente constituÃda. Tampouco se fala na tributação de grandes fortunas, que se transformou em letra morta na Constituição de 1988. Portanto, sacrifica-se a sociedade em nome do adimplemento de juros aos rentistas.
É isso.
Reforma tributária não é uma opção também? Talvez, nesse paÃs tão injusto, onde a mÃdia e seus profissionais apenas ecoam a vontade dos mais ricos, realmente talvez não seja. Talvez a inflação tão injustificadamente alta também não seja uma opção. Pagamos mais juros da dÃvida pública do que somando investimentos de saúde, educação e ciência e tecnologia. Por favor, não feche dia argumentação em razões tão rasas.
Já se perguntou por que pagamos juros tão altos da dÃvida pública? Pense só um pouquinho que chegará a uma conclusão bem elucidativa. Na próxima vez quem sabe você não passe vergonha comentando.
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