Luís Francisco Carvalho Filho > Aborto no Brasil não deveria ser definido pelo Legislativo? Voltar
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Ou o descriminaliza ou o radicaliza... Que passe cada exame de sangue e urina por teste de gravidez. Se positivo a titular do exame recebe visita de equipe multidisciplinar afirmando que da gravidez tem que haver uma criança caso contrário será processada e ser condenada e presa... Haverá algumas milhões de mulheres presas, a maioria da classe mais rica (fazem mais exames), enfim, algo para não punir mais ainda os mais pobres.
Definido não sei, mas decidido tem que ser pela mulher.
O aborto é uma questão delicada e punÃvel como crime pelo nosso Código Penal, mas entendo que a decisão cabe ao casal e principalmente à mulher tendo em vista que o casamento, hoje, se resume em morar sob o mesmo teto quando ocorre, ou não, ou enquanto durar o relacionamento. Com isso acabariam "as clinicas clandestinas", independentemente da religiosidade ou religião. Apenas decisão de fôro Ãntimo, principalmente face a deformação do feto pela zika ou motivos alhures.
Essa questão leva a um grande dilema. Sou cristã, logo, contra o aborto, no entanto, é impossÃvel ignorar a realidade das mulheres menos favorecidas que mais são penalizadas, tendo que se submeter a procedimentos clandestinos que podem levar à morte de ambos, dela e do feto. Em minha opinião, todo religioso está a 0,30 côvados de distância da hipocrisia. Vigiemos, pois. "Examine-se o homem a si mesmo", como escreveu o grande apóstolo, e somente depois tentem tirar a trave dos olhos do próximo.
Acredito que abortar ou não é uma questão que cabe à mulher, dona de seu corpo. Está deve receber assistência médica para tal, além de aconselhamento médico e psicológico, e não ser torturada por médicos e polÃticos e religiosos. O Estado, na forma da lei talvez, poderia sugerir o aborto em casos de risco à vida da mulher e da criança, mas ainda assim a decisão final, creio eu, deveria ser da mãe, da mulher, ou do responsável em caso da mesma não poder decidir por conta própria
A religiosidade de uma parte do povo não pode ser desculpa para manter uma questão seria para as mulheres pobres na mão de um legislativo corrupto e inculto (como vimos na votação do impeachment). Este é um paÃs laico. E a hiprocrisia reina porque na classe média a "religiosidade" não impede Boss famÃlias católicas e evangélicas a recorrer a essa medida extrema e dolorosa quando a situação assim recomenda. As mulheres devem decidir porque é sobre elas que cai o peso das consequências.
Está mais que na hora de descriminalizar o aborto até três meses de gestação. Mas o obscurantismo impera neste paÃs.
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