Nesse mundo globalizado o último da fila a entender e a se justar, talvez faça o melhor por falta de espaço para fazer pior

Quem perfaz mesmo um governo democrático é o povão, e o nosso ainda dorme o sono da ignorância

Sou mais otimista. Acho que estamos passando por um claro processo de fortalecimento institucional, participação popular e efetiva democracia. Nosso real problema hoje é macro-econômico. A inépcia está causando a destruição de riqueza e o desalento dos brasileiros. A justiça começou a funcionar (cerceando a corrupção) e o processo político está sendo revisado. Se alinharmos os incentivos econômicos com juro moderado (4-5%) e câmbio de competitividade econômica internacional (R$8,8) cresceremos.

Outsider, zumbis e vampiros, constituem a situação atual. Pode parecer que se fingirmos que tudo será resolvido sem bons políticos, isto aconteça: o mais provável é criarmos um stalin, um hitler ou assemelhados. Vários destes estão incubando neste instante, tal qual o ovo da serpente.

O paradoxo é que quando havia claramente alguém no poder, respaldado por eleições diretas e popularidade, a inércia reinava. Agora que a situação é mais anárquica, há uma série de reformas em gestação. Mas muita coisa melhorou: os reservatórios estão mais cheios, a inflação baixou, a safra é recorde, o dólar baixou, os juros caíram. Até a seleção voltou aos tempos de glória das feras do Saldanha.

Na fase atual, economia e educação são a chave. Com a Globalização desequilibrada há complicações em muitos países e a população quer mudanças. No Brasil a corrupção agrava e pode levar ao abismo. A geopolítica dos grandes parece que foi costurada nos encontros do presidente dos EUA com Japão, China, Inglaterra e Alemanha. Falta a Fransca. Quanto aos mais frágeis vão tateando com teimosia em achar via própria, porém com as cobiças pelo poder e corrupção vão afundando e precarizando a vida.

Posso (e espero) estar errado, mas há uma razoável possibilidade de que o Brasil entre em decadência antes de se tornar desenvolvido. Os países não andam sempre para a frente, se tomam caminhos errados andam para trás também, como vemos hoje a Venezuela, e a Argentina desde meados do século passado. E o caminho mais errado que os países podem tomar é o do populismo, seja de esquerda ou de direita. Boa essa comparação da nova burocracia judiciária-policial com o moralismo jacobino do tenentismo.

Engano aqui é dizer que PT e satélites são “esquerda”. Não são. Aliados da pior direita oligárquica, ressuscitaram Sarney, Barbalho e assemelhados. Mas o resto está perfeito. Se o teto cair ficaremos ao relento da insolvência, caminhando pra hiperinflação. No limite, viramos Venezuela. A alta burguesia venezuelana mudou pra Miami. A brasileira não vai caber lá (já dizia Brizola, outro suposto “disquerda” que se encheu com a Odebréxe, naquela obra da Lagoa-Barra).

Faltou falar sobre o povo. Esse povo adepto do jeitinho que não se preocupa em adquirir sabedoria e sim em viver degradando as cidades e o meio ambiente. Mesquinho, arrogante e incapaz de respeitar leis boas quando existentes.

"Algo deve mudar para que tudo continue como está." G.T. di Lampedusa *** "Subdesenvolvimento não se Improvisa; é Obra de Séculos." N.Rodrigues