Marcelo Leite > O agronegócio nacional é tudo isso? Voltar
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As crÃticas à s perdas e à qualidade da nutrição não tem a ver com o agronegócio em si no meu entender. Mas realmente temos que ter cuidado para manter as vantagens comparativas que temos hoje, principalmente abundância de água. A preservação de comunidades indÃgenas, quando acoplada à preservação de florestas deve ajudar nesse ponto. Mesmo assim, o aquecimento global deve nos prejudicar muito a longo prazo, ainda que nossa contribuição para ele seja pequena.
Vivemos de de mitos que servem para esconder a mediocridade que impera em todos os setores de atividades. Acreditar que o agro-negócio é a flor desse pântano faz parte da mitologia. O setor sofre dos mesmos males que acometem as outras áreas, como o egoÃsmo, a falta de consciência social, o clientelismo e o provincialismo. A disponibilidade de alimentos em quantidade e qualidade é uma questão de segurança nacional para todos os paÃses. O desafio é harmoniza-lo com os interesses de todos.
Nao consigo condenar o produtor rural, que a despeito de uma infraestrutura subdesenvolvida, consegue ser competitivo no mundo. Imagine o que esse pais poderia lucrar, se estradas, portos e vias férreas fossem coisa de politica séria? O desafio da agricultura brasileira é de se adaptar ao consumidor mundial, quando ele exigir produtos livres de agrotoxico e puder, é claro, pagar por isso mais caros. Produtos bilogicos sao ainda items de luxo, mas o Brasil teria ganhos certos em mirar neles.
A agricultura vai bem na produção, porém quando se fala em perdas, atinge o processo desde a colheita até a destinação dos restos. Estes, na ordem de 127 milhões de toneladas, precisam ser drasticamente reduzidos a nÃveis aceitáveis, desde a infraestrutura de transporte, armazenamento, distribuição, comercialização até o consumo consciente. Mas, num paÃs onde o intermediário (até por conta dos impostos que arrecada) é sempre o maior beneficiário, racionalizar torna-se tarefa ingrata.
É isso aÃ. O povo do politicamente correto não gosta do agronegócio, detesta quem ganhe dinheiro com um negócio bem administrado. Meio sem ter o que falar, mencionam a pouca diversificação de culturas (a agricultura familiar produz comida suficiente!), a pegada de carbono (argumento da esquerda desde a queda do muro de Berlim) choram pelos indÃgenas (um território do tamanho da Bélgica para que poucos milhares de ianomâmis perambulem — nem pensam em outra solução, e o garimpo ilegal agradece).
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