Hélio Schwartsman > Vox populi Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Olha que frase legal do José Cláudio: "Os Estados são estruturas de poder em que a opinião do povo é levada em conta para minimizar distúrbios, mas não é ele (o povo) que decide." Ãcido, né? Mas dá pra defender uma democracia representativa que não representa 71%? O problema é que a democracia representativa não está sendo r.e.p.r.e.s.e.n.t.a.t.i.v.a.
PS: Posso ter dado a entender que, à semelhança do vôo criado pelo homem, um controle "de vôo" centralizado seria o viabilizador de uma democracia direta. Asimov sempre resvala nisso e eu respeito. Mas ele também entende planetas como paÃses. (Meio história em quadrinhos, né? - Eu adoro! ) É anti-diversidade pensar como ele, no entanto, e diversidade é sobrevivência da espécie. (segundo o Darwin, e eu acho que aà vale para o universo todo)
Belo desafio, Hélio: Como a democracia direta resolveria problemas comezinhos como o valor do salário mÃnimo? Eu rebato estranhando uma democracia direta com salário mÃnimo. Precisaria ter um governo tabelando esse valor? Salário mÃnimo é uma instituição da democracia representativa. Assim como a previdência. Então bingo!? Deixa com nossos representantes? Não acho bem assim... (segue)
(1) Em uma democracia direta acho que não existiria uma polÃtica governamental de previdência. Não existiria o desconto compulsório de um percentual do salário para bancar isso. Seria de forma direta e voluntária o investimento de parte dos ganhos para garantir o final da vida. Resolvida pelo interessado. Mas e no nosso caso?
(2) No nosso caso é diferente. Foi descontada compulsoriamente parte de nosso salário para bancar nosso fim de vida em uma instituição da democracia representativa . E estão mexendo nisso. E a gente tem direito sim de opinar, de sobre o que vão fazer com esse dinheiro nosso. Quem falha aà é a democracia representativa por não representar os interesses de quem os elegeu (71%). Nem discutir (em uma eleição) o que dá pra fazer. Não temos voz no Congresso! Já foi mais polêmico lá. Agora...
(Fim) Gosto da democracia direta mas não a imagino com os instrumentos de hoje. Seria um erro apostar nisso. As penas foram a aposta errada de Ãcaro. Confundiu instrumento com estrutura. Eram instrumento de navegação e sem controle, não serviram pra nada. As asas foram úteis. O homem aprendeu a voar, mas não como as aves. (Até melhor...)
No nosso caso é diferente. Foi descontada compulsoriamente parte de nosso salário para bancar nosso fim de vida em uma democracia representativa . E estão mexendo nisso. E a gente tem direito sim de opinar, de saber o que vão fazer com esse dinheiro nosso. Quem falha aà é a democracia representativa por não representar os interesses de quem os elegeu (71%). Nem discutir (em uma eleição) o que dá pra fazer. Não temos voz no Congresso!
schwartsman já deu provas, no passado, de ser conhecedor e arguto operador da lógica. seu artigo de hoje mais se parece com as falácias dos sofistas do tempo de sócrates. com o recurso a hipóteses extremas e irrealistas, acaba por expurgar a vontade popular dos processos de decisões coletivas.
Tamanha rejeição popular deveria ser o que basta para esse governo, que sequer legitimidade tem, suspender imediatamente esse projeto e deixar que um presidente eleito faça um outro diferente. É o que esperamos com urgência.
Comentário p/ JorgeO - Temos que adaptar o modelo suisso aos tempos modernos. Um poder (executivo?) analiza os problemas, propõe duas opções que são votadas usando a Internet. Este é o modo viável de democracia direta, varrendo deputados e senadores para a lata de lixo da história. A grande dúvida - com a altÃssima porcentagem de semi analfabetos que temos, isto seria viável num prazo razoável?
O povo é imediatista, sim, se algum polÃtico propuser aumentar o salário de todo mundo são capazes de aplaudir de pé, sem pensar no que vem depois. Tem que ter uma instância mediadora, é claro. A questão é escolher bem essas pessoas.
Não, HeloÃsa, o importante é ter gente de bem para escolher.
Para aprovar a reforma da Previdência, Temer fez a MP 766, que reduz a dÃvida de empresas à União. Modificada na Câmara, a MP atende à bancada ruralista e seus apoiadores. Se aprovada, suprime 90% das multas e 99% dos juros. Ainda parcela em 20 anos! Pura irresponsabilidade fiscal, mostra que a reforma do INSS nada tem a ver com responsabilidade fiscal. Nossa democracia está sendo rifada, emendas constitucionais estão sendo comercializadas. Mas o colunista quer falar dos “founding fathers”...
Dilma chegou a fazer alguns avanços em relação a impor regras mais rÃgidas pras pensões, por exemplo, onde foram considerados idade do pensionista e seu tempo de relacionamento com o segurado falecido. Reforma é necessária sim, mas a gente deveria estar debatendo isso de forma honesta ao invés de ficar propagando frases de efeito como "nenhum direito a menos" ou "não reclame, trabalhe".
no caso, reduzir drasticamente os pouquÃssimos direitos dos pobres, particularmente aqueles que trabalham no campo, pode. ô colunistazinho da gôta.
Só falta superar o tabu do voto obrigatório e universal. Nem todo mundo está preparado para votar.
Sr. Marcos Dauner, Temer foi eleito vice, poucos sabiam quem era. Mas não discuto a legalidade dele exercer a presidência. A questão é de legitimidade para fazer reformas estruturais, contrárias ao programa que o elegeu. Já seria errado o presidente fazê-lo, pior ainda o vice. Ainda mais Temer, que trabalhou contra a presidente, com sua carta e o programa “Pinguela para o futuro”. Não é lógica petehbah, é só princÃpio democrático. Não votei na chapa Dilma/Temer, conto com as próximas eleições.
Como disse um sábio: a sobrevivência é para muitos, a vida para poucos!
O governo e este jornal afirmam que houve aumento explosivo dos gastos do INSS, mas é falso. O governo prevê 5,4% de aumento no gasto do INSS em 2017. Teremos no triênio 2015-17 a média de 4,4% aa, abaixo do histórico recente. No triênio 2011-13, antes da crise, o crescimento médio foi de 5,5% aa. A diferença é que, em 2011-13, a receita cresceu em média 6,7% aa. No biênio 2015-16, a média foi de queda de receita de -5,8% aa, o déficit explodiu. O déficit vem da crise, não do aumento de gasto.
Nos últimos vinte anos todos os governos (sempre considerados "ilegÃtimos" pelas respectivas oposições) tentaram domesticar a Previdência, sem o conseguir. Nunca haverá apoio popular para redução de vantagens e cabe mesmo ao parlamento (infelizmente, esse mesmo que temos!) tentar enxergar mais longe..
Eis uma ótima pergunta para incluir nas pesquisa: você cederia parte do seus benefÃcios previdenciários para manter o regime especial, a paridade salarial e uma idade menor para outras categorias de trabalhadores?
Há questões a não serem decididas diretamente, a previdência não é uma delas. Não há nenhum princÃpio envolvido, e é que um governo cuja polÃtica econômica joga nas costa da maioria a crise, enquanto alimenta com juros do mesmo orçamento uma minoria super rica. Quer fazer uma reforma para a qual não foi eleito. Um primeiro ministro japonês foi derrotado uma vez no parlamento em previdência, convocou novas eleições e convenceu. Essa galera convence quem?
E desde quando brasileiro é japonês?! Você já viu brasileiro fazendo fila para receber doações depois de catástrofes? Tá brincando!
Ontem, assistimos estarrecidos que Lula sabia o que estava acontecendo na Petrobras, isto nas palavras de Renato Duque. Depois dessa notÃcia, a Folha fará uma pesquisa e vai aumentar o favoritismo de Lula, o nosso "Paizinho", em russo "?0?0"...
O que significa que nem aqui nem em lugar nenhum do mundo vivemos numa democracia. Democracia é o que vou praticar hoje, que tem reunião do condomÃnio do meu prédio, onde estamos com um saldo negativo de 7200 reais com a administradora, que nos cobra juros por conta disso. Vamos fazer cota extra ou demitir o zelador? Não tem muita saÃda. Os Estados são estruturas de poder em que a opinião do povo é levada em conta para minimizar distúrbios, mas não é ele que decide.
"Temer não foi escolhido para presidente " Ôps , esta afirmação é discutÃvel . Ele foi eleito vice e está claro na CF que o vice é substituto natural e imediato do presidente . Bata ler a CF . Esta lógica pehtebah está equivocada .
Temer foi eleito vice, que poucos sabiam quem era. Não discuto a legalidade dele exercer a presidência. A questão é de legitimidade para fazer reformas estruturais, contrárias ao programa que o elegeu. Já seria errado o presidente fazê-lo, pior ainda o vice. Ainda mais Temer, que trabalhou contra a presidente, com sua carta e o programa “Pinguela para o futuro”. Não é lógica petehbah, é só princÃpio democrático. Não votei na chapa Dilma/Temer, só espero que se reduzam os danos até as eleições.
Hélio, é isso que o Safatle e seus seguidores, como alguns comentaristas que aqui escrevem, não entendem. E é difÃcil tentar diálogar com essa gente.
O articulista esqueceu de citar os cantões suÃços que praticam sim a democracia direta.
Os cantões suÃços têm quantos MIL habitantes? O Brasil tem quantos MILHÕES de habitantes?
Como disse ontem FHC "Houve a invenção de que ou se faz a [reforma] Previdência ou o Brasil acabou". FHC sabe que reformas serão necessárias, mas não são urgentes, e que governo e imprensa mentem. Os cálculos do governo mostram que a reforma do INSS economizaria meros 0,1% do PIB até 2018, se tanto. Ou seja, dá para esperar um governo legÃtimo para faze-las, com plena discussão e participação da sociedade.
As reformas estruturais necessárias não são essas propostas por Temer, nem tem a urgência alardeada. Cálculos do governo mostram que, com a reforma do INSS, a economia até 2018 é de 0,1% do PIB, se tanto. A crise do INSS é de arrecadação, pelo desemprego e falta de contribuições previdenciárias. A reforma não muda isso em médio prazo, só mais empregos reduzem o déficit. Imprensa e governo mentem.
O pt teve quatro "governos legÃtimos" e nao conseguiu ou nao quiz fazer as reformas necessarias.
No Editorial “Nem Dilma nem Temer” (02/04/16), este jornal escreveu “...A mesma consciência deveria ter Michel Temer, que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais”. Mais válido do que nunca.
Concepção tÃpicamente anti-democrática: quem tem direito a "filtrar os apetites imediatistas da população"? Um governo que não foi eleito e repudiado por 85% da população?
Desculpe, podemos não gostar, mas eleito ele foi. Os problemas da Previdência eram conhecidos desde os governos anteriores e a presidente anterior ordenou ao ministro da época que calasse a boca; o sistema atual não se sustenta; privilégios demais. A maioria das pessoas não fala de números, fala de interesses. Vamos falar dos privilégios?
Temer não foi escolhido para presidente, a única coisa que o legitimaria seria cumprir seu programa eleitoral. As reformas são o oposto do escolhido nas urnas. Se houvesse apoio popular, isso emprestaria legitimidade à s reformas, mas ocorre o oposto. Os métodos de Temer são imorais. Usa o Executivo para comprar o Legislativo, com cargos e leis para grupos poderosos (extinção de dÃvida de ruralistas!). Não se trata de discutir democracia direta, só a tradicional, na qual o colunista não acredita.
Desde a promulgação da CF/88 que criou o presidencialismo de coalizão os executivos, municipais, estaduais e presidência corrompem os legislativos para se lambuzarem no “puder” em conjunto e o povo está sempre os elegendo neste paÃs dos bananas.
Não estava no programa da Dilma mas ela é o Sr. Lula já cogitavam fazer a reforma, é só vc procurar vÃdeos com entrevistas no YouTube...promessas de campanha polÃtica é igual o cara que toma um porre e diz que nunca mais vai beber na vida....
ESta faltando argumento, articulista! A reforme está sendo rejeitada, não por interesses imediadistas. Ela está sendo rejeitada porque está sendo cnduzida a toque de caixa, com negociações espúrias por um governo que nem disfar;ca que o preço a ser pago é do trabalhador. Assim como a mÃdia nem disfarca seu amplo apoio, comprqado a preço de vultuosossa verbas públicas. Como impor sacrifÃcio quando as dÃvidas previd6enciárias dos maiore devedores são maiores do que se vai arrecadar. Ética, please
O maior preço será pago pelos parlamentares, membros do judiciário, ministério público e servidores públicos em geral - que açulam a população contra as reforma usando os "trabalhadores" como escudo - que terão suas atuais polpudas aposentadorias equiparadas às dos demais previdenciários. E, como " a toque de caixa" uma discussão que se estende há cerca de vinte anos?!...
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Hélio Schwartsman > Vox populi Voltar
Comente este texto