A identificação de grupo é um mecanismo psicológico poderoso. O próprio sentimento de sermos todos brasileiros é um exemplo disso. Se a Venezuela tomasse por exemplo um pequeno naco de Roraima, nos sentiríamos amputados, mesmo nunca tendo ido lá. Os petistas devem se sentir um pouco assim no caso Dilma. Nesse ponto, um sacrifício ritual do Temer poderia apaziguar sua mágoa e permitir que sigamos adiante.

Tentando entender o fenômeno das redes sociais, psicólogos criaram o “modelo de desindividuolização", SIDE em inglês para "social identity deindividuation". O modelo sugere que, online, a identidade social às vezes significa mais do que a identidade individual. Pedro pode ser uma ótima pessoa off-line, mas online quando ele fala do seu partido favorito, ele se comporta como um Hulk desbocado. As respostas raramente revelam a posição e o sentimento do indivíduo, mas do grupo ao qual ele pertence.

Falou tudo! Ótima análise!

É isso, e nada mais. O maniqueísmo dá sustentação à corja que suga o trabalho da população.

Parabéns a Joel Pinheiro da Fonseca. Demonstra lucidez, realismo e equilíbrio em sua coluna "Superando a polarização" (Poder, A6). Sim, ele não é o único a querer ver o debate público sair do tribalismo. O difícil está sendo encontrar uma terceira via que tenha credibilidade e alcance nacional.