Nada como ler algo contra a corrente vezemquando.

O psicólogo behaviorista B.F. Skinner escreveu, um pouco inspirado em Thoreau o livro Walden 2. Em vez de um indivíduo, é um grupo de pessoas que se retira do "mainstream" e resolve viver numa comunidade. O melhor exemplo real desse tipo de projeto foram os kibutzin de Israel. Mas pelo que eu li, sua atratividade caiu muito em relação aos anos 50 e 60. Talvez seja exatamente o desejo de ser deixado em paz que afaste o indivíduo desse tipo de vida em grupo, preferindo o isolamento na multidão.

Li Desobedecendo de Thoreau na faculdade, por volta dos meus 18 anos... leitura que muito me influenciou e, apesar e hoje ser um empresário, mais pragmático que idealista, até hoje guardo na lembrança.

Thoreau é talvez o mais digno e ilustre representante do paradoxo que é o ser humano. Nascido de família próspera, que lhe permitiu estudar em Harvard, dedicou toda a sua vida a desconstruir nosso desejo de possuir coisas. Questionava se devíamos investir em compra de casa, roupas, mobílias e até se devêssemos trabalhar para viver, uma prática que ele considerava aviltante. Le-lo é preciso por curiosidade, mas seguir seus ideais não vale a pena. Não valeu para ele que morreu de tuberculose.

Adoraria conhecer a opinião de João Pereira Coutinho sobre a política brasileira...

Também li "Walden" e "Desobediência Civil" em meados dos anos 80. Deu vontade de reler.