Celso Rocha de Barros > O que deve ser o desenvolvimento brasileiro de agora em diante? Voltar
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Resumo Faz mais de 30 anos que o Brasil cresce pouco. Como reverter esse processo? Dilma tentou, com péssimos resultados, o desenvolvimento puxado pelo Estado, como o realizado com sucesso no século 20. Atualmente no governo há quem ache que privatização resolveria tudo, mas o foco é tornar as instituições econômicas mais amigáveis ao mercado. Note-se, contudo, que o debate Estado x Mercado deve ser resolvido junto com outro: qual deve ser a inserção brasileira no mercado mundial?
A pré-condição para qualquer uma das duas propostas é que sejam realizados investimentos em infraestrutura, cujas lacunas e obsolescências constituem a maior carência do aparato produtivo brasileiro. O Estado não pode mais fazer tais investimentos, como os realizados no século XX. Portanto, a pré-condição para a retomada do desenvolvimento é a privatização da infraestrutura. Esta é a grande lição – desde pelo menos 1980 – de um dos maiores intelectuais brasileiros: Ignácio Rangel.
Quanto à inserção brasileira, parece-me que há duas propostas: a de centro-esquerda (Bresser, Belluzzo) recomenda câmbio desvalorizado para incentivar a indústria exportadora, invertendo o modelo brasileiro do século XX (industrialização por substituição de importações) e passando a adotar o modelo da Ãsia oriental (Japão, Coreia, China). A proposta de centro-direita (Bacha, Bolle) é de liberar o comércio exterior, para a indústria brasileira se inserir nas cadeias produtivas globais.
O que deve ser o desenvolvimento brasileiro de agora em diante é difÃcil dizer ou adivinhar. O que eu sei é que o Diminuto que aà está vai desenvolver - ajudado pelos comparsas - um milhão de técnicas para ludibriar o povo, camuflar a verdade, esconder os malfeitos, satisfazer os ricos em detrimento dos pobres e outras maldades que nem Satâ consegue imaginar.
Faça as mudanças liberais que iremos bem. Mas, antes de tudo, saibam o que são mudanças liberais, para não falar que uma coisa é isso, quando não é. E não façam meia-boca. Tem que ser completamente liberal (o que inclui diminuição de impostos, desregulamentações, intervenção estatal mÃnima)
Só vamos escapar do “pibinho” com uma abertura controlada (Edmar Bacha, Esta- dão de 15/03/2014): “O PaÃs precisa do choque de produtividade que só virá com sua integração à s cadeias globais de produção”. O problema é que essa solução bate de frente com todo o nosso atraso, esquerdas e direitas tacanhas aliadas ao nosso empresariado cartorial e mafioso.
O que atrapalha o desenvolvimento do paÃs são os polÃticos. Eles não tem ideias de desenvolvimento. Só pensam em eternizar no poder. Se o governo Lula tivesse feito o que ele prometia na década de 90 o paÃs estaria entre os paÃses do primeiro mundo mas. Assumindo o poder se aliou aos polÃticos malandros e levou o paÃs para o abismo. Se ele tivesse investido todo o dinheiro que desviaram do tesouro mais o que mandou para outros paÃses, em infraestrutura viária estarÃamos preparado para crescer.
Acredito que isso deve ser deixado à decisão dos indivÃduos. A força motriz do crescimento deve ser o esforço dos pais em dar melhor educação aos filhos, e eles próprios trabalharem e na medida do possÃvel pouparem para morar melhor e/ou ter uma velhice mais tranquila. São coisas bem prosaicas mas não há atalhos. O que o Estado pode fazer é, num sentido amplo, parar de concentrar renda. Como desonerações e crédito subsidiado para grandes empresas ou aposentadorias generosas para alguns setores.
A economia brasileira, hoje, não tem produtividade e competitividade para desenvolver uma indústria possante. A Constituição de 88, e os enormes custos que criou, mat aram a possibilidade de o Brasil desenvolver uma indústria competitiva.
Só nés cios podem acreditar que um paÃs subdesenvolvido como o Brasil pode, ao mesmo tempo, se desenvolver e ser um Estado de Bem Estar Social
O unico caminho para o crescimento é produzir mais e melhor, educando mais e melhor, legislando seriamente, taxando com inteligência, governado com tranparência. Nao faltam exemplos de politicas que favorizem a produçao. Veja a Coréia do Sul, ultrapassando PISA de paises europeus e vendendo alta tecnologia. O que estamos esperando?
Sem mudanças fundamentais sobre o papel do governo pouco irá mudar, ou seja, serámais do mesmo. Se o modelo extrativista das nossas instituições não for mudado, a riqueza produzida continuará a ser canalizada para uma minoria organizada, com raÃzes profundas no sistema, à s custas da maioria difusa. Na prática isso significa pouco investimento no nosso recurso mais importante, as pessoas. A mudança do modelo passa por uma descentralização radical do papel das atividades do governo federal.
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