João Pereira Coutinho > A paranoia atual na França é que nada é natural e tudo é uma 'construção' Voltar

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  1. Claudio Roberto Cusin

    O Coutinho é o colunista mais inteligente, lúcido e adulto da Folha. O resultado desses movimentos vitimistas é a infantilização da sociedade. A grande maioria dos nossos colunistas segue esse baile do politicamente correto com determinação. Minorias aqui, cotas ali e então conseguiremos consertar a ordem natural das coisas. Na propaganda o movimento avança incontido. A Dove, por exemplo, só utiliza modelos portadoras de belezas que dão um trabalho danado para se constatar.E la nave va...

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  2. CARLOS EDUARDO CORREA TOLEDO

    Pobre mulher! Sugiro outra explicação para o comportamento dela. Desesperada com a própria solidão, a idade e as poucas oportunidades de partilhar lembranças caras a ela e incapaz de ir para Walden, recorre ao filho, a quem nunca deveria recorrer...

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  3. Luiz Candido Borges

    Marcelo Pitta, você está se repetindo. Se a proposta da lei francesa fosse PROIBIR a maquiagem das (dos) modelos, eu concordaria com você. Mas não é, trata-se de informar que a maravilha que o espectador vê não é de todo verdadeiro. Isto pode ajudar no discernimento, na criação de senso crítico, não ao conformismo. O que os "liberais" temem é que isso "prejudique os negócios", o seu real interesse, não a maturidade intelectual dos seus consumidores, que é como eles encaram os cidadãos.

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  4. Luiz Candido Borges

    Complementando, o nosso "liberalismo" é o perfeito simétrico do nosso "esquerdismo". Este, efetivamente deseja tutelar toda a população, unificar as opiniões, tanger todo mundo para o "glorioso caminho do socialismo", como na Venezuela... Já o nosso "liberalismo" parou no século XIX, senhores de casaca de lã inglesa discutindo em francês nas varandas das suas fazendas de café, servidos por escravos, desenvolvendo teorias que provavam que a escravidão era essencial para o progresso do país...

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  5. MARCELO PITTA COELHO

    Acho um absurdo que seja necessário explicitar que uma foto é retocada, a que ponto chegamos. Quanto mais o governo tentar tutelar os cidadãos, e protegê-los de tudo, menos capazes serão de discernir e de não se deixar influenciar por qualquer bobagem. Estamos criando adultos inimputáveis, incapazes, como crianças.

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  6. Luiz Candido Borges

    Marcelo Pitta, de fato, não se pode esperar ser tutelado - nem pelo governo nem por qualquer outra instituição - mas há, sim, margem para uma proteção institucional de um governo democrático para coibir abusos (esta proteção não pode ser abusiva!), pois é enorme a assimetria entre o comum da população e grupos de interesses. Por exemplo, a proibição da propaganda de cigarros, assim como do seu consumo em recintos fechados, foi importantíssima para a saúde publica. É responsabilidade, não tutela.

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  7. MARCELO PITTA COELHO

    Claro que as pessoas podem ser influenciadas, mas precisamos de políticas que as emancipem, e não tutelá-las permanentemente em tudo, senão nunca conseguirão alguma autonomia e independência. É difícil, mas não acho que o caminho seja protegê-las de tudo e evitar qualquer tipo de frustração, que o mundo e a vida inevitavelmente trazem, senão nunca amadurecerão como seres humanos.

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  8. Luiz Candido Borges

    Marcelo Pitta, eu entendi perfeitamente seu comentário, que faz todo sentido dentro contexto do artigo. Então você admite que as pessoas podem ser influenciadas? É um passo à frente em direção ao óbvio! E as influências a que me refiro não são "qualquer bobagem", eu falo de campanhas publicitárias caríssimas e massacrantes. Você não se deixa influenciar por nada? Parabéns, mas nem todo mundo é um monumento de integridade como você. Eu também sou contra a intervenção do estado - quando excessiva

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  9. MARCELO PITTA COELHO

    Eu não consumo a maioria desses produtos que são anunciados e para mim não faz a menor diferença o que digam ou deixem de dizer essas propagandas, não me influenciam em nada, não mudo meus valores por causa delas, e nem me fazem mais feliz ou infeliz. As pessoas precisam aprender a confiar mais em si próprias, ter seus próprios valores e não se deixar influenciar por qualquer bobagem, senão continuarão a ser manipulados, e ter sua vida e seu bem estar determinados por valores alheios.

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  10. MARCELO PITTA COELHO

    Luiz Candido, você não entendeu meu comentário, que não se refere especificamente a esse caso, é um comentário muito mais geral e abrangente sobre o modo moderno de encarar e interpretar o mundo e a condição humana. De qualquer maneira acho um absurdo esse paternalismo estatal que trata os humanos como coitados, ineptos para cuidar da própria vida e interpretar o mundo. Está criando gerações de seres infantilizados e incapazes de encarar o mundo e suas inevitáveis frustrações. Passar bem.

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  11. NELSON PRADO ROCCHI

    Ufa! Ainda bem que existe ainda vida inteligente na Folha.

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  12. Luiz Candido Borges

    Bem, eu não tenho a experiência do autor de compartilhar o espaço com pessoas tão belas e maravilhosas, mas tenho alguma experiência com pessoas menos afortunadas - a quase totalidade - e posso afirmar sem sombra de dúvida que certos de modelos "juventude", "beleza", "sucesso" etc. são produtos martelados dia e noite sobre pessoas que poderiam viver melhor consigo mesmas sem esta cobrança 100% comercial. E a lei francesa não obriga a aparecer "ao natural", mas dizer que o "produto" foi retocado.

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  13. MARCELO PITTA COELHO

    Uma das desgraças da modernidade é a ideia de que a consciência humana é apenas produto de construção social. Ora, o humano é um ser com consciência própria, reflexiva e questionadora, não pode ser programado de acordo com a vontade do freguês, ou da sociedade, como se fosse um robô. É ideia típica da arrogância e presunção da modernidade, que acha que pode "construir" a consciência humana, a sociedade... O resultado disso são estupidezes, como totalitarismos políticos e ideologia de gênero.

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    1. Luiz Candido Borges

      Marcelo Pitta, do que você está falando? A lei francesa não pretende construir nada, quem vem "construindo" há muito tempo são as agências de publicidade, associando margarina à felicidade, laxante à beleza, certas marcas de roupa à juventude etc. Desta forma, se você não consumir tais produtos, você será feio, velho e infeliz. Achar que todo ser humano é autônomo, infenso a influências externas, senhor de si, é uma ilusão de um pretenso liberalismo que nega qualquer forma de proteção às pessoas

  14. Luis Fernando Farias

    Aprendemos duramente que a vida não é fácil, não é o ideal de perfeição que todos queremos ou pensamos merecer. Todos queremos ser felizes o tempo todo e a qualquer custo. Como diz o texto, mais ricos, mais bonitos, mais inteligentes, mais tudo. E sabemos que não funciona no exemplo dos nossos próprios filhos, pois é fato de que para amadurecer eles precisam saber lidar com a frustração.

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