A classe média (funcionários públicos e trabalhadores do setor privado de maior renda, que se aposentam hoje em torno dos 55 anos) são contra a reforma da previdência por serem obviamente prejudicados por ela. Por outro lado, dos mais pobres exige-se maior tempo de contribuição. Só há um setor não prejudicado: os já aposentados, mas mesmo esses não veem claramente a ameaça de perderem o valor real do que recebem. Não admira que os candidatos fujam do tema como o diabo da cruz.

O investimento do governo para a formação de campeões nacionais foi na realidade um projeto "kit de primeiros socorros" em grande escala. Vendido sob uma causa nobre, a finalidade de ambos era outra. No caso do kit, o objetivo real era enriquecer alguns amigos do governo; no caso das intervenções o objetivo real era gerar sustentação para um longo projeto de poder. Enquanto o primeiro se transformou num tremendo constrangimento, o segundo serviu para mergulhar o país na sua maior crise.

Como sempre escondendo a responsabilidade de seu setor na crise fiscal. Em 2013 com juro de 7,25% tínhamos déficit nominal de 2% e dívida controlada. Ao elevar o juro (subsídio rentista) para 14,25%, deprimimos a economia, diminuímos a arrecadação e elevamos a despesa financeira levando o déficit nominal para 10% e entramos em depressão.