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Continuando: "Cria. Congratula-se por definir-se artista, imita em escala reduzida os pintores que, igualmente, acusa de serem loucos.” – Jean Cocteau.
“O ser humano procura no mito uma forma de fugir de si mesmo. E para tal utiliza-se de todas as formas. Drogas, álcool ou mentira. Incapaz como é de adentrar em si mesmo, o ser humano se disfarça. As mentiras e as imprecisões lhe proporcionam alguns minutos de alÃvio, o mesmo conforto provocado por um baile de máscaras. Desta forma, destaca-se daquilo que sente e daquilo que vê. Inventa. Disfarça. Mitifica". Jean Cocteau.
Pedro Ferrel, se você acha que clubes racistas e discriminação a homosexuais com justificativas hipócritas significam liberdade, você desconhece tanto o significado da palavra liberdade quanto o da palavra opressão. Democracia e direitos humanos lhe são conceitos distantes. Você se perdeu nas entrelinhas, quando as linhas já dizem o que importa.
Em sua argumentação a favor do confeiteiro, o colunista finge não perceber que se trata de jurisprudência. Se a corte aceitar a alegação artistica, o caminho para discriminação estará aberto. Restaurantes poderão rejeitar clientes, dizendo que o cozinhar é uma arte. O vendedor alegará que servir o cliente é uma arte, e como tal é seu direito artistico não atender gays, negros, muçulmanos, etc. . Se o confeiteiro ganhasse, o que eu duvido, seria a vitória da hipocrisia, a serviço do preconceito.
Ao utilizar a expressão "tola obstinação", acredito que o colunista fez uma concessão retórica. Tendo a acreditar no refinamento do seu raciocÃnio. Por outro lado, o "caso" que o colunista nos apresenta não tem nada de simples. É uma situação que suscita questões complexas e intrincadas. Afinal, toda e qualquer conduta individual precisa da chancela de uma justificativa? O Estado pode imiscuir-se em questões de foro Ãntimo?
O colunista retrocede no tema, em relação à coluna de 28/10, quando afirmou “É claro que uma escola ou uma loja, que são permissionários de serviços públicos, não podem se recusar a atender minorias.”. É óbvio que uma confeitaria não é um estúdio artÃstico, é só uma loja. Não surpreende muito, visto que o compromisso do colunista com minorias é bastante fluido e éticamente frouxo. Já naquele artigo de 28/10, defendia a existência de clubes racistas. “Não vejo mal..." afirmou.
O texto a que você se refere revela um refinamento que certas pessoas, sectárias a esta ou àquela ideologia de cartilha, têm imensa dificuldade de alcançar. É quando a mais tortuosa esquerda se encontra com a mais trevosa direita: tornam-se unas. O texto, em tela, é uma aula de tolerância e respeito às liberdades. Abarca completamente "O bolo da discórdia". Basta ler nas entrelinhas.
Acho essas discussões meio malucas. Qual o constrangimento de fazer um bolo para um casal gay? Bancando o advogado do diabo, poderia um gay se recusar a fazer um terno para um bolsonarista?
A...adorei sua conclusão! Por ser eu um adepto ferrenho d lucro como fonte d direito, d justiça e destruidor de fronteiras e preconceitos de gênero, raça e cor. Esse é o ponto da discussão gay e minorias: querer impor na marra, com a ajuda do intrometido estado nas relações pessoais, a aceitação. Um produto é mais que um bem, é uma relação entre indivÃduos. Eu acho ambas as posições tolas. Mas, fazer o que? Elas tem que ser respeitadas. O santo mercado supre. Alguém não me quer, outros querem.
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