Hélio Schwartsman > O segredo da democracia Voltar
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Um Grande Cartório
O que é a eleição senão um grande cartório de validação de opiniões? Opiniões temos o tempo todo, a eleição serve apenas de oportunidade de 'validar' esta opinião junto aos órgãos de controle.
Hoje podemos expressar nossas opiniões, com facilidade, inúmeras vezes por dia, em outras fontes. E expressamos! Redes sociais (eu não!), aqui na FSP (eu sim!). Troca-se muita informação.
A necessidade de legitimação também tem contado aÃ, e para isto têm sido inventados meios bem elaborados e seguros de legitimação. Fazemos transações bancárias virtuais! Pouca gente dá mais valor a seu voto do que ao dinheiro em sua conta.
Fica claro o descompasso entre o que podemos fazer para dar nossa opinião aos órgãos de controle, com segurança, e o que nos é permitido.
Manifestações são válvula de escape, por exemplo, dessa 'força do povo' e não temos ainda modelos na democracia para absorver essas 'ondas'. Esse modelo que temos falha fragorosamente nesses eventos: ficamos esperando a próxima eleição!
O apoio à greve dos caminhoneiros seria um erro detectável, mesmo assim? Seria útil uma democracia não ser tão flexÃvel? Errado pra quem? Pergunto em resposta... Representação tem seus percalços... rs ;)
Vendem, como razão das eleições, suas condições generalizadas e autênticas. Não me convence! O carimbador de legitimidade é eletrônico é certo, mas a conferência da legitimidade é analógica. Um mutirão de 'validação' de opiniões: um imenso cartório.
Inventaram essa burocracia toda para viabilidade da própria burocracia, o prazo alongado para validação das opiniões, através de listas, condições para se expressar na eleição, recolhimento de dados, etc...
Esse prazo longo dificulta ao usuário 'acertar' em sua escolha, como cobra o Hélio. Um tiro, a cada 4 anos, tendo 'janela' de 8 a 10 horas, definida pelo alvo, dificulta pra qualquer sniper.
A democracia brasileira tem como pilar a harmonia dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, temos um quarto poder que é o ministério público. Nós escolhemos os representantes do executivo e do legislativo, mas o judiciário é selecionado por concurso e segue carreira, e no caso do Supremo pelo executivo e legislativo. Acredito que a maioria dos brasileiros não entende bem o legislativo, vota num candidato com uma ideologia para o executivo e outra para o legislativo.
O que define um regime ou sistema polÃtico é qual dos interesses sociais em conflito é priorizado pela atuação estatal. Quando os interesses de uma elite econômica sistematicamente prevalecem em relação aos da maioria da população e aos do paÃs, temos uma Oligarquia, não uma democracia.
Não temos parâmetros confiáveis para analisar o valor da democracia, pois o modelo que rege o sistema eleitoral brasileiro é ultrapassado e viciado. Quando tivermos uma reforma polÃtica que implante o parlamentarismo e o voto distrital misto os brasileiros irão conhecer a força de seu voto. Até la, só arremedo de um processo democrático verdadeiro.
Tenho reais dúvidas sobre o efeito do voto sobre a democracia. Um povo sem instrução é facilmente manipulado pelos meios de comunicações. E não me refiro à rede globo. Refiro-me a todos os meios, com destaque para o famoso "zap zap", o face e tantos outros. Somado a essa influência temos as pessoas emocionalmente frágeis e com tendência a votar acompanhando "candidatos da moda", onde se é possÃvel fazer parte do que é saÃda para o futuro....
Até o sec 18 ñ havia voto. Mas, o mundo avançou, empurrado pela produção Acrata – sem poder- apesar dos poderes imperiais e monárquicos, suas guerras e badernas. A democracia, sÃmbolo de liberdade, ñ é projeto de governança, mas de limite ao poder pq se concluiu q é um mal. Votamos como limite. Somos eleitores eventualmente, e ñ há possibi/e de acertar pq o poder é na essência corr+upto. Somos cidadãos e produtores sempre, e construÃmos a civilização que o poder crescente esta atrapalhando.
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