Ter sido adolescente muito pobre teve algumas vantagens. Sofrido e muito pobre, fiz curso no qual trabalhei, ganhei algum dinheiro, que me permitiu fazer vestibular difícil e conquistar profissão reconhecida e relativamente bem remunerada, na qual me sinto bem ainda na velhice.. Mas sinto inveja de pessoas como a autora Vera Iaconelli , que sabiamente e com amplitude surpreendentemente sintética abordou o assunto tão importante.

Como mãe sempre procuro orientar minha filha lembrando de como eu era quando tinha a idade dela. Acho que uma coisa importante que sempre deve ser dita é que não devemos confundir coisas que gostamos de fazer por lazer com escolha de profissão. O que quero dizer é que o fato de você gostar de animais ou de jogar vôlei, não significa que será um bom veterinário ou professor de educação física, respectivamente.

Como mãe sempre procuro orientar minha filha lembrando de como eu era quando tinha a idade dela. Acho que uma coisa importante que sempre deve ser dita é que não devemos confundir coisas que gostamos de fazer por lazer com escolha de profissão. O que quero dizer é que o fato de você gostar de animais ou de jogar vôlei, não significa que será um bom veterinário ou professor de educação física, respectivamente.

Assunto instigante. Acredito que a realização profissional não depende somente de escolhas, mesmo porque um jovem adolescente não tem maturidade para escolhas. O que faz a diferença é a capacidade que adquirimos em lidar com a diversidade. Cuidar para uma profissão não virar rotina faz toda diferença.

Se há uma coisa que concordo é que a adolescência está longe de ser uma festa. Mas a ideia do trabalho como vocação ou coisa parecida me parece um equívoco, talvez vinda da religião (vocação como chamado de Deus). Trabalho é algo que tem de ser feito, e alguém tem que fazer. Instalar um forro de gesso, passar massa corrida e pintar. Fazer isso durante anos não parece divertido, mas é bastante útil e por isso recebe-se dinheiro para fazê-lo.

Como diziam Buda e o autor da letra do samba: Buda: "A natureza humana é errônea" Sambista: "Mas é preciso viver, e viver não é brincadeira não" E hoje, como se não bastasse, a competição desumana e estressante, existe a presença cada vez maior da automação, inteligência artificial a tirar a oportunidade que deveria ser dada a milhões de pessoas que chegam ao mercado de trabalho...!

São mais felizes na carreira aquelas pessoas que escolhem algo que combina com a própria personalidade. Alguém com inteligência criativa não se adaptará a funções que exijam muita rotina. Igualmente, alguém com inteligência prática se sentirá deslocado em funções muito formais. Os pais têm papel importante para identificar o tipo de inteligência da criança e guia-la para a profissão mais adequada. Mas o segredo mesmo é investir pesado para ser o melhor que possa ser em qualquer carreira.