Dr. Drauzio, se a Wikipédia estiver certa, a Sra. Chiyo Miyako faleceu neste ano em 22/07. Sua sucessora como atual pessoa mais velha do mundo é a também japonesa Kane Tanaka, atualmente, com 115 anos. Porém, o governo Russo reivindica o título a Koku Istambulova, que afirma possuir 128 anos. Independente da polêmica, o mais importante é o que ela diz sobre a longevidade: [-Isto é um castigo! Nunca tive um único dia feliz na vida! Estou cansada!].

Cada indivíduo racionalmente tenta viver o mais que pode e só ter filhos mais tarde, quando tem alguma segurança financeira, se acaba tendo algum. O resultado não é racional, uma sociedade que gastará cada vez mais com idosos e menos com crianças.

A discussão é: sabemos o que fazer com esse tempo extra? Saberemos respeitar quem chegou a essa idade? Pelos comportamentos atuais a resposta é não para ambas as perguntas. Queremos adiar a idade da aposentadoria, mas as empresas não contratam mais velhos, enfim, muito a evoluir aí.

Mais importante do que a aparência física é o estado mental das pessoas. Enquanto existir lucidez vale a pena estar vivo. Depois que se perde a lucidez, como nos casos das demências, viver para que, se se sabe o que está acontecendo consigo ou ao seu redor?

O que mostram as fotos de Chiyo Miyako? Uma mulher velha, muito velha. Acomodada em uma cadeira de rodas. É incapaz de andar sozinha. A idade de 117 anos parece ser irrelevante para Chiyo Miyako. O envelhecimento tornou Chiyo Myako uma pessoa incapaz. Comemorar estender a vida para mais de 100 anos deveria ser posterior a uma terapia de retardamento do envelhecimento. O que se vê no Japão (86 anos de vida média) hoje em dia? Uma legião de velhos se arrastando pelas ruas. Deve-se comemorar isso?

Não acredito que estejamos vivendo mais e sim os dias que estão diminuindo. Hoje quem tem quarenta aparenta vinte fisicamente. Ao lado disto vemos um grande numero de adolescentes aos 30 anos. Imaturidade tardia? Sobre o tempo? Hoje não dá pra fazer tanto quanto fazíamos há 20 anos atrás. Fico só me lembrando das filas de banco que quase que diariamente tínhamos que pegar. Se fosse?

Não há dados confiáveis para saber a expectativa de vida no passado remoto, uma vez que as informações disponíveis são bastante escassas. Sabe-se apenas alguma coisa daqueles que os historiadores deixaram uma biografia, e mesmo assim com alta imprecisão nas datas de nascimento (não haviam registros), mas com certeza haviam muitos anciãos entre eles