Com a mesma habilidade e inteligência que o fazia,quando jogava futebol, Tostão nos brinda com seus textos, esclarecendo e desmistificando o que parece simples no futebol. É uma aula de futebol e sempre um prazer lê-los.

Antigamente, quando atacados da intermediária de seu campo para trás, o centroavante ficava sistematicamente no meio do campo. O adversário era obrigado a deixar dois zagueiros a marcá-lo, então só podiam chegar com 8 no ataque, contra 10 da defesa adversária. Agora recuam o centroavante e ficam 11 contra 10. Para um time que tem um centroavante rápido é mais negócio mantê-lo na frente. Qualquer tomada de bola pela defesa e lançamento rápido é meio gol!

Tostão, gênio dos gramados. Sua observação é perfeita. Os times brasileiros se defendem com até 9 jogadores atrás da linha da bola e quando recuperam a mesma, não têm força para gerar à área adversária. O Cruzeiro de Mano é assim, às vezes a gente acha que os atacantes são ruins, mas o problema é que a bola chega muito pouco, deixando o centroavante com 2 a 3 chances no máximo em um jogo inteiro.

Comece a observar a marcação dos árbitros em cima do 9. Basta o 9 olhar com cara feia que é falta e amarelo. Apanham de dar dó. Não podem lutar pela bola que é falta. Aqueles beques de 2 metros deitam e rolam. Talvez por comportamentos deste tipo os 9 estão desaparecendo. O becão pode agarrar não tem problema, o 9 se encostar a mão é falta, cartão. O 9 que cair na bobagem de ajudar a defesa é pênalti. Imagem deste texto: Gerrero.

Grande Tostão é sempre um prazer ler suas colunas. Lembro-me dos bons tempos do futebol no Brasil, quando alguém queria demonstrar que era um esporte fácil, mencionava você. Quando queria demonstrar a dificuldade que é articular toda a movimentação, troca de passes e finalizações, citava o Dadá. Trocando em miúdos é um esporte dinâmico que muda a configuração a toda hora ontem e hoje. O talento é essencial. Quanto aos esquemas, o velho WM explica bem todos os modelos atuais. Abraços.