Opinião > Quanto vale o livro? Voltar
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O setor de livrarias é só mais um setor que quer um incentivo governamental. Não estão errados, se todos querem, por que eles também não podem? Mas o certo é que quem não consegue vender, que quebre. Quem não tem demanda, que saia do mercado. Livros vão continuar existindo, livrarias vão continuar existindo. O que não vai existir são essas livrarias super alavancadas, que fizeram aquisição atrás de aquisição, e agora não têm caixa pra pagar empréstimos, adiantamentos e juros.
Eu sempre considerei as livrarias como verdadeiros centros culturais, algo muito maior, mais relevante do que o livro, apenas. O mero frequentar de uma boa livraria é um programa legal. Quem trata o comércio de livros como qualquer outro simplesmente não entende isso, não adianta explicar. Lembro do mercado fonográfico, tão barateado pelos meios digitais que tornou praticamente inviável a sobrevivência de compositores, músicos e até de intérpretes fora do mainstream. Sai Tom Jobim, reina Anitta.
Em tempo: sai mais caro? Possivelmente sim, mas eu estou disposto a pagar, pois desfruto de outros prazeres. Eu posso ser classificado como egoÃsta e elitista por querer que todos paguem pelo meu desfrute? Na verdade, a minha proposta é inclusiva, é estender a todos a satisfação de entrar numa livraria de verdade, cheia de tÃtulos que a pessoa nunca imaginou que existissem, folhear alguns, se sentir atraÃdo, comprar o que pretendia e outras coisas que lhe abrirão novos horizontes. Cultura.
O faturamento é a soma de todos os valores arrecadados por uma empresa pela realização de sua atividade comercial, nesse caso, vendas de livros. Já, o lucro, é igual ao valor faturado menos os custos variáveis e os custos fixos. Uma diminuição no faturamento, compensada com uma gestão eficaz dos custos variáveis e fixos, pode gerar lucros. O texto não explicita o mais importante, ou seja, o quanto essa queda no faturamento se refletiu nos lucros.
É preciso não confundir livros com livrarias. Nos EUA fecharam praticamente todas as grandes cadeias de livrarias, mas o consumo de livros continua forte. O grande divisor de águas desse cataclisma foi o aparecimento da Amazon e várias outras companhias que vendem on-line. Parafraseando o personagem de Ernest Hemingway no romance "O Sol Também Nasce“ (The Sun Also Rises), a derrocada das livrarias aconteceu de dois modos: primeiro gradualmente e depois, subitamente.
Qualquer mercado que se proponha livre deve primar pela livre definição de preços. Nenhum setor tem direito de clamar para si um direito de existir a despeito da própria incompetência e em prejuÃzo aos consumidores. A França errou e não precisamos errar juntos.
É triste ver uma livraria como a Cultura baixando as portas. No entanto, passar a conta para o consumidor e inibir descontos em lançamentos parece uma "solução" bem brasileira, mesmo com o exemplo francês citado. E é estranho supor que o brasileiro vai valorizar o livro se o preço dele subir. Num paÃs ainda de renda média baixa, e que lê pouco, isso vai elitizar e afastar mais gente desse mercado.
Sr. Daniel, pelo que se lê, não entendeste nada da matéria que comentas. Não se fala, em nenhum momento, em subsÃdio. Esclarece-se que desconto não é, nem de longe, sinônimo de subsÃdio.
Sr Joel, aparentemente o Sr não entende nada de subsÃdio. Mas tudo bem, só espero que o Sr esteja comprando livros sem desconto.
Livreiros = caminhoneiros. Quem precisa de subsÃdios para sobreviver, tem que fechar. Parem de passar a conta para o consumidor. Que vergonha do Brasil.
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