Ruy Castro > O sertão da invenção Voltar
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Ou nosso Rui nunca foi ao Sertão ou não leu direito Guimarães Rosa. Aquilo que ele narrou continua tudo lá, no sertão profundo.
São ilhas de fantasias, estas pequenas crônicas de Ruy, em meio ao mar revolto do cotidiano. Obrigado Ruy, e um pedido: fale-nos mais sobre a Bossa Nova, este outro porto de prazer.
Isso é sabido. O sertão de Guimarães Rosa é mitológico à maneira de um cenário de Tolkien. Como em tantas outras instâncias em obras de ficção, o grande escritor pinça elementos de realidade e constrói um mundo consistente.
Faz tempo que li Grandes sertões, por isso não me lembro das palavras, mas, o linguajar mineiro é rico.Pode até ser que ele tenha inventado, mas, duvido. Algumas palavras cansei de ouvir da defunta mãe(quando viva, por óbvio), em minha infância. E passado alguns anos, fui em Minas e na hora que um tio falou:djáhoje, para mim foi o máximo, porque ouvia amiúde. Djáhoje: mais cedo. Aliás, djáhoje li a sua crônica de sexta-feira e vou pitacar.
De qual Sertão falamos nós? Os Sertões são muitos!
A crônica é excelente, como sempre o faz Ruy C. Em relação ao escritor, nenhuma crÃtica pejorativa, pois seu valor criativo é imenso. Entretanto, não podemos esquecer de um tal Euclides da Cunha que, além de jornalista, escritor e dirigir obras de engenharia, foi um grande testemunhador da vida do sertanejo, que "antes de tudo é um forte" .
O sertão pode ser muito pior do que na sua literatura mas. Garanto que é muito melhor para quem vive la do que viver nas grandes favelas nas grandes cidade.
Como diz o ditado, ao vivo o sertão é muito pior. Não é crÃtica, mas uma afirmação de quem nasceu e viveu muito tempo lá. Aquela genialidade, pureza e inteligência que o Guimarães Rosa embutiu nos seus personagens é a sua maior invenção. O sertanejo luta contra tudo para sobreviver e não tem tempo para reflexões ou filosofar sobre as coisas. A mesquinhez existe ante o constante medo da pobreza e a pobreza é a marca registrada do sertão.
Muito legal a crônica deste domingo!! Valeu, Ruy!
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