Hélio Schwartsman > Complicações da democracia Voltar
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Brexit. É uma prova cabal de que a democracia é só uma parte da vida humana associada, segundo Guerreiro Ramos. Em seu livro: “A nova ciência das Organizações – Uma reconstituição da riqueza das Nações”. Muitos que votaram no plebiscito a favor do Brexit dizem agora que se soubesse dos prejuÃzos e complicações, votariam contra. “Grandes caminhos requerem grande compreensão”. Agni Yoga.
"…Um costume habitual (entre os persas) é o de deliberar sobre assuntos importantes quando estão embriagados e, no dia seguinte, quando estão sóbrios, o dono da casa na qual a decisão foi tomada submete a deliberação à sua reconsideração. Se aprovada novamente, a decisão será executada, senão, é abandonada. Às vezes, no entanto, estão sóbrios em sua primeira deliberação, mas nestes casos, sempre reconsideram o assunto sob a influência do vinho…" Heródoto (484-425 aC), Livro chamado CLIO
Que tal um referendo sobre um novo referendo? Faz algum sentido, certo?
Um novo referendo é democrático pois as pesquisas apontam a vitória da permanência e também que muitos eleitores que votaram pela saÃda mudaram de opinião após saberem dos problemas maiores que surgirão com o divórcio. Inclusive os parlamentares de cujos votos depende a abertura de nova votação popular. Parece que a razão vai prevalecer e ganhará a democracia em termos mundiais. A UE é um embrião que crescendo e prosperando será um primeiro passo para um mundo global sem fronteiras. Utopia?
Por isso é cada vez mais necessária a democracia direta, que decisões podem ser reformadas pelos cidadãos mediante referendos populares. Se não podemos mudar decisões anteriores não precisamos nem da democracia representativa.
O articulista se aferra ao conceito abstrato e idealizado de democracia como soberania popular, embora a democracia realmente existente já tenha demonstrado que não serve para aferir a 'vontade' do soberano, pelo menor no que se refere à escolha dos menos ruins (evitar a cacocracia). Innerarity tem reiterado que para isso se inventou a democracia representativa, para coartar o rebaixamento cognitivo das massas e ensejar a deliberação com contraditório real e dinâmico.
A coluna trata de um problema da democracia, o Brexit serve como exemplo.
Um processo absurdamente complexo como a saÃda da União Europeia, cujo as consequências são variadas e igualmente complicadas nunca deveria estar submetido à vontade popular sem intermédio. A votação através de um plebiscito não abrange a complexidade que precisa ser levada em conta para decidir algo de tamanha magnitude.
Valeu, Flávio, foi isso que pretendi assinalar acima. Obrigado pela maior clareza.
O problema da massa está na indolência, provocada e aceita. Desde Roma o pão e circo têm atraÃdo as massas, os seres humanos abdicam de sua livre resolução e se acomodam, depois colhem os frutos da falta de bom senso. Acomodados não buscam a Luz da Verdade, não fazem uso das capacitações com que foram dotados para observar e examinar atentamento os fatos.
Navegar é preciso. Eles estão construindo um importante capÃtulo da história e as consequências ainda não se pode imaginar.
Navios afundam as vezes.
Um problema no caso do plebiscito do Brexit é que não é um caso de sim ou não. Há uma variedade de alternativas de relacionamento com a união europeia após a saÃda. E é inviável tratar dessas nuances em plebiscitos.
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