João Pereira Coutinho > A tirania do bem Voltar
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No campo teórico o texto é perfeito e provocativo. Porém a pratica da autonomia plena e desregrada pressupõe a consciencia dos proprios atos. Justamente o que um alcoólatra ou drogado perde. Quase nunca estas prssoas deixam de fazer mal à outros na sua tragetoria de drogadicao. E quando da M. O Estado, a famÃlia ou uma alma caridosa tem que arcar com as consequências disso tudo.
Excelente texto Coutinho! Imagino que muitos o criticarão. Afinal, temos uma cultura paternalista que exige que o Estado interfira em tudo. Dizem que é uma herança portuguesa, não sei. Mas temos o hábito de não valorizar as liberdades individuais e aceitar intervenções no nosso dia a dia com muita facilidade. Darcy Ribeiro defendia que toda droga fosse lÃcita para os com mais de 60 anos. Acharam que estava gagá, mas ele foi lúcido toda sua vida.
Que mimimi alguns comentários! Bah, gente chata!
A maioria das colunas do JPC tem falácia do espantalho, redução ao absurdo, ladeira escorregadia e muito, muito cinismo descabido. É uma pena que tanto estudo tenha se convertido nisso. Colocar as coisas que lhe convêm no modelo "tudo ou nada" não é o que se espera de alguém que se tem em tanta conta intelectual.
Perfeito. É claro que as crianças vão reclamar. Afinal elas têm medo de tomar suas próprias decisões. Querem alguém pra culpar se algo, ou tudo, der errado.
Este argumento não se sustenta. As liberdades individuais defendidas pelo articulista terminam quando suas consequencias-hospitalizações, resgates, perda econômica advinda da ausência do trabalho -impactam em toda sociedade.
E este impacto sobre a sociedade justifica o cerceio das liberdades individuais? Cuidado, são argumentos como o seu que justificam o totalitarismo...
Na lógica de evitar danos a terceiros, incentivos contra o fumo (a fumaça do cigarro não afeta apenas o fumante, mas a todos que a respiram) e para incentivar o uso do cinto de segurança (a pessoa sem cinto pode ser atirada do carro e matar outras. Parece ridÃculo? Pois não é, é uma causa de morte/mutilação comum em acidentes de trânsito) fazem todo o sentido. Sua liberdade termina onde começa a liberdade dos outros, mesmo que você não veja que está pisoteando a liberdade alheia.
Lembro da campanha de vacinação empreendida pelo governo brasileiro no começo do século XX no Rio de Janeiro. Liderado pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, os profissionais da saúde junto com a polÃcia invadiam casas e vacinavam pela força as pessoas cuja superstição as faziam desconfiar da eficácia da ciência. Erradicou a varÃola e a febre amarela. Portanto, do ponto de vista sanitário, um sucesso.
Essas doenças são contagiosas e representam riscos para terceiros, hipótese em que se justifica a intervenção do estado.
Falha grave na argumentação de Coutinho. "Faz o que tu queres, pois é tudo da lei" (desde que não prejudique terceiros) pode até fazer sentindo numa sociedade em que cada indivÃduo é totalmente responsável por seus gastos de saúde, educação, segurança e tudo mais. Ou seja, numa sociedade onde não haja imposto e por conseguinte, Estado. Mas nas democracias, a "endemia" de obesos fere em milhões os cofres públicos, assim como os acidentes de trânsito e o uso de tabaco, prejudicando a todos nós.
Perfeito seu comentário. O colunista realmente foi infeliz em citar alguns dos exemplos de "paternalismo" do estado.
Talvez este tenha sido o pior artigo do Coutinho: do tÃtulo ao texto parece ter sido feito pelo L.F.Condé. Iniciado com o exemplo de uma das coisas mais estúpidas já feitas, o texto pretende nivelar qualquer tipo de prevenção a paternalismo, fascismo, à " Woman's Christian Temperance Union". Diversos comentários anteriores já esclareceram suficientemente a questão, não é necessário repeti-los. O Coutinho tem o direito de ser liberal, mas acredito que o Liberalismo tenha argumentos melhores.
Podemos recusar tratamentos, mas não podemos nos tratar livremente, sem prescrição médica. E os "progressistas" que impõem sua agenda anti-indústria farmacêutica costumam ser os únicos a protestar contra o absurdo da guerra à s drogas. Como libertário, defendo que todo adulto seja livre para fazer o que quiser com o seu corpo, podendo consumir livremente antibióticos, opióides, cannabis, cocaÃna, indutores de aborto e até veneno, se lhe convier.
Já pensei muito nisso, Luiz. Acho interessante a idéia de a pessoa assinar um termo de responsabilidade. Mas aà terÃamos que exigir também tal assinatura de todos os alcoolistas e tabagistas, o que incluiria basicamente todo mundo. Infelizmente, raros problemas complexos possuem solução simples.
Detalhe, o uso indiscriminado de antibióticos fere a saúde de terceiros, visto que se traduz na seleção de bactérias super-resistentes que rapidamente se espalham, além de inutilizar os antibióticos correntes. É possÃvel ser 100% libertário em sociedade?
Rafael, eu concordo plenamente com você, desde que seja seguido o preceito "vai morrer prá lá, não me comprometa". Explico: o praticante desta "liberdade radical" deve abrir mão de toda e qualquer espécie de ajuda ou assistência pública e até mesmo de apólices de seguro comuns (alguns tipos especÃficos poderiam ser criados), ficando os possÃveis ônus exclusivamente por sua conta. Ficará chato ver gente agonizando na rua sem assistência, mas alguém sempre poderá tocar "My Way" como reconhecimento
Como nossa sociedade é estruturada com saúde pública e seguro social, os nossos problemas de saúde realmente afetam terceiros. Se um motociclista sem capacete ou motorista sem cinto se acidenta, o resto da sociedade vai pagar seu tratamento. O mesmo para o hospital que muitos fumante vão precisar.
80% do preço de uma carteira de cigarros é imposto. Por este ponto de vista o fumante paga seu tratamento.
Faltou ponderar que, ao menos em matéria alimentar, a tutela estatal seria desnecessária caso a lógica capitalista não fosse tão agressiva e a indústria alimentÃcia tão descompromissada c a verdade sobre aquilo q produz. Nao há liberdade sem informação adequada. O suposto paternalismo visa, apenas, melhor equilibrar a relação de consumo, assim assegurando condições mÃnimas p escolhas mais livres. Um teste de realidade p a abstração filosófica.
As questões também passam pela propaganda incompleta. Nas propagandas dos alimentos e bebidas temos as informações necessárias que possa nos permitir tomar a melhor decisão individual? Os pontos positivos em letras garrafais e os pontos negativos, quando mencionados, em letras minúsculas, quase ilegÃeis. Em nosso caso, a situação é mais dramática porque, mesmo com as informações não terÃamos dicernimento necessário para entender, lamentavelmente.
Não usar cinto de segurança ou capacete ocasionará danos aos terceiros (sistema de saúde) que dispenderão mais recursos para lhes salvar a vida em caso de acidente. (Sonho com o dia em que tal discussão seja importante neste nosso paÃs. Por ora, um bocado de saneamento básico e reformas tributárias parecem bem mais urgentes!)
O problema é acreditar que democracia e liberdade são sinônimos. Democracia tem a ver com majoritarismo ao passo que a liberdade individual e econômica depende do grau de coerção exercido pelo governo. Hong Kong que nunca teve eleição, tem mais liberdade individual e econômica do que os EUA de acordo com o Human Freedom Index. Quando se subestima as leis econômicas e da escassez e se exige concessões excessivas do governo, a contrapartida é a perda de liberdade individual e econômica.
Perfeito!
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