Ilustrada > Filme sobre 'cura gay' é cancelado no Brasil e causa revolta na internet Voltar
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Nos idos 1972, assisti a uma expulsão de uma mulher lésbica, uma humilhação perante o templo lotado de fiéis da IEAD. E algum tempo depois, a "remissão dos pecados", pelo mesmo grupo que a expulsou. Disseram que ela havia sido curada. De que, afinal?
Ela foi expulsa da igreja, e na igreja permaneceram todos os pecadores que a expulsaram. A igreja deve incluir, jamais excluir, pois Yeshua veio ao mundo para salvar, não para condenar as pessoas. Àqueles que apontam os pecados do outro, Yeshua diz: lance uma pedra se você também não peca. Quem tem desamor, lance uma pedra; quem tem amor, lance uma flor.
para quem quiser assistir dá para baixar fácil, tem dezenas de torrents de excelente qualidade disponÃveis, eu baixei e assisti semana passada. se eles pensam q vão nos censurar e aceitaremos caladas e passivas estão muito enganados.
O Brasil tá assim por causa do crente, que se ajunta em currais eleitorais e dá o voto para pastores e bispos evangélicos. É uma patifaria sem tamanho. Deus me livre guarde de se envolver com igreja. Depois que o cidadão entende como funciona este ciclo perverso igreja-governo, passa a ter nojo dos dois. Igreja e governo não prestam. No final, todos nós iremos apodrecer em vida e debaixo da terra. Cura é fictÃcia.
Na ditadura militar, a censura pelo menos era explicita. Por conta disto, pessoas iam para o Uruguai assistir o Último Tango em Paris e para quem o viu o filme depois, resta comprovado que não se justifica a censura. Aliás, nenhuma censura se justifica. Mas a ditadura caiu em 1985 e parece-nos que a Universal quer implementar uma "auto-censura" à população, que é tão grave quanto a própria censura. A alegação de que seria por razões comerciais, não convenceria nem os irmãos Lumière.
Evangélicos interessados no depoimento dos que se autoproclamam ex-gays deveriam - senão por honestidade intelectual, pelo menos por curiosidade - se interessar também pelos depoimentos dos ex-ex-gays. Sim, eles existem, e são muitos. Uma consulta no Google trará resultados interessantes.
Não acredito, Marcos, em gays se transformando em héteros. Em outro comentário contei algo de minha experiência pessoal. Não sou melhor do que ninguém, mas nunca admiti que poderia mentir aos homens, a Deus e a mim mesmo dizendo que sou algo que sei que não sou. Não adianta um gay evangélico imaginar que repetindo para si mesmo uma mentira - a de que virou hétero - essa mentira se tornará um dia verdade. O sistema religioso degenerou em oco formalismo, de espiritualidade só tendo um verniz.
Sim, verdade, mas isso não anula os ex-gays que se converteram e permanecem heterossexuais. Mas isso já está superado, pois hoje qualquer gay pode ser evangélico, pois há muitas igrejas inclusivas, que aceitam de boa a condição gay.
Vi esses tempos um desses que se auto-proclamam ex-gays concedendo uma entrevista. O mesmo se declarava um ex-gay que se tornou miraculosamente hétero após sua conversão a uma seita evangélica. Todavia, o cidadão gesticulava e falava como mulher, inclusive com a mesma afetação na voz que se vê em gays muito efeminados (embora eu seja um gay não efeminado, não tenho absolutamente nada contra gays que o são, muito pelo contrário). Então pensei: Deus faz milagres imperfeitos? Cadê o jeito de macho?
hahahahahahah Mona 1x, sempre mona. Não tem jeito.
Aà surgem pessoas que não são gays, que nunca foram gays e querem saber o que vai em nossos corações e dizer coisas das quais elas não têm a menor compreensão real por não serem elas próprias gays. Como você pode falar de uma sensibilidade que é do outro, que nunca foi sua? Fui um jovem evangélico que lutou muito em busca da cura gay, mas a cura nunca veio. A igreja me excluiu - nela permaneceram todos os demais pecadores -, mas Deus jamais me excluiu; Ele fala ao meu coração e vive em mim.
Veja só, Marcos, eu fui evangélico desde minha puberdade até alguns anos depois do fim de minha adolescência. Fui um evangélico muito comprometido com a igreja, e muito apegado a Deus - o que ainda sou, por Sua graça e misericórdia sem causa -, mas eu sofri muito, sofri imensamente em razão de minha condição homossexual. Foram anos de muita dor, lágrimas, sofrimento. Orei muito, clamei, fiz jejuns - em vão. Quando contei ao pastor meu sofrimento, ele reuniu a comissão e fui excluÃdo da igreja.
Embora poucos, existem, sim, heterossexuais efeminados, mas no imaginário evangélico, e até mesmo do povo em geral, isso, de um homem ser feminino, não é de jeito nenhum desejável. Assim, se Deus realmente realizasse o milagre de transformar gays em héteros por que Ele não os transformaria em héteros inclusive na aparência? Homens másculos, viris, fortes, com personalidade, voz e jeito de macho? O Adão, do mito do Éden, era efeminado ou viril? A voz dele se confundia com a de Eva? Pense nisso ;)
E quem tem jeito de gay, afeminado, rebola quando anda, mas é macho até o tutano?
Sim, cadê o jeito de macho?, pois no imaginário evangélico o homem é o cabeça da mulher, varão provedor, viril, chefe de famÃlia. Onde já se viu, nessa visão, um varão com trejeitos femininos, com voz delicada de mulher? É claro, portanto, que não houve mudança alguma para a heterossexualidade a não ser na pretensão de quem o diz. Um homem hétero que não transa mais com mulher não deixa por isso de ser hétero, e um gay que não faz mais sexo com outro homem não é por isso que deixa de ser gay.
Não é incomum no meio evangélico indivÃduos que se dizem ex-gays contando seus testemunhos de como teriam deixado a homossexualidade e se transformado em héteros. Os fatos, porém, mostram outra realidade: esses gays não deixam de ser gays, apenas tentam suprimir sentimentos, desejos e percepções. Vivem de aparências, mentindo para si mesmos. Dentre esses conversos, os gays efeminados continuam como tais, o que nos leva a perguntar se Deus poderia fazer qualquer coisa pela metade.
Essa é a sua opinião, Serafim; outros pensam diferente. Ademais, entendo perfeitamente que para muitos o simples fato de falar sobre homossexualidade já constitui um enorme constrangimento. Espero que não seja este o seu caso. De qualquer forma, você não precisa se ver na obrigação de ler os comentários que escrevi. Obrigado pela atenção.
Sandro, a maioria dos filmes lançados nos EUA, onde há uma indústria cinematográfica poderosÃssima, não são lançados no Brasil. Basta conferir. Esse sobre a tal cura gay é mais um deles e a razão alegada é econômica, logo pertinente. O filme não foi censurado, uma vez q poderá ser assistido em home vÃdeo no Brasil. Há inúmeros filmes sobre o tema homosexualidade lançados em diversos paÃses todos os anos, q nem ficamos sabendo. Não se faz necessário criar aqui nenhum cavalo de batalha.
A cura gay não pode jamais ser obrigatória. Somente as pessoas interessadas em mudanças devem procurar ajuda. Somos um paÃs livre.
Muito obrigado, Maria Lopes.
Não pode! Esse assunto esta pacificado entre médicos e psicólogos. A dissidência, quando aparece, é provocada por visões religiosas que não aceitam a homossexualidade, daà a tentativa de instrumentalizar a ciência para dar respaldo a charlatanismos como o que se intitula reversão da homossexualidade para a heterossexualidade. Evangélicos não tomam fatos da ciência para ver como suas crenças devem se adaptar a eles, mas tomam suas crenças religiosas como fatos e querem adaptar a ciência a elas.
A medicina não pode ajudar um gay em sua decisão de ser heterossexual? Certeza? Quem nasce gay jamais pode se tornar hétero? Certeza? Pense bem...
Primeiro, não existe cura para o que não é doença; segundo, pessoa alguma deve ser incentivada ou mesmo encorajada a achar que precisa deixar de ser gay para se tornar heterossexual, e o motivo é simples: não é possÃvel mudar a orientação sexual; terceiro, ser um paÃs livre não pressupõe liberdade para o exercÃcio de charlatanismo na medicina.
Assim como na vida de meus familiares e amigos héteros nunca houve um dia em que eles decidiram ser héteros, na minha vida nunca houve um dia em que resolvi ser gay. Simplesmente me descobri diferente aos cinco anos de idade. O fato de ser gay não me torna melhor ou pior que uma pessoa heterossexual, apenas me coloca entre uma minoria que, não obstante, existe desde que o mundo é mundo e é tão humana como a maioria heterossexual. Contra a ignorância, o saber; contra o preconceito, o amor.
Mas aos poucos o preconceito vai sendo vencido, Marcos Garcia.
A ignorância está dentro da cabeça das pessoas. O que nos choca são os escândalos que cada grupo faz diante das pessoas. Um casal hétero se amassando diante de pessoas choca. Um casal gay fazendo o mesmo choca mais ainda. Vivemos em uma sociedade judaica-crista muito enraizada em conceitos religiosos. Pecado, purgatório, etc. Talvez não exista nem céu, nem inferno, nem purgatório e as pessoas sofrem por antecipação.
Apoio totalmente seus comentários.
É um absurdo censurar obras de arte, como é o caso do cinema, que não retrata necessariamente uma realidade, é apenas ficção e expressão do autor. Ninguém é obrigado a assistir ao filme se não quiser. Isso soa mais ou menos como décadas atrás muitos censuravam os filmes pornôs. Ora, basta não assistir. Pra que tanta polêmica?
Parabéns pelo lúcido comentário, senhor Tersio Gorrasi.
Aqueles que pensam que a homossexualidade constitui qualquer coisa de ruim ou passÃvel de cura deveriam se lembrar que grandes personagens da história foram homossexuais. Cito, como exemplos, cinco grandes cientistas gays: Alan Hart (área de saúde); Alan Turing (pai da moderna computação); Florence Nightingale (área de saúde); Francis Bacon (filosofia e polÃtica); Sally Ride (astronauta), entre muitos outros grandes personagens da história.
Bem lembrado, Maria Lopes.
Oscar Wilde,Marcel Proust, Mário de Andrade...
A importância é evidente: homossexuais não são párias, não são inferiores, não são doentes. São pessoas normais e que podem, inclusive, figurar na galeria dos grandes Ãcones da história.
E daÃ, qual a importância disso?
CÃrculos evangélicos querem liberdade para oferecer a tal cura gay, uma mentira que pode ser lucrativa. Vendilhões do templo enxergam aà grande oportunidade para negócios com a abertura de clÃnicas. E não seria de causar espanto se os que vendem o Evangelho, as graças e os dons de Deus vendam também falsas esperanças aos gays que atemorizam com o inferno. O indivÃduo não escolhe ser gay, se descobre como tal, e a homossexualidade não precisa ser explicada: ela é simplesmente um fato da vida.
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