Ilustríssima > Obra infantil de Monteiro Lobato é tão racista quanto o autor, afirma autora Voltar
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Seja na arte, seja na vida, o racismo é hediondo.
mas o maior crime dele foi a campanha pelo petróleo é nosso que desaguou na Petrobras e nos deixou escravos deste óleo sujo
Daqui a pouco, vão querer reeditar os clássicos mudando expressões dos livros e desfigurando as obras dos autores.
Precisa ler o texto novamente!
Excelentes análises!!
Que belo texto! Fino e cirúrgico! Não se trata de censura, mas de situar a obra e o autor. Humberto Cunha - BrasÃlia-DF
Se for assim, vamos passar os próximos cem anos revisando e reeditando a literatura e também filmes, peças de teatro, contos. A história serve para aprendermos, é um legado nem sempre digesto, mas é a história. Precisamos aprender a lidar com isso, senão faremos coro a um ex-deputado que propôs reescrever até mesmo a BÃblia, por não estar de acordo (A BÃblia) com a atual polÃtica social de inclusão...
Meu caro, se você ainda nao percebeu, o livro sagrado ao que se refere tem inumeras versoes, e se nao estao escritas a interpretacao do texto deu voz e dinheiro a inumeros templos neste e em outros rincões. A História é constantemente revisada, pois as vozes que a escrevem têm interesses, valores e visões diferentes. As construções narrativas da era da pós-verdade, se transcritas em livros de história em 50 anos, irá descrever os tempos obscuros vividos sob Bolsonaro como? Pelo olhar de QUEM?
Meu caro, se você ainda nao percebeu, o livro sagrado ao que se refere tem inumeras versoes, e se nao estao escritas a interpretacao do texto deu voz e dinheiro a inumeros templos neste e em outros rincões. A História é constantemente revisada, pois as vozes que a escrevem têm interesses, valores e visões diferentes. As construções narrativas da era da pos-verdade
Quando vejo negros defendendo fascistas, vejo que a educação não evoluiu em nada! Os capitães do Mato estão se elegendo e ocupando cargos de destaque nesse governo, se sentindo membros da casa grande!
Fico feliz de ver a folha publicar o outro lado da moeda. Uma mulher, mãe e historiadora. Também fiquei profundamente incomodada com o texto de Coli, que reduzia toda a problemática do racismo de Lobato a uma frase que comparava Nastácia a uma macaca. Apenas lamento que seja dado o mesmo espaço a um homem cheio de convicções e a uma mulher (negra) cheia de evidências.
Penso que nada tem a ver. Outro tempo. Há uns tempos, li um artigo de professor universitário criticando Princesa Isabel por , apenas ,ter Libertado. Só que o professor não percebeu que ela ficou apenas dois anos no poder depois disso.Se tivesse continuado no Poder, aà sim seria digna de reprimenda. Analisar a história com o olhar de hoje? E tornando-me ao M L! A ótima atriz Jacira Sampaio foi minha vizinha e para ela, nesse instante, rendo minhas póstumas homenagens.
Texto sensacional. Bem que poderia ser mais constante aqui na Folha. Análise inteligente, leve e apontando pro futuro. Parabéns!
Concordo. Muito conteúdo exposto de maneira simples e reflexiva. Fico com a sensação de que alguns comentários ficaram presos apenas ao tÃtulo e não aos excelentes argumentos.
...portanto, nas novas edições é possÃvel, com o prefácio ou introdução, o apanhado crÃtico sobre o livro original.
O revisionismo histérico-histórico, que se alastra como capim tiririca nas teses acadêmicas à procura de luz, não deixa incólume nem a Princesa Isabel, que arriscando o trono, assinou a Lei Ãurea, e pretendia ceder terras ao libertos. Contam as paredes do Paço, que em baile imperial, José do PatrocÃnio, notável jornalista negro, ao vislumbrar sentada ao fundo uma coisinha loira, olhos azuis, toda coquete, não se conteve. Respirou fundo, tomou coragem, e a foi convidar a dançar.
A resposta foi baixa e rÃspida. "Não danço com negros!" A PatrocÃnio, fugiu-se-lhe o chão. Gaguejou. Emudeceu. Zonzo, saiu dali sem ver os risos e chacotas que tomavam conta do salão. Sentiu lhe baterem à s costas. Virou-se, pronto a reagir à expulsão. Era o Conde D'Eu, marido de Isabel, que com um sorriso irônico,mas amigável lhe disse: "Sr. José do PatrocÃnio, Sua Alteza, a Princesa Imperial, pergunta se lhe dá a honra da próxima dança."
Rodopiando com a princesa pelos braços, ao passar pela loira aguada, virava o rosto, pro outro lado. Como quem diz: “Viu, branquela? Você não quis, mas a Princesa quis.” Como se diz na Itália, o paÃs que sabe das coisas: “Se non è vero, è ben trovato.”.
Ótima anedota, Adonay. Concordo, contudo, com a autora: vale uma nota crÃtica e algumas alterações na obra infantil do Lobato. Não é o fim do mundo. Tente se imaginar lendo isso para um filho negro. Fazendo sinceramente esse exercÃcio mental, não há como não concordar com a autora.
A referência do artigo à frase de Lobato em correspondência privada com o amigo, sobre a falta de kux klux klan no Brasil, é prova de que se vive nos meios acadêmicos epidemia de analfabetismo funcional. O sarcasmo é evidente. Quem sabe com uma kux klux klan por aqui os negros se revoltariam contra a ignomÃnia de sua condição. Nos EUA desde 1909 a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor luta contra a discriminação. Conta com mais de 2 mil escritórios em todo o PaÃs.
Interessante, nunca tinha tido este tipo de olhar sobre Lobato.
A autodenominação "pessoas de cor" é, aos olhos de hoje odiosamente racista, mas era como se denominavam, até por orgulho e desafio. Somos negros sim, e dai? No Brasil da escravidão, também se formaram bravas sociedades de alforria e luta, até mesmo com jornal e coleta de recursos para compra de liberdade. Infelizmente, desapareceram com a Lei Ãurea, ainda que a miséria e o racismo tenham sobrevivido. Dai a indignada provocação de Lobato.
A autora do artigo foi coerente e não desmereceu em momento algum a obra de Monteiro Lobato. Independente da época ou cultura, racismo sempre será a expressão do erro. Não há argumento que justifique em tempo algum qualquer forma de subjugação ou preconceito de uma pessoa em relação a outra.
Toda e qualquer obra surge do contexto , da época, na qual foi criada; não é diferente com Monteiro Lobato que expressa em suas obras coisas cotidianas de sua época, hoje tidas preconceituosas ou não, não é o caso. Temos a mania do politicamente correto até em épocas em que as realidades eram outras; nunca aprendemos a nos conter em nossas insignificâncias e gostamos de nos alardear melhores que todos .
Agora vão querer reescrever as obras de Monteiro Lobato por não são politicamente corretas? A época em que foram escritas era muito diferente da atual. se for assim teremos que criticar a maioria dos escritores. As pessoas hoje em dia parece que só pensam nisso, ser politicamente corretas e estão começando a surtar. Vamos pensar em coisas mais contrutivas minha gente, pelo amor de Deus!!
Faço eco ao comentário de Adonay. No mais, percebi, na articulista, um veemente desejo de destruir o talento e o prestÃgio de Lobato. Tarefa inglória.
Monteiro Lobato nasceu em um paÃs ainda escravista; viu ex-escravos e conviveu com o resultado da publicação da Lei Ãurea de 1888. A sua obra faz um registro da época e, portanto, de como as pessoas se referiam aos negros e à s pessoas do interior à época. Lembro que ao ler um comentário sobre a obra de Osamu Tezuka, me deparei com uma observação que alertava para o fato de haver personagens estereotipados, para que o leitor ponderasse isso quando fosse lê-lo; podemos fazer isso com Lobato?
Seu avô, VIsconde de Tremembé era fazendeiro e dono de escravos.
O artigo ignora o livro Negrinha, uma indignada denúncia à humilhação da raça negra. Ignora o livro A América e o Presidente Negro, profecia de Obama, violenta acusação ao crime do racismo. Ignora que Lobato reconhece mais tarde, que sua acusação à inatividade do caboclo Jeca Tatu, não é resultado de seus genes, mas do ambiente e da falta de condições que o subjugam.
Cassimiro, quem leu, mas não entendeu foi você. A acusação de Lobato ao racismo americano é tão intensa, que a história termina com os negros exterminados por uma máquina de pretenso branqueamento de pele. Por isso o livro foi proibido. A sociedade americana não suportou a acusação.
Adonay, provavelmente você não leu o Presidente Negro que de profético não tem nada. A solução final do livro de Lobato é o extermÃnio dos negros depois que Jim Roy ganha a presidência. O livro foi considerado tão racista que teve sua publicação recusada nos Estados Unidos. Ser um homem do seu tempo não é desculpa, pois muitos intelectuais naquele tempo lutavam contra o racismo e não o contrário.
Anastácia, e as referências à sua cor, considerado o conjunto da obra, são exatamente o que a leitura plana não consegue perceber, uma sátira, no melhor estilo de Swift, ao racismo. DifÃcil um comunista ser racista. Quando preso, é de Lobato a frase: "É graças aos comunistas que hoje apodrecem nas cadeias que a realização do sonho socialista se aproxima".
Texto espetacular. Fez esse quase sexagenário 'branco' brasileiro refletir sobre um autor cuja obra li toda. E é isso mesmo, a criança se apega aos personagens e infelizmente embute em suas idéias as idéias e atitudes que esses tem. Que se leia Lobato mas que se leia com o olhar atento à esses fatos.
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