Os autores demonstram pouca familiaridade com o mercado de leite ao afirmar, por exemplo, que os produtores são um grupo pequeno e mais homogêneo. São 1,3 milhão de propriedades no território brasileiro que inclui pequenos produtores de até 10ls/dia até grandes produtores de até 10.000 ls/dia. Recebem em média R$1,20/litro quando o preço médio no mercado em SP é de R$3,61. Os conceitos que o autor expõe podem ser encontrados em qualquer artigo do M. Friedman, só que não servem para leite.

Os produtores de leite formam um grupo pequeno, dominado hegemonicamente por latifundiários, com base na UDR e, por extensão, no Ministério da Agricultura. Tal fato explica o recuo de Bolsonaro, diante das pressões do aludido grupo, para acabar com as mamatas dos "indefesos" produtores.

Injusto falar em 100%, portanto, calcula-se que 99,76% do empresariado nacional, nosso "investidores", que "geram riqueza e crescimento para o Brasil", amam o capitalismo por que lhes dá oportunidade de enriquecer ("prosperar pelo esforço/mérito próprio), mas amam mais ainda o protecionismo estatal, porque lhes permite enriquecer sem fazer tanto esforço assim! O discurso não condiz com a prática.