Samotrácia: há uns trinta ou mais anos,estava andando pelo Louvre, quando vi um grupo de japoneses(uns trinta) , fotografando em frente a Deusa Nike. Por gestos falei que batia . Ai bati, com máquinas diferentes, várias fotos. Nem sonhava em viajar ao Japão, e todos eles se curvaram para mim em agradecimento. Falaram: vá visitar o Japão, vá visitar o Japão. Fui duas vezes e achei o País mais fantástico da terra. E falou nela e me recordei do passado remoto. Parabéns pela coluna!

Esse lamentável comportamento está generalizado em quase toda a Europa. Além da ausência de educação, acrescente-se a vulgaridade introduzida pela era da digitação, cujas redes ditas sociais colocam em risco a cultura e sua razão de ser. Resta a absurda, mas verdadeira, a pergunta: o que seriam das pessoas sem seus aparelhos celulares?

Mais exemplos:" Em um caso de alto perfil, o cantor canadense Justin Bieber foi expulso do sítio arqueológico maia de Tulum, no México, ao escalar as ruínas em 2016. E no ano passado, um alemão de 18 anos foi banido do Egito por toda a vida após escalar uma pirâmide em plena luz do dia." Fonte: "Travel Asia WIre"/2018

Atualmente dispomos de tantos meios para aprender sobre nossa cultura e outras sem mesmo sair de casa mas ao mesmo tempo muita gente não se interessa nem um pouco em aprender um pouco sobre os lugares que vão visitar, além disso se comportam mal e não respeitam museus, sítio arqueológicos, regras, etc.

A maior parte da população é constituída de pessoas comuns, e o que importa é curtir a vida e ser feliz! Sempre foi e sempre vai ser assim! Mas quem somos nós para afirmar que para ser feliz é preciso ser culto, descolado e antenado?

O pior cego é aquele que quer ver só o que ele vê... Ô gente ignorante! Não sei porque não vai tudo mundo pra Miami...

O pior cego é aquele que quer ver só o que ele vê...

Nenhuma dúvida quanto ao empobrecimento da formação humanística dos jovens e adolescentes do Brasil. Contudo, as mazelas das redes sociais contribuem de forma decisiva para isso, potencializando o desinteresse deles não só pela nossa história e geografia mas também pela história e geografia do globo, pois detonam as personalidades ainda em formação.

O lamentável é pensar que talvez a maior parte das pessoas que realmente admiravam a escultura não fossem brasileiros. Há alguma coisa de muito errado em nossa sociedade, algo de muito perverso eu diria. A mediocridade, a pobreza de espírito, a incapacidade de refletir sobre o mundo, se no passado eram desafios a vencer e motivos de vergonha, hoje no Brasil do "isso tudo que ta ai", tornou-se valor. Há realmente algo de muito errado e cuja explicação transcende a qualquer lógica.