Paul Krugman > Salário baixo não é culpa dos robôs Voltar
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Os sindicatos e a sua importância na valorização dos salários e manutenção de empregos. Os funcionários públicos são os que recebem maiores salários que o setor privado justamente porque os sindicatos são fortes. Apesar de várias crÃticas, principalmente na questão em propor uma planificação econômica em substituição do processo capitalista, Marx estava certo que existe sim um conflito entre Capital e Trabalho, o trabalho bem remunerado contradiz com a maximização do lucro do empregador.
Bom, tirando o fato de que ele focou apenas no advento da tecnologia sobre os trabalhos "braçais" (por falta de termo melhor), ignorando as questões de Machine Learning e como a tecnologia tem impactado os mais altos cargos que o mercado tem a oferecer, todo o resto que ele comentou, sobretudo sobre a questão dos sindicatos, já foi dito no excelente livro "Adeus ao Trabalho?" do Ricardo Antunes. O problema é que as pessoas não dão aos sociólogos (e à sociologia) a importância necessária.
Não se pode desprezar o impacto do avanço tecnológico sobre o emprego. Mas o artigo acerta ao situar o problema na questão polÃtica e ao chamar a atenção para a perda que os trabalhadores no enfraquecimento dos sindicatos, polÃtica acirrada do governo atual que demoniza a organização coletiva. E os dados são reveladores.
Krugman me surpreendeu. Eu admitia como verdade a automação como a causa da piora do mercado de trabalho. Já ouvi isso de muitos analistas nacionais e internacionais e passei a considerar como verdade. Depois desse artigo vou reconsiderar o conceito. Admitir que sindicato protege trabalhador está fora de moda. Talvez porque os sindicatos se desviaram de sua função básica e passaram a representar a si mesmos em vez de representar o trabalhador.
Lembre-se Manoel que nosso sindicalismo é distorcido pela unicidade e a contribuição obrigatórias.
Concordo que a ênfase na automação é exagerada. Só não concordo que os salários estagnados sejam resultado do enfraquecimento dos sindicatos. A competição externa, principalmente do extremo oriente é para mim muito mais relevante. Os direitistas querem quebrar a solidariedade entre os trabalhadores estimulando o protecionismo. O que importa é a melhoria das condições de trabalho no mundo e não apenas aqui, nos EUA ou Europa.
De fato, a luta deve ser pela melhoria universal das condições de trabalho. Mas isso passa pelo fortalecimento dos sindicatos. O texto do Krugman alerta para isso
As teorias continuam as mesmas, os tempos mudaram. A desindustrialização acarretou redução de produção e mudanças na estrutura de empregos e salários. Há total descoordenação das atividades humanas no planeta, as pessoas tem de se movimentar para não perder a individualidade e o raciocÃnio lúcido, o comportamento se mecaniza. A natureza ofereceu os recursos, os controladores do dinheiro se sobrepuseram, a mão de obra se acomodou. Ambos se afastaram do significado da vida que perde o sentido.
"O Patão Amarelo não é cego, mas os Patinhos(não vou bancar o pato) Amarelos (57,7 milhões) são!
Robôs não tem salários, não bebem, não compram carros, não pagam Ipva, não vão ao shopping, não ficam doentes e compram na farmácia, não fumam e etc. A economia de uns estraga a economia de vários.
Extremamente didático o texto. Lamento pelo trabalhador que não entende isso, mas vejo com normalidade o desejo de destruir a organização dos trabalhadores, provinda de quem detém capital. Assim é o ser humano, a lei do mais forte impera. O que não dá para entender é o trabalhador que vota no patrão. Sabe a fábula do lobo e do cordeiro? É como se o cordeiro se prontificasse a ser devorado e ainda ficasse feliz com essa perspectiva.
Também não entendo isso
Os sindicatos americanos nunca foram tão fortes como os europeus porque nos EUA nunca houve a mesma proximidade entre governo e trabalhadores tal como existe na França onde as indústrias mais importantes apareceram com a ajuda do governo. Em 1947 foi passado a Lei Taft-Hartley que proibia as companhias de contratar apenas pessoas afiliadas a sindicatos, algo impossÃvel na Europa. A Lei também continha cláusulas que obrigavam dirigentes de sindicatos a declarar que não eram comunistas.
No Brasil o projeto polÃtico de extinção dos sindicatos está em andamento, a tendência vai ser a mesma, classe trabalhadora desorganizada e salários estagnados.
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