João Pereira Coutinho > Notas do subterrâneo Voltar
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William Wilson de Edgar Allan Poe versão terror.
Fazia tempo que eu não saÃa no meio de um filme. Confiei em você, fui assistir ao Nós e saà em 20 minutos. Você não disse que era um filme de terror. Detesto o gênero. Desconfiarei das duas sugestões filmográficas, mas continuo concordando com quase tudo que você escreve.
O texto me remete a uma ideia que venho desenvolvendo há um bom tempo. Trata-se da sutil diferença entre preconceito e racismo. Entendo que o preconceito é um dispositivo de fábrica. Funcionou bem nos tempos da savana, mas agora é um apêndice que só dá defeito: apendicite moral. O preconceito é como um alerta de emergência, mas num mundo altamente civilizado atrapalha mais do que funciona. Ele é a raiz do racismo. Enfim, preconceito é inato, mas racismo é uma escolha.
Stanley Krammer explorou, creio que de maneira mais elegante, o tema que os americanos chamam de casal "interracial", no filme de 1967, "Guess who is coming to dinner". O elenco não podia ser melhor. Sidney Poitier interpreta um médico negro. A mocinha branca é interpretada pela bela e talentosa Katharine Houghton. Os pais da mocinha são interpretados nada mais nada menos por Spencer Tracy e Katharine Hepburn. Peele reflete um pouco da sua vida nos seus filmes; pai é negro e a mãe branca.
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