Hélio Schwartsman > A Bíblia ou a lei? Voltar
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Penso que o maior problema na consideração da BÃblia é toma-la como "a palavra de Deus".A BÃblia é na verdade uma "biblioteca",com livros de diversas naturezas como tais: sociológicos, históricos, teológicos, filosóficos,espirituais propriamente ditos etc.Tomá-la como a "palavra de Deus" depende do que se entende por Deus.Para o Novo Testamento que muitos veem como acoplado a BÃblia sem a ela pertencer, "Deus é Amor"e disto resultaria a interpretação do que a ele deve pertencer.Deus nos ilumine!
Sandro, isso não é verdade. As teológias são muito diversas, Certamente Lutero, Calvino e Wesley nao defendiam isso que você está falando. Nao tome neopentecostais malucos que apareceram a partir de 1980, como "cristãos". Nem mesmo entre evangélicos é consenso que neopentecostais sejam evangélicos. Por exemplo, a IURD não participa da Marcha para Jesus por não serem aceitos nela. E existem até radicais que dizem que os cristãos devem seguir apenas as cartas de Paulo, o apóstolo dos gentios.
E existem pentecostais e carismáticos que dizem que a Biblia não é a Palavra de Deus mas sim que certos textos (e não outros) se tornam a "palavra de Deus" com minÃuculo, num dado momento histórico, cultural e social, por ação do EspÃrito Santo. Ou seja, a Letra mata, o EspÃrito vivifica. Ou, os humanos não foram feitos para cumprir a Lei (por exemplo guardar o sábado), mas a Lei é uma literatura que, se vivificada pelo EspÃrito naquele momento, poderia ajudar os humanos.
Ou seja, defendem que nem o Antigo Testamento nem os Evangelhos (o sermao do Monte!), nem todo o resto do Novo Testamento, tem autoridade sobre os cristãos. Além, é claro, dos cristãos esclarecidos (não fundamentalistas). Por exemplo, na Igreja Católica, a fonte de autoriade não é a Biblia mas sim o Magistério da Igreja. Ou seja, se o papa emitir uma bula a favor do casamento gay, isso passa por cima de qualquer texto da Biblia.
É bom deixar as BÃblia no campo em que ela se situa - o da ficção. Como todos sabemos, em ficções as maiores barbáries são admitidas, mas a elas não é permitido o realizar-se no plano objetivo, concreto.
A lei, claro.
Acho que quando Tomás de Aquino disse "Temo o homem de um livro só", ele referia-se especialmente à BÃblia.
Um ateu de origem judaica tem mais motivos para reclamar da Torah do que um ateu de origem cristã. Descontando o antissemitismo (por que ficar criticando só a Torah?), as leis mosaicas não se aplicam aos cristãos- a lei da circuncisao é muito mais importante do que o versiculo sobre gays e os cristaos nao precisam se circuncidar. O articulista deveria centrar fogo nos textos do novo testamento, estes sim cristãos. E verificar que os textos polemicos são em geral pseudoepigrafos.
O problema é que os cristãos sustentam que o Novo Testamento nada mais é que uma extensão do Velho.
Em um exemplo, se a lei do pais (nazista) falar que é contra a lei esconder judeus, mas uma pessoa (Schidler) seguindo a biblia violar a lei, quem estará correto. O STF nazi ou a pessoa?
A BÃblia é um corpo constitutivo do profano e sagrado, prosa e poesia, alma e corpo, história de um povo com todos seus erros e acertos, como nós. A mensagem central do amor é o que importa, é o próprio Deus que caminha errante junto a humanidade, então a leitura jamais será literal e radical, enfim é um livro atual pra ser atualizado sempre, claro preservando o seu "core".
A BÃblia é, acima de tudo, um livro de ficção, e com muita violência e com erros graves em todos os campos do saber, de religião à biologia e arqueologia.
A Biblia num eh a palavra de Deus , eh a historia do povo israelita contada por ele próprio ler e pregar a Biblia da maneira que estah escrita e h um acinte contra a religião, inclusive a religião judaica. num sou eu que digo eh a Sociedade Biblica de NOVA YORK, que congrega os maiores conhecedores bÃblicos no Mundo
Fico com a Biblia, só esclarecendo que vivemos no tempo da Graça e não da Lei, ou seja apos a vinda de Jesus e o sacrificio feito em nosso lugar na cruz dá nos o direito de recorrer a sua graça salvadora. Não importa o que a lei brasileira estabeleça prefiro cumprir o que Deus manda e ser excluido, achincalhado, ser taxado como antiquado e agradar a Deus a ser politicamente correto e desagrada-lo.
O senhor cumprirá o que Deus manda - supondo que o livro de ficção chamado BÃblia seja a palavra de Deus - em qual das milhares de denominações cristãs e sob qual das incontáveis interpretações conflitantes sobre os mesmos temas?
Ideia estúpida essa de um carinha no céu que tudo vê e tudo julga. E mais estúpida ainda a noção que devemos considerar esse tipo de sandice enquanto cultura, para além da esfera estritamente individual na qual a fé deveria ficar restrita. Ainda vamos olhar pra trás e ver essa atitude de deferencia, que mesmo os intelectuais do nosso tempo teimam em consentir, como sinal da ignorância dos nossos tempos. Se deus quiser!
Ufa! Então mulher pode deitar com mulher? Graças a Deus, estou no Céu!
Controle-se, menina, controle-se.
Comenário p/ JorgeO - sobre omnisciência: quantas vezes está escrito "e viu Deus que era bom" em Genesis 1?
Prezado colunista, como ensina Durkheim, a sociedade é um universo moral em constante mutação. O que é condenável hoje, pode ser trivial amanhã e vice-versa. Não é à toa que o conflito de gerações é inevitável e o dilema das religiões insolúvel: dogmas x atualizaçao moral.
As regras morais não podem realmente ser eternas e imutáveis, já que são criação humana apropriada a um tempo histórico. A bÃblia, também, é uma criação humana, que revela o modo de vida de um tempo histórico, não podendo ser interpretada como a "palavra de Deus". Só não entendi o que isso tem a ver com a onisciência de Deus (???).
Entendi seu posicionamento, caro Joel! Deus pode ser tudo isto: onisciente, presciente e imutável! Ainda assim, a moral humana será sempre mutável, assim como foram as leis mosaicas, aplicadas ao povo judeu, que estava em busca da terra prometida.
Francesco, na verdade, o colunista deveria ter dito presciência, porque em sendo o Senhor Deus presciente, como poderia prescrever mandamentos mutáveis ao longo do tempo? A onisciência abarca a presciência. Todavia, o Senhor Deus é onisciente e presciente e, por isso, seus decretos são imutáveis e eternos. Nós, humanos, com nossa prepotência, nos arvoramos o direito de criticar a sabedoria divina e moldar um deus de acordo com nossas idiossincrasias.
Minha mãe deu para ler a BÃblia depois dos 60, e ficava chocada com os genocÃdios praticados contra as populações conquistadas pelo povo de Deus. É importante como registro histórico de uma época, mas é um erro tomá-la como fonte da verdade, que como sabemos brota de nossa Constituição de 1988...
Luciene acredito que há um equivoco, não existe esta situação nas igrejas ( ou pelo menos no meus mais 40 anos vividos) jamais vi um pastor dizer que sou inferior ao branco. Nem tão pouco a Biblia sugere tal coisa. A mensagem é totalmente ao contrario Deus sim abomina a acepção de pessoas. *** Havia enviado o texto anteriormente faltando palavras... agora correto.
Luciene acredito que há um equivoco, não existe (pelo menos no meus mais 40 anos vividos) jamais vi um pastor dizer que sou inferior ao branco. Nem tão pouco a Biblia sugere tal coisa. A mensagem é totalmente ao contrario Deus sim abomina a acepção de pessoas.
Esqueçamos a bÃblia: pode um pastor ou padre pregar que negros são inferiores aos brancos?
Luciene acredito que há um equivoco não existe (pelo menos no meus mais 40 anos vividos) jamais vi um pastor dizer que sou inferior ao branco. Nem tão a Biblia sugere tal coisa. A mensagem é totalmente ao contrario Deus sim abomina a acepção de pessoas.
Perfeito! Reitero a pergunta com um exemplo ainda mais esdrúxulo: um pastor ou padre pode pregar sobre o direito de um pai de vender sua filha como escrava, como a "palavra de deus" garante? Por qual razão nós, que professamos outras religiões ou nenhuma, devemos ser tolerantes com o relativismo moral que cada um escolhe para si?
A religião é uma das forças mais poderosas de controle mental. Ela consegue produzir homossexuais cristãos. É como se judeus se convertessem ao nazismo.
Excelente artigo. E porque não pensar: A BÃblia ou a Vida? E como que um Deus iria criar uma coisa para ele mandar matar depois? Uai?
Se o discurso e invalidar deuses, tem meu aval. Mas, esqueçamos a bÃblia e fiquemos na moralidade atual. O problema maior é a judicialização de tudo. No caso, pedir ao poder imoral para intervir nas questões de moral. A idéia de punir preconceitos dá uma extensão muito grande a questão, pois, afinal, vivemos de preconceitos, bons e ruins, e uma simples opinião, ou brincadeira com o preconceito, pode ser criminalizada, como já se viu casos.
A questão homossexual não envolve apenas preconceito, mas discriminações graves, tão graves que são comparadas ao racismo.
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