Vera Iaconelli > Denegrindo a família brasileira Voltar
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Eu acho que “denegrir” não deve ser usado, como alertou o rapaz citado, pois utiliza o escurecimento da pele com o significado de “coisa ruim”. Se quisermos falar no escurecimento da pele como “coisa boa”, que foi o desejo da autora, devemos usar o termo miscigenar, que representa cientificamente os cruzamentos entre diversas etnias e tem boa aceitação social.
Como é difÃcil para o brasileiro falar sobre racismo. Essas pessoas tem que entender que não foi essa geração quem inventou o racismo. Foi recebido como herança de gerações passadas. O que temos que fazer é o que se faz quando chegamos na casa dos nossos avós após o falecimento destes. Separar o que presta e jogar fora o que não presta, o que não é mais aceito. O que vc pretende fazer com o racismo que vc herdou, jogar fora ou guardar para os seus filhos?
Estamos perdidos, sim, com a escolha de 1/3 dos brasileiros pelo néscio e lorca que colocaram no poder.
Acho preconceituoso usar a cor da pele (que é apenas um dos atributos da pessoa) para substituir sua origem. Assim como existem os descendentes de italianos, japoneses ou americanos nativos, existem os descendentes de africanos, que tem em noso paÃs várias tonalidades de pele. Além disso é impreciso: no sul da Ãndia por exemplo quase todo mundo à sua volta é negro, mas não são africanos.
'denigrir'; "fui interpelada educadamente por um rapaz negro, que me alertava sobre o uso do termo".
Muito bom o artigo, eu sempre usei esse verbo, sabia que tinha a ver com a palavra negro mas nunca refleti sobre o mesmo. De agora em diante vou usar o verbo difamar.
Existe o termo negro no sentido de raça e negro no sentido de cor preta.Denegrir tem a ver com manchar, tisnar a reputação de alguém.Está relacionado a negro no sentido de cor preta e não de raça negra.Daqui há pouco a oposição entre trevas(coisas ruins) e luz(coisas boas) também vai ser considerada politicamente incorreta. Somos descendentes de macacos diurno que viviam nas savanas africanas. Um macaco andando sozinho pela noite é presa fácil de leopardos e hienas e, por isso, tememos as trevas
Dona Vera, por acaso há algum tipo de recompensa para quem mais citar negativamente o nome de Bolsonaro, ou talvez alguma punição se não o fizerem? Todos os colunistas acham um jeito matreiro de colocar o nome deste homem em tudo quanto é notÃcia, já encheu! A palavra denegrir nunca funcionou para mim associada a negros, etc. Foi a primeira vez que me deparei com este absurdo.
Por que um texto que pretende neologizar o verbo denegrir, dando-lhe apenas um significado na linha do cabuloso 'politicamente correto', precisa terminar atacando o presidente da República? Anteontem um outro colunista, a pretexto de falar sobre 'formigas-zumbis', acabou descendo a lenha em Bolsonaro. Espanto? De jeito nenhum!, só aponto a miséria da atitude. O preconceito se veste de muitas cores e ideologias.
A colunista, que obviamente não gosta de Bolsonaro, esquece que ele está casado com uma mulata. Quem "denigre" é ela.
Procure uma foto do pai. É negro. Se preferir, pardo.
Mulata? Sério isso?
Uma ressalva: eu sou miscigenado (até o termo mulato hoje é politicamente incorreto), tenho a cor parda, mas daà a tomar a cor da pele para formar um padrão de discernimento de todas as coisas vai uma distância muito grande. O Senhor Deus não vê a aparência do homem, mas o que está em seu coração.
Continuando, a Luz é branca, as trevas são negras. Vou querer dizer que as trevas são melhores ou iguais à Luz? E la nave va...
Essa coisa do politicamente correto também na linguagem está se aproximando do preciosismo. Praticamente todas as culturas e civilizações representam a cor branca e o seu uso nas vestes como sinônimo de pureza etc. e as cores escuras como seu oposto. Até as religiões de matriz africana o fazem. A articulista pode até confirmar: o simbolismo do preto e do branco é até arquetÃpico. Parece querer nadar contra a corrente...
Necessário falar cada vez mais sobre o assunto. Um PaÃs que viveu mais de três séculos de escravidão dos negros, sendo o último a aboli-la, deve propiciar ao máximo polÃticas públicas de educação e afirmativas para reparar o dano! Confesso que com este governo a tendência é o retrocesso!
Está certo, falar sobre o assunto, mas não necessariamente escrever best eiras como a articulista.
Infelizmente, este fardo do homem (R. Kipling), continua indelével. Quando era professor, nas comemorações do 20/11, montava um pequeno espetáculo para homenagear Zumbi, e sempre escalava um aluno negro que praticava capoeira para representá-lo em suas lutas contra a opressão. Tempos depois deixei de fazer isso, não tinha ninguém que sabia capoeira ou tinha e sentia vergonha de mostrar.
Grande ginástica retórica para agradar a turma do politicamente correto. Mas, apesar disso, ótimo texto.
O que seria de nós se as palavras encerrassem apenas determinados sentidos? Que mundo imutável e tedioso esse, não? Denegrir não ofendia há algum tempo, hoje, se ofende, deverÃamos nos perguntar: por que ofende? Achei muito criativa a ideia da autora. Denegrir precisa sim ser algo positivo, o Brasil precisa aceitar a sua "cor de canela" como um patrimônio único. E a lÃngua, em vez de separar, deveria unir as pessoas. Parabéns pelo texto, Vera!
Diego, não sou cor de canela, e 45% da população também não é, e aà como fica? Me pinto de ou fico no sol?
Em vez de concordar com o jovem negro que interpelou, deveria tê-lo alertado que as palavras tem um significado e que este não pode ser alterado pelos nossos caprichos. Denegrir significa difamar a reputação de alguém e não pode ser usado como sinônimo de miscigenação.
Obrigada pelas explicações sobre a palavra/verbo denegrir no meu comentário acima. Como digo, sempre estamos aprendendo....
Optei pela ideia expressa abaixo "Há controvérsias sobre o tema, mas, mais do que sair à caça de termos politicamente incorretos, cabe aproveitar a oportunidade para refletir."
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