Ilustrada > Racismo de Euclides da Cunha ganha holofotes durante a Flip Voltar
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Pelos comentários aqui é clara a confusão entre crÃtica e censura. Ninguém propôs queimar livros, proibir publicação nem mesmo recomendar que não se leia. Mas a posição racista da obra é absolutamente evidente. Li os Sertões quando adolescente e li quase 40 anos depois há alguns meses. E interessante é que não lembro de ter percebido racismo da primeira vez, mas desta última ficou absolutamente evidente. Não há o que discutir. Mas é também uma das melhores obras da nossa literatura.
A ciência era racista na época de Euclides, ou o que a sociedade da época, incluindo cientistas, acreditavam ser a ciência. Mas essa venerável senhora tem dificuldade de reconhecer os próprios erros, então hoje nos dedicamos a censurar os livros infantis de Monteiro Lobato.
Provavelmente quem não fosse racista até meados do século XX, era considerado um racista ao contrário. Toda revisão é bem vinda, mas mutilar ou criticar obras e autores, seja de Mark Twain ou de um Monteiro Lobato, com as premissas do século XXI é pior que ser racista. Prefiro não dizer o que é!
Concordo com você, José Eduardo de Oliveira: como avaliar a forma a expressão do homem do inÃcio do século XX mais de um século depois? Se já notamos as diferenças de pensamentos e expressões entre o homem nascido em meados do século XX, o que não dizer de Euclides da Cunha, entre outros, nascido no século XIX? Cada homem deve ser avaliado em seu tempo. Expressar-se de forma, hoje, politicamente incorreta, não tira dele e de sua obra a importância do relato de conflito.
Concordo plenamente. nunca consegui ler inteiro o livro de Euclides da Cunha. comecei ainda no século XX, mas esse jeito de diferenciar como melhor ou pior uma população, esta lá, pra quem quiser ler.
Nessa era de revisionismo, estagiários se transformam em crÃticos vorazes. A frase de Euclides citada no inÃcio não diz que o mestiço é inferior à raça pura. Diz apenas que o mestiço do litoral é mais fraco que o mestiço do sertão. Parece, e é óbvio.A sobrevivência no litoral onde há água dos rios que correm pro mar, da banana das serras da pesca abundante garantem a sobrevivência com quase nenhum esforço que a do mestiço do sertão. Lá as dificuldades lhe forjam a fibra e lhe enrijecem o couro.
Faz mesmo sentido sua explicação, até porque o sertanejo em questão poderia ser também um mestiço, com a diferença de não viver no litoral, mas sim no serão, sujeito a dificuldades, em tese, muito maiores.
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