Opinião > Um gigante com pés de barro: assim caminha a universidade no país Voltar

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  1. WAGNER RAGI CURI FILHO

    Pergunta 1: qual percentual de recursos públicos no orçamento total de grandes universidades do mundo como o MIT, por exemplo? Pergunta 2: se um estudante da UFOP pagasse R$1500,00 mensais, qual percentual do orçamento da universidade seria coberto por essa arrecadação? Sugiro realizar esses cálculos pensando na excelência que, tenho certeza, você deseja? Pergunta 3: quantos projetos em parceria/financiamento da iniciativa privada você participou nos últimos 5 anos? Abraços

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    1. Thiago de Sousa Barros

      (continua): custa 1/2 de fazer um laboratório privado (modelo em que a universidade não levaria um real sequer). Outra questão: vejo a esquerda brasileira dizer que ensino deve ser gratuito para todos! Não existe educação gratuita, ela pode ser privada ou pública, mas jamais gratuita. No nosso modelo atual, vejo um custo alto e pouca reparação da desigualdade (o que deveria ser a maior preocupação). Abraço.

    2. Thiago de Sousa Barros

      (continua): na anterior é "condena o dinheiro privado". Nos EUA, nos anos 60, os recursos federais corresponderiam a 73% do total investido em P&D em universidades dos EUA. A partir dos anos 1990, essa participação tem média anual de aproximadamente 60%. Não deveríamos pensar em algo do tipo? Quando eu fiquei em Berlim vi isso na Freie: a Mercedes-Benz ao invés de financiar um laboratório próprio de pesquisa, injeta esses recursos e obtém ali, em parceria, inovações, patentes e direitos autorais

    3. Thiago de Sousa Barros

      (continua) Pensa comigo: o Estado joga o pobre para a particular, financia a formação do rico gratuitamente, rico este que no futuro terá melhor renda devido a melhor formação. Até quando aceitaremos isto? A ideia de cobrar não passa por abolir o recurso público (que a meu ver deve manter piso enviado pelo Governo), mas sim ampliar as formas de captação (até mesmo porque a universidade condena o dinheiro público). Nos últimos 5 anos participei de 3, um financiados por Itaú, Renova (VALE) e FuB.

    4. Thiago de Sousa Barros

      Caro Wagner, precisamos internalizar que igualdade de largada é o que devemos buscar, e chegada é meritocracia, algo que a esquerda brasileira insiste em não entender! Você acha que um estudante que fez Bernoulli chega no ENEM nas mesmas condições de um estudante de colégio público? Se ele pagou o Bernoulli ele não poderia pagar universidade? Lembro que quem deve pagar é justamente quem tem condições, para os demais permanece gratuito, pois da forma atual o Estado gera + desigualdade.

  2. VICTOR MAIA SENNA DELGADO

    (continuação). Entretanto, acho que a universidade não deve desprezar as mensalidades de quem pode pagar como quem despreza 'migalhas'. Para algumas universidades onde já falta muita coisa, essa fonte de recurso seria muito bem vinda. Teria de se reforçar a autonomia universitária, acho que o governo apresentou um plano nessa direção. Há que se ver como isto se alinha. Mas o grosso dos recursos terá de vir das parcerias. Lembremo-nos sempre que a universidade gera muito valor(social e privado)!

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    1. Thiago de Sousa Barros

      (Continuação) Nesse modelo o indivíduo não frauda (retido na fonte), paga proporcional aquilo que a educação proporcionada pelo estado gerará de renda para ele (uma melhor maneira de reduzir a desigualdade). Neste modelo, todos pagariam proporcionalmente!

    2. Thiago de Sousa Barros

      (Continuação) Nesse modelo o indivíduo não frauda (retido na fonte), paga proporcional aquilo que a educação proporcionada pelo estado gerará de renda para ele (uma melhor maneira de reduzir a desigualdade). Neste modelo, todos pagariam proporcionalmente!

    3. Thiago de Sousa Barros

      Prezado amigo Victor Senna, agradeço-lhe pelos comentários e apontamos. Você como especialista na área sabe acerca deste assunto com precisão. Uma solução que acho interessante e muito praticada na Europa é cobrar do cara após sair da universidade. Via IR retido na fonte (e aí todos pagar-se-ia). Pq se o cara fez engenharia, por exemplo, mas saiu da graduação e não está ganhando um bom salário no mercado, ele pagará somente proporcional ao salário que vai receber (tipo um FIES no setor público).

  3. VICTOR MAIA SENNA DELGADO

    Parabéns, pelo artigo prezado amigo Prof. Thiago Barros, com certeza, a questão da base do nosso ensino é premente. Recentemente, escreveu nesta mesma Folha, o prof. Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, o magnífico reitor disse que a cobrança das mensalidades é uma "proposta simplista para problema complexo". Eu sou mais favorável à cobrança, mas os custos de se cobrar (que os economistas chamam de custos de transação) não devem ser desprezados. Tenho pensado muito nesse aspecto.

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